O que quer dizer que a partir daqui algo vai ter que aumentar. Os dias, de certeza. Mas só os dias?
Penso que não.
Este país chegou a um estado caótico inimaginável até por mim, que sigo a política desde o 25 de Abril. Há quase 40 anos.
Caímos
neste estado de degradação por culpa do péssimo funcionamento de quase
todas as Instituições, sempre com a complacência do povo mais iletrado,
inculto, pobre, envelhecido, doente e diariamente obscurantizado de toda
a europa.
O que nos leva a perguntar: mas afinal isto não pode ser coincidência... O que falhou neste País?
Terá sido o Ensino o que mais falhou em Portugal?
Pareceria que sim, à primeira vista.
Porque
grande parte dos alunos no 11º ano mal sabe ler. A esmagadora maioria
vai hoje para cursos profissionais porque não imagina, ao fim de 9 anos
de estudo, como se somam ou dividem fracções. Menos ainda consegue
interpretar textos. Não compreende aquilo que lê apesar de todas as
milhentas reformas - algumas em sentido contrário - e de todas as
experiências feitas com modelos importados da Suiça, da Áustria, dos EUA
e ultimamente do México.
Há 12 anos os profs tinham a obrigação de passar toda a gente. Soubessem os alunos ler ou não.
E cumpriram as ordens. Passaram toda a gente.
Hoje
temos uma geração inteira de analfabetos funcionais com um diploma do
9º ano. Que também já não serve para nada porque a escolaridade mínima
passou para o 12º.
Os que não são analfabetos estão a emigrar em
catadupa naquilo que se denomina já o "brain drain" - escoamento de
cérebros - para a Europa e EUA. Só cá fica quem não tem habilitações
para emigrar.
Portanto estamos perante uma geração semi-perdida.
Só cá ficam os menos apetrechados intelectualmente, o que faz prever
mais 30 anos de desgraça, mediocridade e total ausência de espírito
crítico. Ou seja: a continuidade do paraíso para a corja de caciques,
corruptos e bandidos que se instalou no aparelho e nos delapida há 39
anos.
Terá sido, então, o Ensino o que mais falhou?
Não. Ainda há pior: a Justiça.
Aqui nada - mas nada mesmo - funciona, hoje em dia.
Portugal é tudo menos um Estado de Direito.
A
começar no Governo e a acabar nas Finanças, ninguém cumpre lei nenhuma.
O único órgão que ainda funciona é o Tribunal Constitucional mas por pouco tempo. Ao de Contas já ninguém passa cartão há décadas.
Portanto:
praticamente nada na Justiça funciona. Podemos dizer até que funciona
ao contrário. É preciso ter milhares de euros para se contratarem os
bons escritórios de advogados, se se quiser ter sucesso na contenda
jurídica. Se assim não for, é para esquecer. Quem não tiver esse
dinheiro para encher os bolsos aos "trutas" que a sabem toda, está
feito. Perde tudo.
Por isso as cadeias estão cheias de pobres e analfabetos.
Aquilo
a que chamamos Justiça é de facto uma Instituição obscura que - como
diz Marinho Pinto - tem dois departamentos: um para os pobres e outro
para os ricos. E quase sempre prende os pobres e absolve os ricos. Mas
ainda não é o que funciona pior neste país.
Ainda há pior.
A Saúde consegue ainda estar mais doente que a Justiça. Porque simplesmente está a saque.
Os
30% de portugueses que, hoje em dia, ainda conseguem arranjar dinheiro
para se diagnosticarem, são apanhados na curva seguinte: a dos
tratamentos.
E destes 10%, os que ainda resistirem a este segundo
filtro, por certo soçobram no seguinte: o da continuidade dos
tratamentos nos Hospitais Públicos (já nem se fala nas clínicas
privadas) com os actuais cortes nos medicamentos e tratamentos
considerados demasiado caros.
Mas pior e mais chocante ainda, porque estúpida e perfeitamente evitável: a negligência pura e dura.
E continuada. E diária. Todos os dias noticiada de Norte a Sul.
Entra-se
num Hospital com uma unha encravada e já ninguém pode garantir que se
sai de lá vivo. Exemplos são mais que muitos e todos os dias.
Morre gente nos Hospitais porque teve o azar de lá entrar. Se não entrasse, estava viva.
