9.29.2013

9.28.2013

Esta é a minha reflexão em dia da dita:



Será que o Poder local fez realmente BEM ao País?
Terá sido esta boyada que tomou as rédeas ao Portugal profundo realmente benéfica para alguém, para além da sua família?

E a resposta é, na esmagadora maioria dos casos: NÃO!
Muito pelo contrário.

Basta ver quem o defende acerrimamente e depois comparar o que se gastou em 37 anos de poder local com o que se fez REALMENTE em cada município para se chegar à conclusão de que 90% do que se gastou não tem qualquer justificação. E nem sequer incluo os ordenados dos autarcas nesta percentagem. Apenas valores de obra.

Com 10% do que se gastou em 37 anos, em apenas 2 ou 3 se fazia muito mais e melhor. 90% - para não dizer 95% - dos milhares de milhões que se deram de mão beijada aos construtores amigos de Norte a Sul no Continente e ilhas não foi mais que um crime de lesa-pátria. Para cada sítio para onde se olhe tropeçamos em obras sem utilidade nenhuma que custaram 10 vezes o seu valor real.
Ainda hoje se prometem parques infantis em aldeias despovoadas, onde o residente mais jovem tem 55 anos. Porque na festa de verão vêm os emigrantes e trazem as crianças!

Acompanhei 3 campanhas fora da minha Terra. Nas 3, a oposição acusa publicamente o mesmo construtor - por acaso de Seia - de compadrios, amiguismo, obras faraónicas desnecessárias de milhões que hoje estão às moscas.
Mas o construtor apontou alguma pistola à cabeça de algum autarca para o obrigar a fazer obra?
Evidentemente, não.
Foram os srs autarcas que quiseram mostrar obra e encher o olho ao povão. Por isso gastaram milhões em tijolo e cimento reles que agora ali está descarnado, podre, à vista de todos e - o pior de tudo - inútil.

Tribunais em Seia e depois em Gouveia. Palácio de Justiça faraónico em Fornos, a câmara mais endividada do país per capita.
Edifícios Novos!
3 elefantes brancos que perderam as respectivas comarcas e um deles está praticamente desactivado há anos.
Mas foram as orgulhosas pressões dos autarcas que os conseguiram.

Fora as obras locais pagas a peso de ouro e com trabalhos a mais a rondar o escândalo em praticamente todos os concelhos. Num interior criminosamente despovoado - que nem os Censos indicam ainda quanto - a esmagadora maioria dessas obras mostram-se tão inúteis à sua Terra como a mediocridade que as mandou construir. A mesma mediocridade - sob diversos partidos e cores - que há anos se perpetua no poder de norte a sul do país, à custa do "trabalho" em campanhas insultuosas da Inteligência do Cidadão. Mas que, pelo menos até há 4 anos, funcionaram bem.
Vamos ver amanhã se continuam a funcionar tão bem como no passado. Só o nível da abstenção o dirá.

Se o povo continuar a acorrer às urnas a votar nos mesmos atrasados e desgraçados de sempre, tem que se concluir que estamos ao nível do Botswana. Se, de Norte a Sul, o povo mostrar um cartão vermelho à estupidez e à boyada que há décadas se abotoa à custa dos seus impostos e falta de lucidez, um novo ciclo terá lugar.
Não tenho nenhuma esperança em nenhum novo ciclo, para já. Mas bem gostaria de estar errado.

Uma coisa é certa: estamos JÁ a pagar - com o despovoamento e a falta de emprego - todos estes roubos e crimes perpetrados pelo "Poder Local" contra o seu povo.
Esta é que é a verdade.
E por mais burocracias e Instituições e organizações e associações e comunidades intermunicipais - para se arranjarem mais uns tachos aos mesmos parasitas de sempre - que se inventam como cogumelos no outono, o mal está feito.
A machadada está dada. O crime foi cometido.

E vamos continuar a pagá-lo nas próximas 2 gerações, se ainda houver Portugal.
O que não é garantido.

9.25.2013

QUEM QUER QUE SEJA MILIONÁRIO?

O que os senenses vão decidir no próximo domingo é quem irá receber o próximo milhão de euros entre 2013 e 2017: Filipe Camelo e os seus amigos ou Albano Figueiredo e os seus amigos.

