12.22.2013

O DIA MAIS PEQUENO no país mais diminuto

O dia mais pequeno do pior ano do país politicamente mais diminuto da europa foi hoje.

O que quer dizer que a partir daqui algo vai ter que aumentar. Os dias, de certeza. Mas só os dias?
Penso que não.
Este país chegou a um estado caótico inimaginável até por mim, que sigo a política desde o 25 de Abril. Há quase 40 anos.
Caímos neste estado de degradação por culpa do péssimo funcionamento de quase todas as Instituições, sempre com a complacência do povo mais iletrado, inculto, pobre, envelhecido, doente e diariamente obscurantizado de toda a europa.

O que nos leva a perguntar: mas afinal isto não pode ser coincidência... O que falhou neste País?
Terá sido o Ensino o que mais falhou em Portugal? 
Pareceria que sim, à primeira vista.
Porque grande parte dos alunos no 11º ano mal sabe ler. A esmagadora maioria vai hoje para cursos profissionais porque não imagina, ao fim de 9 anos de estudo, como se  somam ou dividem fracções. Menos ainda consegue interpretar textos. Não compreende aquilo que lê apesar de todas as milhentas reformas - algumas em sentido contrário - e de todas as experiências feitas com modelos importados da Suiça, da Áustria, dos EUA e ultimamente do México. 
Há 12 anos os profs tinham a obrigação de passar toda a gente. Soubessem os alunos ler ou não. 
E cumpriram as ordens. Passaram toda a gente. 
Hoje temos uma geração inteira de analfabetos funcionais com um diploma do 9º ano. Que também já não serve para nada porque a escolaridade mínima passou para o 12º. 
Os que não são analfabetos estão a emigrar em catadupa naquilo que se denomina já o "brain drain" - escoamento de cérebros - para a Europa e EUA. Só cá fica quem não tem habilitações para emigrar.
Portanto estamos perante uma geração semi-perdida. Só cá ficam os menos apetrechados intelectualmente, o que faz prever mais 30 anos de desgraça, mediocridade e total ausência de espírito crítico. Ou seja: a continuidade do paraíso para a corja de caciques, corruptos e bandidos que se instalou no aparelho e nos delapida há 39 anos. 
Terá sido, então, o Ensino o que mais falhou?

Não. Ainda há pior: a Justiça.
Aqui nada - mas nada mesmo - funciona, hoje em dia. 
Portugal é tudo menos um Estado de Direito. 
A começar no Governo e a acabar nas Finanças, ninguém cumpre lei nenhuma.
O único órgão que ainda funciona é o Tribunal Constitucional mas por pouco tempo. Ao de Contas já ninguém passa cartão há décadas.
Portanto: praticamente nada na Justiça funciona. Podemos dizer até que funciona ao contrário. É preciso ter milhares de euros para se contratarem os bons escritórios de advogados, se se quiser ter sucesso na contenda jurídica. Se assim não for, é para esquecer. Quem não tiver esse dinheiro para encher os bolsos aos "trutas" que a sabem toda, está feito. Perde tudo. 
Por isso as cadeias estão cheias de pobres e analfabetos.
Aquilo a que chamamos Justiça é de facto uma Instituição obscura que - como diz Marinho Pinto - tem dois departamentos: um para os pobres e outro para os ricos. E quase sempre prende os pobres e absolve os ricos. Mas ainda não é o que funciona pior neste país. 
Ainda há pior.


A Saúde consegue ainda estar mais doente que a Justiça. Porque simplesmente está a saque.
Os 30% de portugueses que, hoje em dia, ainda conseguem arranjar dinheiro para se diagnosticarem, são apanhados na curva seguinte: a dos tratamentos.
E destes 10%, os que ainda resistirem a este segundo filtro, por certo soçobram no seguinte: o da continuidade dos tratamentos nos Hospitais Públicos (já nem se fala nas clínicas privadas) com os actuais cortes nos medicamentos e tratamentos considerados demasiado caros. 
Mas pior e mais chocante ainda, porque estúpida e perfeitamente evitável: a negligência pura e dura. 
E continuada. E diária. Todos os dias noticiada de Norte a Sul. 
Entra-se num Hospital com uma unha encravada e já ninguém pode garantir que se sai de lá vivo. Exemplos são mais que muitos e todos os dias. 
Morre gente nos Hospitais porque teve o azar de lá entrar. Se não entrasse, estava viva. 