Em
todas as Terras há dezenas de exemplos desses e os jornais trazem
centenas, por ano. Coisas mínimas como braços partidos que depois
desenvolvem gangrenas; operações rotineiras à garganta para tirar
nódulos que terminam em asfixia depois de longas horas de avisos,
queixas e protestos; enfartes de miocárdios ligeiros ou pneumonias que
evoluem para quadros irreversíveis ao fim de 6 dias de negligências
continuadas; as infecções hospitalares que são responsáveis por 40% das
mortes em Hospitais e que vitimam os idosos acima dos 80 como a
tuberculose fazia no inicio do século...
A lista é interminável.
A Saúde, em Portugal, mata mais do que a Guerra.
E com um cenário destes, o que pode um cidadão lúcido fazer?
Ao
contrário do que muitos comodistas defendem, pode fazer muita coisa.
Aliás, pode fazer TUDO o que já devia ter feito há décadas. Se o tivesse
feito, por certo não teríamos chegado a este envergonhante estado de
capitulação da nossa soberania nacional.
Está nas suas (nossas) mão mudar decisivamente este estado caótico de coisas.
Como?
1º
- Denunciando e reclamando do que vê estar errado para que outros
percebam que há formas de melhorar as coisas. E para que o Poder
perceba, de uma vez por todas, que já não lida com carneirinhos
estúpidos que se deixam conduzir alegremente para o matadouro, desde que
os entretenham com sessões contínuas de futebol.
2º -
Pode partilhar as suas experiências com outros. Familiares, amigos,
vizinhos, conhecidos, redes sociais, para que outros percebam que não é só consigo que as coisas correm mal. E que não é cada um de nós que tem azar: é o sistema que funciona mal.
Eu
acredito que o Facebook terá um papel primordial - se não decisivo - no
despertar dessa consciência cívica e desse espírito crítico na
população. E que será o principal responsável por juntar pessoas que
comungam dos mesmos diagnósticos e partilham as mesmas preocupações com o
futuro da Nação que, a continuar assim, não será outro senão o viver
eternamente de joelhos, com o chapéu na mão, a suplicar migalhas e a
pagar milhões em juros, numa sangria interminável que nos colocará
indefinidamente no saco da Alta Finança e dos "mercados" - que mais não
são do que os 160 velhos gordos da Forbes - giga milionários que não
conseguiram aquelas incontáveis fortunas (a maior parte delas superiores
ao PIB português) a trabalhar honestamente.
3 - Pode
organizar-se em torno de projectos de Cidadania com cariz partidário ou
não, mas ganhando escala (número=força) conseguirá ser ouvido e fazer
pressão para alterar aquilo que no seu bairro, nas suas terras, no seu
concelho, no seu distrito e, por fim, no seu país encontra de
chocantemente errado. Deve denunciar nas Assembleias Municipais dos seus
Concelhos o que está mal e obrigar os deputados eleitos a fiscalizar os
executivos municipais como é sua obrigação. E não - como tem acontecido
até aqui - deixar as maiorias legitimar cegamente as opções, quantas
vezes absurdas, desses mesmos executivos.
Sublinho:
temos agora ao nosso dispor esta ferramenta global nova, o facebook, que
poderá contribuir decisivamente para que se consiga pôr cobro a 40 anos
de roubos, delapidações, crimes económicos e BPNs em Portugal.
Eu acredito, porque vejo, que as redes sociais estão lentamente a despertar a consciência cívica adormecida de todo um povo.
Fenómeno que já vai com 40 anos de atraso, mas mesmo assim é melhor que seja agora que mais tarde.
Salazar
morreu há mais tempo do que a democracia dos compadrios tem de
vigência. Salazar esteve no poder 35 anos e esta democracia de mentira
já vai com 39.
É a altura de os cidadãos começarem a falar uns com os outros. Trocarem ideias. Organizarem-se e fazerem valer a sua voz.
E
se acharem que o actual quadro partidário não satisfaz as suas
aspirações, arranjarem entre si forças políticas e partidárias que, na
Assembleia da República, façam ouvir a sua voz.
Eu
proponho este projecto em que estou a trabalhar há semanas: PDI -
Partido para o Desenvolvimento do Interior.
www.facebook.com/PartidodoInterior
Mas estou aberto a
conhecer outros projectos políticos e a participar em plataformas que
tenham o mesmo objectivo: o de criar um Partido abrangente que defenda o
Interior de Portugal, em vez de contribuir para a sua morte rápida.
Interior nde - ao contrário do que nos dizem - ainda moram 5,5 Milhões de portugueses.
Ainda somos a maioria absoluta.
Vamos
continuar subjugados aos 3 milhões que votam cegamente nos partidos do
arco da corrupção, perdão: da governação, ou vamos traduzir a nossa
Força em votos e em números?