Nada mais os senenses vão decidir uma vez que a CMS, com um serviço de dívida de 5 milhões / ano, e as receitas em queda mais que esperada, será absolutamente incapaz de a amortizar significativamente e menos ainda de investir um cêntimo que seja em área alguma. A menos que decida incumprir com as suas obrigações.
Recordar que a última Obra Pública inaugurada em Seia ainda o foi por Eduardo Brito - O Centro Escolar.

9.19.2013

DEBATE PÚBLICO ENTRE OS 3 CANDIDATOS À CMS


Na sequência de um crescente número de solicitações que têm vindo a ser tornadas públicas nas redes sociais, o NS acaba de propor aos 3 candidatos um debate público no âmbito desta campanha eleitoral. 
Debate este que, a ser aceite, será transmitido e partilhado nas redes sociais.
Aguardamos a resposta dos candidatos.

9.15.2013

Análise política #7 - e última antes das eleições


Começa terça feira a campanha eleitoral. 
Por isso esta será a última crónica antes de eleições. 

Neste momento ninguém sabe o que vai acontecer a 29 e isso é já uma vitória para alguém. 

Há 4 meses vaticinava-se o 5-2 para o PS. Depois começou a perceber-se que vai haver uma abstenção nunca vista. As pessoas estão completamente alheadas e desinteressadas da política nacional e - agora também - local. Tirando os militantes de sempre, e outros inventados à última da hora, ninguém quer saber disso para nada. 
Ora esta percepção provoca um nervosismo inusitado na boyzada do regime e uma confiança crecente naqueles que lhes cobiçam o antigo e repetitivo tacho. Porque não é doutra coisa que se trata uma vez que não há dinheiro para nada, como explicamos a seguir. 

Na minha opinião a coisa vai ficar como está. A abstenção é que vai ganhar mais adeptos, pelo que se vê nas ruas e se ouve das pessoas. Mas já se sabe que à última da hora mesmo aqueles que garantem que não porão lá os pés, votarão. E votarão onde sempre votaram. Por isso é que (ainda) acredito que Filipe Camelo ganhe. 

Se fez algo para isso já é discutível. A sua vitória - a verificar-se - pode até ser perniciosa. Será interpretada como um voto de confiança para mais 4 anos. Ora, eu sigo a política desde o 25 de Abril de 74 e sinceramente não me lembro de um período de 4 anos em que se fizesse menos nesta Terra. Nestas condições, um voto de confiança, em quê, exactamente? Só se for CONTRA o seu adversário... já lá vamos. 

É claro que não há dinheiro. É também claro que temos um resgate financeiro às costas para os próximos 25 anos e é ainda mais claro que não se percebe porquê. 
Não se percebe como é que temos o nosso futuro hipotecado - até ao resto das nossas vidas - 25 anos, pelo menos, em que não haverá dinheiro para nada, nesta Terra. 
Serão 5 milhões por ano só para o serviço da dívida e isso é tão incomportável para Seia como toda a dívida portuguesa para Portugal. 
Quem quer que vá para lá, pagará a dívida e pouco mais. 
Mas não posso deixar de notar que o Fernando Ruas deixa 22 milhões nos cofres da CM de Viseu, apesar dos milhões que gastou em equipamentos, avenidas, rotundas, requalificações urbanas e por toda a parte no concelho. 
Não é fácil perceber como é que uma Câmara Municipal como a nossa se endividou desta forma. 

A culpa não é só nem principalmente deste executivo, mas a verdade é que ninguém obriga ninguém a candidatar-se. E se nos candidatamos APENAS para pagar dívida alheia... se calhar vale mais pensarmos noutro projecto de vida. Digo eu... 

Albano acusa este Presidente de falta de liderança. Filipe Camelo delega muito, é verdade. E se calhar nem sempre tem em quem delegar. Mas o problema maior nem é esse. Ao que tudo indica não teremos a oportunidade de ver, mas se porventura Albano ganhasse as eleições, onde pensaria ele ir buscar dinheiro para fazer algo que se veja? Também não é facilmente explicável. 

É certo que há muita coisa que se pode fazer com muito pouco dinheiro ou quase nada. Mas será Albano capaz de desbravar esse caminho? Este executivo - penso ser consensual - não foi. Não foi capaz de imprimir uma dinâmica positiva, uma atractividade turística para Seia, uma visibilidade e notoriedade de grande impacto para Seia e para o seu Concelho. 
E tinha lá projectos para o fazer. Pelo menos para o tentar. Não apostou nessa via. E isso é que foi pior. 

