'A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!'
"AS ESCOLAS PORTUGUESAS ESTÃO UM VERDADEIRO CAOS!!!!
Depois de ouvir hoje o que disse a Srª Ministra, depois de ler os desabafos de muitos colegas nossos, na minha Escola, na blogosfera, invadiu-me uma raiva que não consigo mais conter e gostaria de agritar ao Mundo.
Dizia a Srª Ministra, com o seu ar sereno, que "o processo de avaliação de desempenho dos professores está a avançar de "forma normal e com grande sentido de responsabilidade" na maioria das escolas." e eu pergunto Srª Ministra:
- Quem tenta enganar? Os Professores? Os Pais dos alunos? A opinião pública? A Comunicação social? Quem? A si própria? O seu governo?
Na maioria das Escolas, Srª Ministra, a situação é esta:
- Os Professores estão cansados, desmotivados, não aguentam tanto trabalho para nada. Reuniões, grelhas, objectivos, mais reuniões, relatório, mais reuniões... e continua assim, semana atrás de semana. Resultado:
Os Professores não têm tempo para aquilo que gostam de fazer: ENSINAR!!!
A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!
Na maioria das escolas, muitos Professores que até agora eram empenhados na preparação das suas aulas, limitam-se a fazer o mais fácil, não têm tempo para pesquisa, para partilhar com os alunos. Osalunos não aprendem!
A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!
Na maioria das Escolas muitos Professores que tinham ainda TANTO para dar à Escola, eram o pilar da Escola, uma referência para os mais novos, estão a abandonar, vão para a APOSENTAÇÃO, mesmo com penalizações graves! É fácil perceber: por cada três que saem, entram apenas dois, com vencimentos muito mais baixos. O factor economicista sempre à frente!
Não lhe passa pela cabeça, Srª Ministra, o potencial humano que as Escolas estão a perder e os efeitos de tal fuga!
A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!
Na maioria das Escolas, há Professores de baixa médica, Professores esgotados que não aguentam mais esta loucura, que metem atestados e então vem outro professor substituir ou não vem… não faz mal! Os alunos terão a farsa das aulas de substituição e, em vez de terem Ed. Física ou Matemática, têm aula com um Professor de Português ou Geografia… tanto faz, o que interessa é ter tudo ocupadinho, Professores e Alunos. Srª Ministra, são muitas aulas em que os alunos não têm aulas com o SEU professor, porque este está doente, em que a matéria não é leccionada.
A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!
Na maioria das Escolas, os Professores andam às voltas com o novo Estatuto do Aluno. A Srª Ministra mandou cá para fora um documento em que obriga os alunos que faltam a fazerem uma prova de recuperação mesmo que faltem porque não lhes apetece, um documento que não prevê distinção entre os alunos que faltam porque estão doentes e aqueles que ficaram a dormir até mais tarde. Os Professores têm que fazer a prova! Fazer a prova, prepará-la, corrigi-la, plano de recuperação… quantas horas implica tudo isto, Srª Ministra? Solução fácil! Esqueçamo-nos de marcar faltas! Se isto é para ser a brincar, nós fazemos-lhe a vontade.
A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!
Os Professores que até ao ano lectivo anterior eram uma classe que partilhava, onde não se sentia, regra geral, a competição, deixaram de confiar uns nos outros, vivem em função da avaliação de desempenho, num verdadeiro egoísmo. Desconfiam do colega que o vai avaliar, querem apanhar as quotas dos Excelentes ou Muito Bom. O mau estar nas Escolas é geral, um clima de desconfiança instalou-se!
A CULPA É TODA SUA, SRª MINISTRA!
E dirá a Srª Ministra: "Os Professores não querem ser avaliados".Engana-se Srª Ministra "Os Professores querem ser avaliados!!!! Sempre foram, tal como Vossa Excelência é e será avaliada (talvez não precise de tanta grelha, mas será!!). Os Professores fazem um trabalho público! São avaliados diariamente. QUEREM UMA AVALIAÇÃO SÉRIA e não um faz-de-conta.
Mas acha, Srª MINISTRA, que é avaliar seriamente um Professor, quando:
1 – Um colega (que pode ter menos habilitações e não é da área disciplinar) vai assistir a TRÊS aulas em 150 aulas que um Professor dá à turma? É tão fácil BRILHAR em três aulas, mesmo que nas outras 147 não se faça nada! Os Professores já tiveram aulas assistidas nos estágios…. Sabem fazê-lo. Não têm medo disso, Srª Ministra!!! Isto é avaliação séria, Srª Ministra?
