11.13.2004

Em defesa dos médicos


Em defesa dos médicos, em comentário ao último post, escreve Alfredo Vieira:
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Valha-me Deus....
Se aqueles que são responsáveis pelo único serviço público cotado pela OMS como sendo o 12º melhor a nível mundial neste "jardinzito" medíocre, merecem prisão e enxovalho público pelos seus erros (erros, note-se), o que é que o Sr. Tilly defenderá para os nossos professores que não ensinam ("responsáveis", diria em jeito de patetice semelhante, pelo analfabrutismo recordista a nível mundial reinante neste país), para os nossos alunos que não aprendem, para as progenias que não educam, para as polícias que não funcionam, para a justiça que não existe, para os políticos que não governam..., para todo este triste panorama nojento, em que uma classe, por ser inacessível a muitos, e por isso de elite em termos intelectuais, suscita invejas corrosivas entre todos.
Eu digo-lhe qual é a diferença entre essas negligências:
É que a incompetência dos professores - como o sr lhe chama - o mais que pode motivar é que autênticos grunhos, sem o mínimo de vocação para o Serviço Público e que nem sequer percebem que estão vivos, tenham entrada numa Faculdade de Medicina com média de 19. Quem lhes dá a nota (= acesso à profissão) são os professores.
Depois, quem lhes dá a formação em Medicina são Médicos e Professores.
Aí o crime já é repartido a meias entre as classes.
Mas a negligência dos professores não provoca a morte de crianças com um braço partido - como aconteceu na Guarda - nem no decurso de uma operação às amígdalas, como no Amadora-Sintra.
Mais: ninguém ensina aos médicos a desprezar os doentes .
Nem a serem corruptos. Nem criminosos negligentes.
Na aquisição dessas competências e qualificações os seus professores não têm responsabilidades.
É a miséria moral que se vai instalando ao longo das suas multimilionárias carreiras que os leva a degradarem-se até à sem-vergonhice total. A isso não são obrigados no decurso de nenhuma acção de formação, congresso ou seminário organizados por nenhum laboratório farmaceutico em Cuba ou na Republica Dominicana.
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O Expresso afirma que os erros médicos matam mais de 3000 pessoas por ano e eu não vi ninguém a contestar. A Ordem dos Médicos - essa Associação inqualificável de corporativismo puro - continua calada como um rato à espera que a crise passe.
Que disse o Bastonário? Veio em defesa da Honra da sua classe, como é sua obrigação, com dados ou elementos que desmentissem peremptoriamente a notícia?
Nem pio!!!! Vem o sr substituir-se ao Bastonário?
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A Ordem, ao invés, decidiu também instaurar processos aos médicos, a reboque da Administração do Hospital que, como de costume, já sabemos serão arquivados.
Mas, a partir de agora, talvez não.
É por isso, sempre que vejo uma réstea de esperança a afastar-se da estagnação tuga reinante, que eu grito a plenos pulmões: Por-tu-gal!
Não é quando a selecção de futebol joga.
Que quer? Feitios...

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