As belíssimas Penhas Douradas foram um big bang de um promissor turismo de montanha numa zona paradisíaca com vistas sem igual, rodeadas de lindíssimos pinheiros nórdicos importados por Salazar nos anos 40 e que, surpreendentemente, resistiram à vaga anual de fogos postos até hoje.
De inverno, com a neve, são milhares as árvores de Natal reais que se agigantam aos olhos dos poucos que ainda por lá passam para se extasiarem com a vista e a envolvência indescritíveis.
Dezenas de grandes vivendas de montanha equipadas com todas as comodidades (à época) para enfrentar a rigorosa invernia foram ali construídas de rompante naquela que prometia ser a Chamonix portuguesa.
Mas, em menos de 1 século, todas sem excepção acabaram devolutas e com este aspecto.
Não há nenhuma habitada. Estão todas em ruínas, fechadas e devolutas.
Um profético caso que preconizava, há 100 anos, o que está hoje a acontecer-nos.
O nosso rio de ouro - o turismo - é desviado diariamente para a Covilhã. Penhas Douradas / Penhas da Saúde não são mais que o presságio do que acontecerá a Seia / Covilhã se nada for imediatamente alterado na política turística senense.
A vivenda acima era a de Afonso Costa, estadista e por 3 vezes primeiro ministro de Portugal na 2ª década do sec 20. Natural de Santa Marinha, Seia, foi durante seu terceiro mandato que se deu o fenómeno de Fátima. Muitos defendem ter sido a reacção da Igreja ao mata-frades (como era denominado). Afonso Costa tinha retirado a maior parte das regalias à Igreja Católica e confiscado e nacionalizados muitos Bens, como algumas Misericórdias.