Porque perdemos 4 anos de trabalho na área da promoção da visibilidade e notoriedade para Seia e para o seu concelho. E isso é trabalho da Câmara Municipal. 
Construir hoteis e equipamentos turísticos não é. Agora: conferir visbilidade ao nosso concelho, é. 
E esse é um trabalho que demora tempo. As coisas não dão frutos imediatamente. Pois, mas em 4 anos já teriam dado. E muitos. Assim, partimos da estaca zero. 

Mas nem tudo será mau: sem um certo vereador a distrair o resto do executivo com faits divers ecológicos, pode ser que este novo executivo desça mais à Terra e perceba que a ecologia é muito linda, sim senhor, mas que ninguém vive disso. 
Gastar 100% das energias em ideias e protocolos verdes é deixar o despovoamento fazer o seu caminho inexorável. 
É preciso TURISMO e VISITANTES que deixem cá o cacau. 

Então o inevitável "Toque a reunir" que o PS fará na segunda semana da campanha dever-se-á a quê? 

1 - ao perigo crescente de, mesmo ganhando, com a abstenção superior a 50% que se prevê, se fique com um 3-3-1 em que quem manda é a Margarida CDU 

2 - ao dramatismo e ao "perigo" de in-extremiis se perder o aparelho e o poder no concelho. Há que evitar a todo o custo a perda do poder e portanto há que votar - se não em quem pouco fez - ao menos CONTRA quem quer MUDAR o sistema. 
A mudança mete medo a muita gente. Imagine-se o caos que seria em meia dúzia de acomodados há 30 anos, o serem de repente arredados dos tachos e obrigados a começar a trabalhar... Até pode acabar em ataques cardíacos. 

Mas não os haverá desta vez, ainda. No entanto, se Filipe Camelo pretender continuar neste ritmo de câmara lenta nos próximos 4 anos, temos a certeza que este será o seu último mandato. Dentro do seu partido haverá quem lhe dispute o lugar a partir de 30 de Setembro. 

Até à análise da madrugada do dia 30.

9.09.2013

Andamos a combater o fogo com as armas erradas

http://visao.sapo.pt/estamos-a-combater-o-fogo-com-as-armas-erradas=f746908

Análise política #6 - Excessos...

A última semana foi marcada por uma série de excessos.
De nervosismo, por parte do PS e de confiança por parte da oposição. Ambos infundados.

A coligação PSD/CDS faz constar que já ganhou a Assembleia Municipal. Só falta a Câmara. 
Excesso de confiança. Não me parece que neste momento haja essa percepção. A única percepção que existe é que a abstenção será a maior de sempre. Mas isso já se sabia e com isso já se contava. Daí até se poder concluir que a oposição tem já vantagem... é prematuro. 
Não há dúvida, no entanto, de uma coisa: a candidatura de Albano Figueiredo está a crescer. Mais do que eu próprio esperava. Não direi que há uma vaga de fundo, mas a verdade é que ele junta sempre muita gente em todo o lado onde aparece e cada vez o seu pessoal - e ele próprio - se estão a tornar mais afoitos. Já começam a falar com as pessoas (alguma vez teriam que começar a fazê-lo...). 
Em Sameice fizeram-se fotografar com o Quim Barreiros e isso foi bem jogado. Na tentativa de desmontar uma certa imagem snob e elitista que começaram por passar e que não os levava a lado nenhum. Perceberam isso. 
Albano aprende rápido. Não sei se irá a tempo de rever a matéria toda para o exame de 29 mas não há dúvida de que está a estudar... Para a semana teremos uma ideia mais clara sobre este assunto. Se se tratou apenas de uma boa semana ou se há alguma inversão na estratégia comunicacional - que começou por ser um desastre mas agora tem melhorado.
Outra coisa que lhe correu bem foi a inauguração da sede. Uma sede não ostentatória, quase discreta demais. Nem se dá por ela, pois não tem área de exposição em montras que suporte um grande painel, como acontece com a do PS. E isso parece-me bastante positivo. Passa uma imagem de contenção (se calhar até foi mais cara que a de F Camelo, mas parece ter sido muito mais barata) e isso conta. Juntou-se muita gente durante muito tempo. A reacção dos mirones foi pacífica, o que é bom sinal. Foi uma boa semana para AF mas isso não é, na minha opinião, razão para embandeirar em arco relativamente à Assembleia Municipal, por exemplo.