2 – Um colega Coordenador de Departamento é de Francês/Inglês (excelente profissional na sua área, mas como viveu muitos anos em França, tem dificuldades na língua Portuguesa) vai avaliar um colegade Estudos Portugueses que, por não ter tido tantos cargos como o primeiro, não é TITULAR e por isso vai ser avaliado nas suas aulas de Português (com 30 anos de serviço) pelo primeiro. Isto é avaliação séria, Srª Ministra?
3 – Um colega de Educação Tecnológica, com uma licenciatura da Universidade Aberta obtida há alguns anos, vai avaliar colegas de MATEMÁTICA do seu Departamento (Ciências Exactas), alguns já com o Mestrado na área (Repito: os colegas são excelentes profissionais, mas não PODEM SER avaliadores de quem tem mais ou diferentes habilitações do que eles. Eles não têm culpa e muitos desejavam não representar tal papel). Isto é avaliação séria, Srª Ministra?
4 – Um dos elementos da avaliação dos alunos é a progressão dos resultados escolares dos seus alunos. Srª Ministra, é tão fácil falsear a progressão dos resultados escolares dos alunos…se NÃO formos sérios e quisermos contribuir apenas para o sucesso estatístico. Acha que os Professores, sabendo que estes dados contam para a sua avaliação, vão dar classificações baixas? Isto é avaliação séria, Srª Ministra?
5 – E o dito portefólio ou "dossier pedagógico" ser outro factor na avaliação?! É tão fácil, hoje em dia, enchê-lo com materiais LINDOS, pedagógicos….mesmo que os alunos nem os tenham visto, mesmo que estes materiais não sejam nossos. Isto é avaliação séria, Srª Ministra?
E finalmente, uma das aberrações do 2/2008
6 – O Presidente do Conselho Executivo, e simultaneamente Presidente do Conselho Pedagógico, não precisa ser TITULAR! Como explica isto Srª Ministra? A senhora Ministra criou esta distinção entre TITULARES e PROFESSOR! Então os Professores TITULARES não seriam aqueles que iriamdesempenhar as funções de maior responsabilidade nas Escolas, um grupo altamente qualificado? Ou será que o Presidente do CE e do CP não é um cargo de responsabilidade? Como justifica que não seja necessário o título de TITULAR, se para outros cargos de menor importância, como Coordenador de Departamento ou de Directores de turma tal cargo é exigido? EXPLIQUE Srª Ministra! E quando este mesmo Presidente do Conselho Executivo tem apenas o equivalente ao antigo 7º ano (ou seja, é bacharel, depois de uma formação à distância de alguns meses)? Há TANTOS nas nossas escolas! Vai avaliar colegas com mestrados e licenciaturas? É ele que vai avaliar TODOS os colegas da Escola.Muitas vezes, para além de ter habilitação muito inferior aos avaliados, há anos que não lecciona! Isto é avaliação séria, Srª Ministra?
7 – Claro que há Professores, como há médicos, como há advogados, como há MINISTROS menos competentes. Mas acha que é assim que a situação vai melhorar? Quem não é tão bom profissional, vai continuar a não sê-lo e os bons agora também não têm tempo para o ser. Por que razão não se ajuda com avaliação formativa aqueles que têm mais dificuldades, sem o intuito de os penalizar? Acha que é justo um avaliador faltar às aulas das suas turmas (12avaliadosx3 aulas de 90mn= é só fazer as contas) para ir avaliar colegas? E os alunos ficam entregues a outros Professores que podem não ser seus? Então primeiro a avaliação dos Professores e depois a dos alunos?
Isto é avaliação séria, Srª Ministra?
Srª Ministra:
- Sou uma professora que, tal como milhares neste país (a senhora viu quantos no 8 de Março, mas fez que não viu!), dediquei toda a minha vida ao Ensino. Dei sempre o meu melhor, trabalhei com gosto para os meus alunos, férias, fins-de-semana, noites; gosto de ensinar mas sinto-me REVOLTADA por a srª Ministra nos ter tirado (ou querer tirar) esse grande prazer: ENSINAR!
