O drama da morte de uma criança de dois anos em Aviz será tão grande como o da morte de um futebolista em campo?
Não.
As perdas de vidas são todas para lamentar, mas umas parecem ser MAIS para lamentar que outras. E isso revolta qualquer cidadão ainda não totalmente estúpidificado pela nacional futeboleirite aguda que a muitos portugueses tráz adormecidos.
Enquanto dedicam as suas vidas ao futebol - e estão no seu direito, não há dúvida - passa-lhes rigorosamente tudo ao lado: os valores, a cultura, o estudo, a moral, as prioridades, a justiça.
Neste caso, para fazer uma macabra comparação (mas parece que nem com este tratamento de choque a esmagadora maioria dos portugueses acorda da sua decana letargia), era preciso que morressem mais de mil crianças de 2 anos para que uma seguradora pagasse a todas as famílias o que esta vai pagar só à família do jogador.
É apenas um indicador, mas que diz quase tudo, numa sociedade onde as únicas coisas que se valorizam é o dinheiro e o orgulho de se ser estúpido.
Mil crianças não valem um futebolista!
Incrível!
E porquê? Porque os advogados da seguradora não "oferecerão", como base negocial, mais do que 12.500 euros, se lá chegarem.
E não chegam lá.
quem já teve perdas na família sabe bem do que estou a falar.
Qualquer profissional de seguros sabe bem que é isto mesmo que se paga na prática, e passados anos...
Esta é a realidade, por muito que vos custe.
Continuem a chorar pelo Fahér e esqueçam as milhares de criancinhas que morrem, todos os anos, vítimas de um subdesenvolvimento destes.