Já o PS tem revelado excesso de nervosismo. também ele injustificado, a meu ver. É certo que de inicio a direcção de campanha socialista contaria com um passeio soft pelas freguesias e já percebeu que afinal não o será. Não tanto pela oposição - cujo candidato é ainda praticamente desconhecido - mas porque os socialistas estão a perceber que muita gente está desanimada e não irá votar. De entre eles muitos socialistas de sempre. E essa abstenção é alarmante. 
Com uma grande abstenção - e esta vai ser a maior de todas - quem mais se prejudica é o PS. As pessoas estão fartas de ver a sua Terra definhar e não viram nada ser feito que contrariasse o maior despovoamento do distrito da Guarda em número de habitantes perdidos.
Como se isso não bastasse, quem vir os filmes que passam à noite na montra da candidatura do PS, vê o actual presidente em várias ocasiões solenes sempre acompanhado do vereador que bateu com a porta. Muita gente diz que o melhor elemento da CMS era o vereador Jorge Brito. Pessoalmente não concordo nada. Acho que foi ele quem fez perder 4 anos a Seia com as suas ilusões das tretas verdes, enquanto o concelho precisava era de atrair investimento, turismo e emprego. Claro que a "culpa" da compra desta história da carochinha é de quem a comprou. Do presidente da Câmara, que se deixou embarrilar durante 4 longos anos com projectos da treta, enquanto foi perdendo grande parte da admiração e do apoio da população que não vê nas aldeias led nem nas de montanha (que ninguém sabe o que é) nem no carpooling nem no geocaching nada de sério. Faits divers, sim senhor, mas que nada de palpável trouxeram à população. Se o PS tiver um mau resultado pode agradecê-lo aos devaneios de Jorge Brito e do seu não-controle por parte de Filipe Camelo. Se tiver um bom resultado (que sinceramente não vemos como) isso deve-se à simpatia de Filipe Camelo. Veremos se essa simpatia é o suficiente para motivar uma multidão de actuais descrentes e levá-los às urnas.

E depois também tem tido azar, Filipe Camelo. Primeiro com a inutilidade da cobertura televisiva no programa Há Volta que suscitou dezenas de comentários nas redes sociais - espelho fiel do que se passa na sociedade. Depois, a confirmação do não avanço dos mega empreendimentos turísticos anunciados. A seguir, o clima de descrédito que ultimamente se instalou sobre quase todos os assuntos que dizem respeito ao nosso concelho. Basta ver - uma vez mais - os comentários nas redes sociais. 
Para compor o ramo perspectiva-se mais um fecho de uma indústria carismática para o nosso concelho e Filipe Camelo deve, neste momento, estar a rezar para que isso só venha a verificar-se depois das eleições. E, por último, casos gritantes de carência financeira e de desespero como o que levou ao trágico suicídio da última semana. Que já não é o primeiro, no nosso concelho, mas que foi até agora o mais marcante.

O nervosismo é claro em alguns sinais que o seu próprio staff vai dando e ainda mais visível nas pessoas chegadas ao candidato que desatam a comentar tudo nas redes sociais, como se a sua vida disso dependesse, evidenciando uma falta de segurança muito preocupante.
Mas também aqui a preocupação é excessiva, na minha opinião.

É certo que as coisas se complicaram obrigando o candidato a colocar outdoors que não estavam pensados e a reforçar a campanha para níveis de competitividade muito superiores ao passeio que contavam fazer. É certo que não se vê muita gente a acompanhar o actual presidente. Os mesmos do costume (os homens do presidente e pouco mais em cada freguesia) enquanto AF se faz acompanhar de magotes de pessoas. Mas isso só enche o olho. Nada mais.
Quem já passou por muitas campanhas sabe bem que isso não é determinante. 
O que interessa é o momento do voto. No recolhimento da cabine, e naqueles 15 segundos em que se olha para o boletim,  uma grande parte dos votos são definidos. Só ali. 
Mais, muitos mais dos que os necessários para dar a vitória a qualquer dos candidatos. E Filipe Camelo, na minha opinião, ainda vai à frente. Pela simpatia e notoriedade. Talvez por nada mais. 
Mas isso é suficiente. Ainda.

Até para a semana.

9.01.2013

Análise política #5 - A importância das redes sociais no presente e no futuro

Pela primeira vez nas eleições que se aproximam não haverá apenas 2 contendores e o povo a votar. Há um quarto "player" que muitos já identificaram mas outros ainda teimam em não o reconhecer: o facebook.

Ambos os candidatos já tiveram que eliminar comentários nos seus sites. Filipe Camelo anunciou mesmo que teve que bloquear utilizadores e perfis falsos. Estava a ser alvo de ataques anónimos no seu mural nos últimos dias.

