4.10.2014

As equações da Interioridade

Eis aqui um algoritmo simples que pode dar uma ajuda se se quiser perceber porque é que aquilo que é lógico e de fácil compreensão em todo o mundo civilizado, em Portugal - e especialmente no interior profundo - simplesmente não funciona.
 Proponho as seguintes Equações da Interioridade.



Publicação de João Tilly.

O que nos separa da média da Inteligência europeia é a nossa fragilidade intelectual bem patente em época eleitoral. A componente Cp x C - a que chamo de Componente de Obscurantismo é impensável e por isso inexistente na europa desenvolvida. Mas é particularmente significativa em Portugal. Ninguém anda de porta em porta a oferecer empregos para os filhos e a meter medo com o fecho de lares de idosos de o partido concorrente ganhar as eleições, por essa europa fora.
Aqui, isso é o menu obrigatório.

Exemplos de aplicação:
Consideremos um concelho do interior com 20 mil cidadãos.
Em média este concelho terá 50 candidatos directos a cargos políticos de relevância (Câmara Municipal e organismos dela dependentes), e outros 50 candidatos a cargos políticos de menor importância, ou nula, de facto, mas (que pensam) que lhes dá prestígio - Assembleia Municipal, comissões e organismos vários todos eles absolutamente inúteis como as CIM por exemplo.

Depois consideremos mais 100 caciques espalhados pelas várias freguesias desse concelho. Se o concelho tiver 20 freguesias e 5 caciques por freguesia, fácil é encontrarmos esse número.

Num concelho desta tipologia teremos que o número de cidadãos intelectualmente saudáveis (considerando um QI médio europeu) e um coeficiente de dano intelectual localizado de 1,5 é :

nPi = 20.000 - 1,5x 100 x 100 = 5.000.     Um quarto da população

No entanto, a probabilidade de encontrarmos um cidadão não infectado pelo obscurantismo emanado por esses agentes "políticos" é:

P(nPi) = 1 - 10.000/20.000 = 50%

Ou seja: 1 em cada 2 cidadãos é pessoa com a qual se pode ainda discutir ideias, pois embora uma parte não possua estruturas intelectuais que lhe permita ter um claro entendimento do mundo que a rodeia, não terá instalado o vírus da estupidificação a roer-lhe o cérebro.

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Vejamos agora ao caso de um concelho mais pequeno com 10 mil habitantes. Há vários no nosso distrito. 10 freguesias. Classe partidária 50 + 50 na mesma (os órgãos são os mesmos e os partidos também) e 50 caciques com a mesma distribuição anterior.

nPi = 10.000 - 1,5 100 x 50 = 2.500          Um quarto da população
No entanto:
P(nPi) = 1 - 5.000/10.000 = 50%    Mesmos resultados do caso anterior.
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Já num concelho maior com 100 mil habitantes. 30 freguesias.
Classe política: 150. Caciques: 5 x 30 = 150

nPi = 100.000 - 1,5 x 150 x 150 = 66.250         33,75% da população com QI normal.

P(nPi) = 1 - 22.500/100.000 = 77,5%                   A probabilidade aumenta.          

Segundo esta minha tese, em concelhos e cidades grandes, a probabilidade de se encontrar uma pessoa intelectualmente saudável aumenta em cerca de 50% relativamente ao que se passa em concelhos pequenos. Como seria de esperar.