1.02.2013

Ano Novo, fado velho

O novo ano começou. Espera-se tradicionalmente uma "vida" nova. Mas não para os portugueses mansos.

2013 trará mais do mesmo. E 2014 pior e assim sucessivamente porque a receita é a mesma e enquanto este governo não cair e o próximo não exigir novos prazos e condições semelhantes às da Grécia as nossas pequenas e médias empresas continuarão a falir e o desemprego a disparar por mais que os números sejam manipulados com cursos e mais recursos em centros de emprego em que ninguém ensina e ninguém aprende.

Portugal será novamente resgatado no final de 2013 mas só depois de atingirmos o caos total. De haver fome generalizada e dos doentes morrerem nas urgências dos hospitais por falta de tratamento e de meios de diagnóstico.
Morrerão dezenas de milhares de velhinhos com gripes vulgares o que produzirá uma acrescida poupança para o estado que será de imediato comida pela descoberta de mais e mais buracos orçamentais.

Este genocídio fará com que Portugal se aproxime da média etária da Europa. Não porque nasçam mais crianças mas porque se matarão centenas de milhares de idosos nos hospitais entretanto transformados em ante câmaras das morgues.
Estou a escrever isto bem sabendo que provavelmente é o que me acontecerá a mim e a muitos outros portugueses de meia idade.

É isto Portugal.
Ano novo, miséria intelectual velha. E generalizada.
Os políticos rastejam para sobreviver na política. A política é isso: manter os empregos aos que lá estão e impedir os outros de tomar os seus lugares.
Não me refiro, evidentemente, aos políticos locais - que há muita gente séria e honesta por essas terras fora que dão o seu melhor em prol do bem estar das populações, a maior parte das vezes sem dinheiro sequer para pagar as facturas das pequenas obras e melhorias que lá vão conseguindo implementar; mas aos que, em Lisboa, manipulam diariamente milhões em dinheiros que, roubados em forma de impostos a quem trabalha, são sistematicamente canalizados para manter as suas próprias mordomias.
Vivemos isto desde os últimos anos da Monarquia.

A República imposta ao povo não resolveu o problema da sua galopante estupidificação.
Há agora muito mais escolas onde se ensina mais e melhor. Mas o nível intelectual da esmagadora maioria do povo não aumentou na proporção esperada.
Por isso este governo faz deste povo o que quer. Esmaga-o como entender. Não há espírito crítico neste povo que continua a deixar que lhe imponham as maiores indignidades, pacificamente.
Até o inútil presidente da República foi forçado a enviar o orçamento genocida ao TC tal o escândalo do seu conteúdo e do inacreditável e inexequível confisco que lança sobre quem trabalha e toda a vida trabalhou.
Mas o povo nem isso exigiu.

A Solução Primeira: a consciencialização popular


Arnaldo Matos e Karl Marx estavam, num ponto, absolutamente certos. É urgente EDUCAR o povo. Não só a classe operária que já nem sequer existe, mas todo o povo na sua globalidade.
Enquanto este nível de consciencialização popular for o que é, a única esperança para que este país finalmente possa começar a evoluir é restringir o direito de voto apenas àqueles que sabem o que estão a fazer, retirando a possibilidade a quem não faça a mínima ideia das funções dos órgãos de soberania para os quais vota, de neles repetida e estupidamente continuar a votar.

Ou seja: suspender a democracia para todos aqueles que não sabem nem querem saber como usar os seus Direitos e Deveres cívicos. E, com essa restrição temporária, obrigar a população futeboleira alienada, demitida e amorfa a aprender que está viva, que país é este, que Europa é esta, que mundo é este e para que servem as instituições.
E aí, sim. Depois do exame feito, poderá voltar a votar.


Não há mais nenhum caminho para além deste. Retirar aos alienados (a esmagadora maioria da população adulta actual) a possibilidade de escolher, se não sabe o que está a fazer.
Obrigá-los a aprender, fazer-lhe o teste de cidadania e depois readmiti-los nos cadernos eleitorais.
Não há nada mais politicamente incorrecto nem nada mais lógico que isto, que nada tem a ver com o que defendeu Ferreira Leite há 2 anos. Ela queria suspender a democracia por 6 meses para se fazerem as reformas tidas por necessárias.
Eu defendo a sua suspensão temporária apenas àqueles que a não sabem usar.


Sem este primeiro passo para a reconstrução do país e a dignificação e reconstrução intelectual do seu povo todos os subsequentes são inúteis.
Com um nível intelectual aberrante como o português e a sua idiossincrasia no panorama europeu actual, não é possível construir-se coisa nenhuma em democracia. Só em ditadura.
Como sempre aconteceu.