Obviamente não é esta meia dúzia de utilizadores mais ou menos anónimos - alguns surpreendentemente até são reais e dão a cara nos seus comentários - aqueles que irão desiquilibrar os resultados eleitorais. Mas esta nova variável permite perceber algo que até aqui não se percebia. Que as redes sociais estão a servir para o protesto e para a oposição declarados. Coisa que nunca existiu.

1 - O descrédito dos políticos nas redes sociais
Se nos preocuparmos em analisar o nr de pessoas que vê os conteúdos que cada um dos políticos candidatos coloca nos seus sites somos surpreendidos pela baixíssima adesão popular a esses conteúdos. Damos os seguintes exemplos: Albano Figueiredo foi visto 7 vezes mais na páginas do Notícias de Seia do que no seu próprio site. De igual forma, o discurso de Filipe Camelo foi visto 4 vezes mais no site do Notícias de Seia do que no seu próprio site. Anexamos as imagens comparativas. Clique nelas para as aumentar












Outras comparações podem ser feitas mas como elas não se estendem aos 2 candidatos não seria justo nomeá-las aqui. Elas já foram tratadas no site do Notícias de Seia.
E este - o Notícias de Seia - é o novo player que serve de barómetro ao interesse que as pessoas têm pela política. Interesse que é muito reduzido, como as estatísticas do facebook nos mostram. Os assuntos que têm a ver com a política senense são os que despertam menos interesse entre os quase 3 mil leitores diários que tivemos em Agosto. E os mais de 3500 diários que tivemos nos últimos dias.
























Como se pode ver na próxima tabela, qualquer assunto que diga respeito a Seia desperta grande interesse nos leitores - mais de 1.100 leituras em 24 horas -  excepto se esse assunto tratar política.
Na mesma linha vem a menor adesão, relativamente ao esperado,  às grandes "caixas" da actualidade. O cidadão mais atento à política local esperaria do público relativamente a estas grandes notícias uma adesão substancialmente superior àquela que se verificou tanto com a notícia do recuo da construção dos 2 maiores empreendimentos turísticos em Seia, como relativamente à situação anómala que opõe a direcção dos BV de Seia ao seu Comandante. Ambas tiveram um nível de consumo que considero bastante abaixo do esperado. Bastante inferior, por exemplo, à adesão à peça da SIC, ilustrada com imagens dos Bombeiros de Seia a atacar um fogo, que ultrapassou 1.100 visualizações em menos de 24 horas, o que é record absoluto em qualquer vídeo que diga respeito exclusivamente a uma pequena cidade em Portugal.























Portanto, embora alguns políticos empedernidos ainda tentem desvalorizar a influência que as redes sociais começam a ter nas eleições, outros já perceberam que, a partir de agora, nada será como dantes.

2 - Outdoors nas lonas
Passada uma semana do nosso vatícinio sobre a entrada de Filipe Camelo na guerra dos outdoors, tudo o que se viu foram mais outdoors de Albano Figueiredo.
As estruturas dedicadas a FC aí estão, mas as lonas... nem vê-las. Pelo menos até ontem, dia em que este texto deveria ter sido publicado. Não cometeu, no entanto, o erro de aproveitar as estruturas que estavam a ser utilizadas pela CMS, ao contrário do que muitos vaticinavam.
A estrutura do célebre outdoor frente ao Edifício Europa e a do da ponte de Santiago que publicitava o Museu da Electricidade estão agora a tentar promover a região. Mas - mais uma vez - não é aqui que a região deve ser promovida. É lá fora. Em Lisboa, no Porto, nas redes sociais. Se queremos que o turista nos visite, não podemos esperar que o senense venha substituir-se ao turista.
Percebe-se que neste momento não seria aceitável que a campanha de FC colocasse ali a sua propaganda. Mas esta forma de publicidade encapotada também já não passa despercebida nem confunde ninguém. É campanha eleitoral na mesma. Ponto.