Em todas as Terras há dezenas de exemplos desses e os jornais trazem centenas, por ano. Coisas mínimas como braços partidos que depois desenvolvem gangrenas; operações rotineiras à garganta para tirar nódulos que terminam em asfixia depois de longas horas de avisos, queixas e protestos; enfartes de miocárdios ligeiros ou pneumonias que evoluem para quadros irreversíveis ao fim de 6 dias de negligências continuadas; as infecções hospitalares que são responsáveis por 40% das mortes em Hospitais e que vitimam os idosos acima dos 80 como a tuberculose fazia no inicio do século... 
A lista é interminável.
A Saúde, em Portugal, mata mais do que a Guerra.


E com um cenário destes, o que pode um cidadão lúcido fazer?
Ao contrário do que muitos comodistas defendem, pode fazer muita coisa. Aliás, pode fazer TUDO o que já devia ter feito há décadas. Se o tivesse feito, por certo não teríamos chegado a este envergonhante estado de capitulação da nossa soberania nacional.

Está nas suas (nossas)  mão mudar decisivamente este estado caótico de coisas. 
Como?

1º - Denunciando e reclamando do que vê estar errado para que outros percebam que há formas de melhorar as coisas. E para que o Poder perceba, de uma vez por todas, que já não lida com carneirinhos estúpidos que se deixam conduzir alegremente para o matadouro, desde que os entretenham com sessões contínuas de futebol.

2º - Pode partilhar as suas experiências com outros. Familiares, amigos, vizinhos, conhecidos, redes sociais, para que outros percebam que não é só consigo que as coisas correm mal. E que não é cada um de nós que tem azar: é o sistema que funciona mal.
Eu acredito que o Facebook terá um papel primordial - se não decisivo - no despertar dessa consciência cívica e desse espírito crítico na população. E que será o principal responsável por juntar pessoas que comungam dos mesmos diagnósticos e partilham as mesmas preocupações com o futuro da Nação que, a continuar assim, não será outro senão o viver eternamente de joelhos, com o chapéu na mão, a suplicar migalhas e a pagar milhões em juros, numa sangria interminável que nos colocará indefinidamente no saco da Alta Finança e dos "mercados" - que mais não são do que os 160 velhos gordos da Forbes - giga milionários que não conseguiram aquelas incontáveis fortunas (a maior parte delas superiores ao PIB português) a trabalhar honestamente. 

3 - Pode organizar-se em torno de projectos de Cidadania com cariz partidário ou não, mas ganhando escala (número=força) conseguirá ser ouvido e fazer pressão para alterar aquilo que no seu bairro, nas suas terras, no seu concelho, no seu distrito e, por fim, no seu país encontra de chocantemente errado. Deve denunciar nas Assembleias Municipais dos seus Concelhos o que está mal e obrigar os deputados eleitos a fiscalizar os executivos municipais como é sua obrigação. E não - como tem acontecido até aqui - deixar as maiorias legitimar cegamente as opções, quantas vezes absurdas, desses mesmos executivos.

Sublinho: temos agora ao nosso dispor esta ferramenta global nova, o facebook, que poderá contribuir decisivamente para que se consiga pôr cobro a 40 anos de roubos, delapidações, crimes económicos e BPNs em Portugal. 
Eu acredito, porque vejo, que as redes sociais estão lentamente a despertar a consciência cívica adormecida de todo um povo. 
Fenómeno que já vai com 40 anos de atraso, mas mesmo assim é melhor que seja agora que mais tarde.


Salazar morreu há mais tempo do que a democracia dos compadrios tem de vigência.  Salazar esteve no poder 35 anos e esta democracia de mentira já vai com 39.


É a altura de os cidadãos começarem a falar uns com os outros. Trocarem ideias. Organizarem-se e fazerem valer a sua voz.

E se acharem que o actual quadro partidário não satisfaz as suas aspirações, arranjarem entre si forças políticas e partidárias que, na Assembleia da República, façam ouvir a sua voz.

Eu proponho este projecto em que estou a trabalhar há semanas:  PDI - Partido para o Desenvolvimento do Interior.     www.facebook.com/PartidodoInterior

Mas estou aberto a conhecer outros projectos políticos e a participar em plataformas que tenham o mesmo objectivo: o de criar um Partido abrangente que defenda o Interior de Portugal, em vez de contribuir para a sua morte rápida.
Interior nde - ao contrário do que nos dizem - ainda moram 5,5 Milhões de portugueses. 
Ainda somos a maioria absoluta. 

Vamos continuar subjugados aos 3 milhões que votam cegamente nos partidos do arco da corrupção, perdão: da governação, ou vamos traduzir a nossa Força em votos e em números?