- Sou uma Professora que, tal como milhares neste país, poderia ir agora para a reforma, mesmo com penalizações, mas VOU RESISTIR, não vou deixar que me obriguem a abandonar com mágoa, os meus alunos, a minha Escola!
- Sou uma Professora que confio no bom senso e tenho esperança que ainda vá a horas de não deixar a degradação atingir, ainda mais as nossas escolas.
- Srª Ministra oiça gente que sabe, (muita gente) dizer que é um crime o que se está a passar nas escolas portuguesas. Medina Carreira disse há poucos dias que se os pais tivessem a verdadeira percepção do que se está a passar na Escola em Portugal, viriam para a rua. Ele sabe do que fala.
- Srª Ministra OIÇA os Professores. Eles estão nas Escolas, no terreno. Mais do que ninguém, eles estão a dizer-lhe que assim NÃO teremos sucesso educativo. Assim, o sucesso será apenas ESTATÍSTICO e ECONÓMICO!
OS PROFESSORES (na sua maioria) SÃO SÉRIOS! QUEREM ENSINAR E QUEREM QUE OS SEUS ALUNOS APRENDAM! CONFIE NELES! OIÇA-NOS SRª MINISTRA!
E para terminar, um poema de Alberto Caeiro que encontrei hoje no blog Terrear e uma frase de JMA.Des (aprender)
Procuro despir-me do que aprendiProcuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,Desembrulhar-me e ser eu...
Alberto Caeiro
P.S. Peço desculpa a quem me ler, pela agressividade de algumas expressões, mas tenho de soltar este grito de REVOLTA! Aos puristas linguísticos, também, mas a intenção não foi fazer prosa. Imaginei aSrª Ministra à minha frente e pus no papel aquilo que gostaria de lhe dizer.
Peço desculpa também por não me identificar (por enquanto). Não o costumo fazer, mas as razões são óbvias!
UM ENORME BEM-HAJA A TODOS OS PROFESSORES!"
"A grande e inadiável urgência de desaprender. De ver. Mesmo que isso nos custe. Porque a alternativa só pode ser a cegueira" JMA in blog Terrear
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11.03.2008
Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues (Silves) boicota ESTA avaliação inútil
Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues (Silves) boicota ESTA avaliação inútil
Uma clara maioria de professores do Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues, Silves, decidiu em planério geral de professores, realizado no passado dia 28 de Outubro, solicitar a suspensão do actual processo avaliativo.
Desta decisão, resultou a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho Pedagógico onde, com 13 votos a favor (duas abstenções e um voto contra), se decidiu pela não avaliação dos docentes do Agrupamento até ao início do 2º Período, altura em que será reavaliada a situação.
Os nossos motivos seguem na moção (em anexo), mas gostaríamos de reafirmar 3 pontos muito claros:
1º) Somos frontalmente a favor de uma avaliação que premeie a "excelência" da classe e que, por outro lado, identifique claramente os pontos a melhorar no desempenho da nossa profissão e que aponte soluções para corrigir essas situações.Dito por outras palavras, não queremos preencher papéis inúteis, queremos saber como podemos ser melhores professores!
2º) Somos contra esta avaliação que, entre muitos outros pontos aberrantes, considera a questão do "abandono escolar" na avaliação docente, a qual se fica a dever, na esmagadora maioria dos casos, a condicionantes sociais que escapam ao controlo da escola;
3º) Não aceitamos uma avaliação hipócrita do "faz de conta", do género "vamos lá preencher a tabelinha para termos todos Bom", inútil na melhoria do ensino público português e que apenas serve para passar a imagem para a opinião pública de que, ao avaliar deste forma os professores, o Ministério estará a contribuir para a melhoria da qualidade do ensino em Portugal.
Leiam o texto desabafo que se segue e utilizem a nossa moção da melhor forma que entenderem. Esta luta é pela nossa dignidade e pelos nossos alunos!
Façam da nossa força a vossa força!
