1.03.2004

Seia é a Porta da Estrela. E para além da porta, que mais há?


Seia é a Porta da Estrela.
Mas para além da porta é preciso que haja outras divisões na Casa:
Corredores que conduzam à sala de estar, uma sala de jantar condigna, quartos capazes e pelo menos uma casa de banho para receber as visitas.
Se não, vale mais remodelar a casa para não passar vergonhas.

Sábado, 03-01-2004. 12:00 horas.
O que se está a passar neste momento, no maciço central, é justamente o pior que pode acontecer para o turismo regional.
Depois de uma publicidade eficaz levada a efeito por diversos operadores turísticos, a Serra torna-se naturalmente atractiva para o turista de inverno ou apenas de fim de semana.
Queixamo-nos de que a Serra está desprezada, que é o maior desperdício em termos de turismo que há em Portugal, mas depois não há oferta possível a dar ao turismo quando ele, finalmente, aparece.
Nem estradas - a fila Seia / Torre é, neste momento, contínua e praticamente parada - nem infraestruturas capazes.
Basta que as telecadeiras não funcionem para que mais ninguém se entenda nas pistas. Os chamados «saca-rabos» não conseguem despachar o trânsito ascendente de esquiadores e de imediato as pistas ficam congestionadas.
Bichas de quilómetros de carro e depois a pé, para os meios mecânicos, lá estão, neste momento, para desespero dos turistas.
Muitas horas perdidas. Enfim, o dia todo perdido.
Centenas de "Jeeps" conseguiram chegar às pistas mas voltaram para trás ao deparar com a gigantesca fila para os «forfaits».
Que vão essas pessoas, vindas de tão longe, dizer?

E almoçar, onde?
Depois de se perder toda a manhã em bichas para se aceder às pistas, são horas de almoço.
Onde é que vão almoçar milhares de turistas esfomeados e frustrados? No exíguo restaurante das pistas? Ou voltam para trás, no momento em que por fim lá conseguiram chegar, para poderem tomar uma refeição decente?
O que se está a passar, dizia, é mesmo o pior possível.
Turista que veio hoje, não volta tão cedo. E pior: transmitirá a todos quantos sejam das suas relações, que por sua vez transmitirão a outros, que a serra assim (des)organizada, não vale a pena.
E não terá razão?

Não será o momento de se parar para se fazerem obras no resto da casa, construindo as divisões que faltam - corredores, sala de estar, sala de jantar, quartos, casa de banho - e só depois começar a receber, condignamente, as visitas?