Desde há 3 dias que da Casa Pia... nem pio!
Categoria!
Nem parece Portugal.
Para todos os que, como eu, já se tinham resignado à evidencia da inesgotabilidade do assunto Casapiano e se tinham convencido que ele iria fazer as aberturas dos telejornais até ao fim da civilização, foi um rude golpe.
Já íamos na 11ª sequela - Ferro Rodrigues contra ataca - e, de repente, quando tudo corria bem e nos preparávamos para a 12ª, zás! Os episódios foram interrompidos.
Notícias únicas: a GNR que está no Iraque e ainda não começou a trabalhar, e os abençoados repórteres de guerra amadores.
Vejamos o breaking news da RTP Online: Os militares da GNR e os jornalistas portugueses no Iraque preparavam-se às 11:00 locais (08:00 em Lisboa) para partir para Nassiryah, onde está sedeado o comando italiano, afirmou à agência Lusa o enviado da RTP, Armando Seixas Ferreira.
Como vêem foi necessário ao jornalista da RTP revelar as fontes (LUSA) para credibilizar a notícia proveniente de um colega seu (RTP), dada a sua importância e o choque que poderia causar às populações (chamado alarme social).
Está safo. Continua a fazer-se notícia da sua pura inexistência, continua a haver assunto sem assunto rigorosamente nenhum mas vai-se desenjoando um bocadinho do Bibi, a estrela nacional do princípio do 3º milénio..
A maior confusão será instalada, no entanto, nas redacções daqui a 3 dias.
Depois de sabermos exactamente quantos pontos levou a Maria João e com que tipo de linha; o que toma ao pequeno almoço e a que horas vai à casa de banho; depois de vermos bem todos os raspões das balas nas malas do Raleiras e o ouvirmos repetir 4 mil vezes que lhe roubaram as calças e que aquelas calças não são dele, devem ser da Maria João; depois da Maria João desmentir formalmente ou confirmar que aquelas calças são efectivamente suas; depois das inevitáveis visitas guiadas a casa de cada um, onde o primeiro mostrará a sua colecção de calças e a segunda revelará o marido e os bibelots, teremos que forçosamente voltar... à Casa Pia?
Bom, mas pelo menos valeu a folga.
Obrigado, por isso, aos jornalistas.