12.14.2003

PSP atira sobre "tambourine man"

7 buracos são o resultado de outros tantos tiros nas pernas de um jovem adepto de futesal (futebol de salão). O atirador foi um agente da PSP que se enervou com o jovem por este persistir em tocar tambor dentro do recinto.
É um exagero! No máximo, 4 tiros estava mais que bem. Ainda se fosse por um mau estacionamento, ou por não trazer cinto.... Agora por tocar tambor?
Há uma nova versão que aponta para que os polícias estariam a levar forte e feio, quando um deles se viu obrigado a disparar. Não explica porquê.
Ora: porque é que os polícias estariam a levar pancada daquela maneira? Não é normal que um grupo de cidadãos se apresente em frente de um agente da autoridade e desate a chegar-lhe a roupa ao pelo, sem mais nem menos. Era bom que se começasse a estudar o que leva grandes franjas da população a desancar, na primeira oportunidade, o agente que estiver mais à mão.
De qualquer modo aqui vai um conselho: "Joves" que gostais tanto da bola: dedicai-vos à flauta, em vez do tambor. O mais que vos pode acontecer é engoli-la.

A ministra Cardona já saíu da prisão

A ministra Celeste Cardona já saiu da prisão de Matosinhos, onde dormem 9 em cada cela, amontoados, segundo a SIC notícias. Os que não cabem nos beliches dormem nos corredores no chão, tipo Hospital de Seia (aqui ainda dormem em macas, vá lá, vá lá...)
O que a televisão não disse é que de cada 9, 4 são presos preventivos que aprendem no dia a dia as últimas novidades sobre a criminalidade na prática e, se não eram toxicodependentes, passarão em 3 tempos a sê-lo já que não há mais nada para fazer naquele cubículo e a droga entra às toneladas na cadeia, como confirmou a própria directora!!!
Assim sendo, a ministra desatou aos beijos a um preso todo boneco, disse à reportagem que quando aceitou ser ministra não fazia ideia da dimensão da tragédia e foi-se embora.
Essa parte é que foi pior.
Mas continua lá a directora, o que já não é mau de todo.

A GNR só lá está há 15 dias e já apanharam o Saddam!

A CNN está há 3 horas a dizer que as tropas americanas apanharam o Saddam. Depois diz que foram informações do exterior que o denunciaram. Depois que a recompensa era tentadora: 25 milhões de dólares anunciados fora o resto. Depois que foi em Tikrit, a terra natal dele. Por fim, diz que foi a própria polícia Iraquiana quem o apanhou. Safa! Há uma semana sabia-se que o homem fazia lá comícios. Agora apanharam-no na sua própria casa!!! Aquilo só pode ter sido a nossa GNR disfarçada de tropas americanas disfarçadas de polícia iraquiana quem o apanhou...

Postais ao ministro estão antecipados

Estarão a ser enviados, a partir de Seia, milhares de postais de boas-festas ao ministro da Saúde exigindo um novo hospital. Na mesma semana em que um novo Conselho de Administração foi nomeado para gerir os seus destinos. Não deixando de constituir uma (pretensa) forma de pressão respeitável, como qualquer outra, pessoalmente desconfio sempre de iniciativas pseudo-mediáticas como esta.

Em primeiro lugar porque se trata de uma missiva à qual se pretende dar um cunho pessoal mas que é, de facto, completamente organizada. Os munícipes não tiveram - nunca teriam - por si próprios esta iniciativa, pelo que a sua carga emocional esmorece à partida. O ministro bem sabe quem mandou imprimir os postais, de modo que receber 15.000 ou 10, é indiferente. Estamos apenas a enganar-nos a nós próprios, se pensamos que esse lobbying (estratégia de pressão) surte algum efeito. Depois, e talvez o mais importante, porque este tipo de iniciativas gera imediatamente anti-corpos de sinal contrário, já que ela é apenas e exclusivamente dirigida a ESTE governo e a ESTE ministro, como se o problema do hospital fosse da sua exclusiva responsabilidade. Nesse aspecto é, até, injusta. O problema do hospital arrasta-se há mais de uma década, foi despoleado ainda no tempo do governo de Cavaco Silva e durante o mandado de Leonor Beleza. Foi depois Arlindo de Carvalho, o ministro que a substituiu, pelos motivos que todos conhecemos, quem aprovou e despachou os melhoramentos (novas obras e novas valências) para o novo Hospital (ex-Hospital da Misericórdia) em 1990. Aquando da consequente passagem a Hospital distrital de classe 1, foram-lhe conferidas essas novas valências e especialidades. Foram simultaneamente aprovadas obras de expansão para o edifício novo que acabaram por não se efectuar por motivos não totalmente esclarecidos, mas aos quais não serão totalmente alheios a derrota do PSD nas eleições seguintes e a relutância dos responsáveis locais, que exigiam a construção de um novo hospital, rejeitando liminarmente a remodelação do existente.
A verdade é que, mais de 10 anos volvidos não temos uma coisa nem outra. O governo PS que lhe sucedeu teve seis anos e meio para construir um novo hospital, ou pelo menos para remodelar este. Se nada se fez desde o tempo de Arlindo de Carvalho a culpa é, também, de todos aqueles que lhe sucederam: Maria de Belém e Manuela Arcanjo, incluí­das. É imperativo que se continue a lutar pelo novo Hospital, mas que se não caia no facilitismo primário de deitar cegamente as culpas para cima dos outros, porque os "outros", demasiadas vezes em Portugal, "somos nós". E é igualmente útil não esquecer que a História, amiúde distorcida e desvalorizada por conveniencias conjunturais, acaba sempre por sintonizar-se na verdade dos factos, com uma velocidade que não permite a manutenção da falácia por mais do que uma geração.
Pensem os senenses nisto, e talvez concordem que os postais, atendendo ao historial de todo este processo, se revestiriam de muito maior sagacidade e surtiriam efeito de superior dimensão se fossem enviados na próxima quadra festiva, daqui a 2 meses...