3 - Por parte de Albano Figueiredo há que comentar pouco mais do que as 382 fotografias que colocou no seu site sobre a sua visita a S. Romão - e provavelmente muito pouca gente veria, não fosse o Notícias de Seia, a avaliar pelo nr de visualizações do seu site. Mesmo assim, foram o que de mais importante foi publicado pela sua candidatura. E sobre isto o que se pode dizer é que muitas são praticamente repetidas, outras nunca deveriam ter sido publicadas porque são anedóticas; mas o pior ainda é que elas mostram que a adesão popular à sua candidatura é muito fraca. Ou o fotógrafo não teve habilidade ou então elas indicam que muito pouca gente aderiu à acção. Vêem-se sempre os mesmos, embora em vários cenários e visitando vários comerciantes, mas não se descortina adesão popular nenhuma. E alguma que se descortina mais valera que não se descortinasse porquanto,  a "adesão" mais entusiasta não aportará grande credibilidade ao projecto. Adiante.


4 - Entramos no mês determinante. O que se pode dizer é que até aqui ambas as candidaturas mostram muita lentidão em âmbitos diferentes.
A de FC decorou a sua sede há tempo demais para o que se viu a seguir: nada. Continua fechada e apenas na semana passada os esgotos do prédio foram ligados. No entanto FC é - ele próprio - muito popular. As pessoas procuram-no, cumprimentam-no e abraçam-no nas ruas. Isso é mais de meio caminho andado. Seria preciso fazer muita asneira para que essa popularidade fosse perdida no mês que falta.
A de AF, que encheu o espaço de outdoors, disso também não passa. E, quando passa, mais valia que não tivesse passado, como aconteceu com este episódio da Nova Gente em S. Romão 382.
Há um concelho com 29 ex-freguesias para visitar. Perderam-se 8 freguesias e muitos idosos, infelizmente. E ainda mais jovens emigraram, também infelizmente. Mas a maioria das pessoas ainda continua lá. É uma tarefa hercúlea atingi-las no pouco tempo que falta porque, tirando as festas, não encontrarão ninguém nas ruas. Vão ter que bater às portas das casas. Muitas desabitadas. Outras sem gente que está no campo e nas hortas. Demorarão eternidades para conseguir falar com alguém que estará sempre mortinho para não ter que os aturar.
Avisei sobre tudo isso há 2 meses. Já na altura se tratava de uma tarefa dificílima atendendo a que ninguém conhecia o candidato. Hoje, muitos milhares de euros gastos em outdoors depois, já haverá 45 pessoas que o reconhecem se o virem ao lado deles. Dos outdoors.
A missão é impossível.
A comitiva fotográfica de AF terá agora que atacar apenas as freguesias mais populosas. Se quiser fazer um trabalho minimamente sério.

Portanto, embora o nosso inquérito anónimo dê vantagem a AF, não é isso o que nitidamente se percebe nas ruas. Só um golpe de teatro poderá, na nossa opinião, inverter a tendência popular que é nitidamente a favor de Filipe Camelo. Como, aliás, se esperava desde o início.
Pode haver uma surpresa, é verdade, porque é certo que muita gente está descontente com o marasmo a que a nossa Terra esteve votada nos últimos 4 anos e com o despovoamento galopante no nosso concelho que é o maior em toda a região. E também com o facto de a única preocupação deste executivo ter sido apenas com os faits-divers das ecologias que nada trouxeram de positivo - nem visibilidade, ao menos - a Seia e ao seu Concelho. 
Muitos consideram que foram 4 anos perdidos e outros - mesmo dentro do PS - avisam que não podemos assistir a mais 4 anos de paragem no tempo. Mas a maioria do povo que vota não valoriza nada disso. Não vota racionalmente. Vota por amizade. Vota por simpatia. Vota afectivamente.
E, a esse nível, Filipe Camelo dá a Albano Figueiredo 15 - 0.

Por isso, na minha opinião, vamos mesmo assistir a mais 4 anos de paragem igual a esta que acabámos de viver. Não acredito que Albano Figueiredo vença nem que chegue perto. Não se sente isso na população. E com Filipe Camelo será mais do mesmo. O perpétuo delegar em quem, vezes demais, não tem capacidade para tomar essa responsabilidade. E os subalternos a decidir o que caberia ao Presidente. 
Uma coisa é certa: se ganhar, como todos esperam (vá-se lá saber porquê) e se continuar a gerir a crise, passando mais 4 anos sem mostrar obra que se veja, Filipe Camelo iniciará por certo o seu último mandato.

Eduardo Brito voltará à liça política em 30 de Setembro. Albano Figueiredo - a não ser que seja arrasado nas urnas - não desistirá e não lhe dará descanso nos próximos 4 anos. E as redes sociais - e  eu próprio - cá estaremos para fazer semanalmente o balanço deste confronto anunciado para os próximos 4 anos.

Até para a semana.