«Primeiro, eles vieram buscar os comunistas.Não disse nada, pois não era comunista;Depois, vieram buscar os judeus.Nada disse, pois não era judeu;Em seguida, foi a vez dos operários.Continuei em silêncio, pois não era sindicalizado;Mais tarde, levaram os católicos.Nem uma palavra pronunciei, pois não sou católico.Agora, eles vieram-me buscar a mim,e quando isso aconteceu, não havia mais ninguém para protestar». Bertold Brecht Colegas e amigos, Há momentos na história de um país em que é criminoso ficar calado. Em relação ao futuro da educação pública em Portugal, vivemos um desses raros momentos que a história nos concede... Comecei a dar aulas há 10 anos. Ao longo destes 10 anos, senti sempre saudades da escola durante o mês de Agosto. Este ano, pela primeira vez, não! De há 10 anos a esta parte, que assisto à degradação do ensino, à institucionalização da mediocridade! Para tudo, a resposta é só uma, ano após ano: mais e mais papel! Mais do que a degradação da nossa profissão, assusta-me assistir impávido e sereno a como nos conformamos, ano após ano, em baixar os níveis de exigência a um mínimo indecente. . E, para tudo isto, a solução é sempre mais uma "tabela", uma "grelha", uma "planificação", uma "justificação"...Não interessa se a planificação é para cumprir ou se é útil, interessa que fique arquivada. Não interessa se a "justificação" é útil e necessária, o que importa é que ela exista para nos "protegermos"...Dos pais e dos inspectores, esse papões! Não concordamos, mas preenchemos na mesma! Não concordamos, mas há muito que interiorizámos a cultura do medo e de não questionar...Aumenta a indisciplina? Não faz mal, faz-se mais um papel; Os alunos não aprendem? Não faz mal, faz-se mais um papel; É necessário avaliar os senhores professores? Não faz mal, faz-se mais um papel! Basta de "cultura do medo" (dos pais, dos recursos, da inspecção,...)! É necessário uma cultura de amor próprio, de amor pela profissão e pelo simples acto de ensinar. Claro que algum tipo de avaliação dos professores é necessário e urgente! Sobretudo se tiver como objectivo melhorar a qualidade do ensino...Não estamos todos cansados de quem, entre nós, é indigno de ostentar o nome de "professor"? E será que esta avaliação vai permitir corrigir essas situações, os erros individuais de cada um de nós ou até algum "defeito corporativo" da classe? Será que esta avaliação contribuirá para melhorar aquilo que os nossos alunos efectivamente aprendem? Ela não se destina a ajudar os professores a melhorar as suas prestações e auxiliar, desse modo, os nosso alunos. Não se destina a "punir" os medíocres ou a premiar a "excelência"...O que o ministério pretende é que entremos na perigosa jogada da hipocrisia...Para eles apenas interessa passar a mensagem ao país: "Estamos a avaliar os professores, estamos a aumentar o grau de exigência e de rigor do ensino!" E nós, que sabemos ser falso, pactuamos! Vamos a manifestações ao Sábado gritar "palavras de ordem" e na Segunda preenchemos as grelhas inúteis que nos impingem?! Ou seja, no fundo não concordamos com esta avaliação para professores. No entanto, parecemos estar dispostos a pactuar com ela quando nos deixamos arrastar para uma lógica, do tipo: "Eu não concordo com esta avaliação, nem lhe vejo qualquer capacidade de melhorar o actual estado das coisas, mas vamos pactuar com ela na esperança que não dê em nada...Vamos levar isto sem ser muito a sério, fazemos todos os objectivos mínimos de modo a termos todos "bom" e, pronto, está o assunto arrumado!" E quando quisermos ensinar aos nosso filhos e alunos a importância de nunca sermos hipócritas, o que faremos?! Olhamos para o chão e coramos de vergonha! Das duas uma: Ou temos a coragem de assumir que não concordamos com esta avaliação e recusamo-nos a cumpri-la; ou temos a coragem de assumir que concordamos com ela e cumprimos tudo a 100%, com todas as implicações deste acto.Não me obriguem é a aceitar situações intermédias, por medo ou cobardia. Com coragem a favor ou com coragem contra! Exliquem-me: em que é que esta avaliação vai contribuir para premiar a excelência dos professores? Em nada! Em que é que esta avaliação vai contribuir para melhorar a qualidade do ensino? Em nada! E então,vamos pactuar hipocritamente com algo em que não acreditamos?! E porquê? Por medo?! Eu também tenho medo...Sobretudo de um dia olhar para o espelho e perceber que traí os ideais a que me comprometi defender quando abracei esta profissão! Poderei eu exigir aos meus alunos que sejam honestos e rigorosos e, ao mesmo tempo, pactuar com uma avaliação que acho nefasta para a minha profissão? Expliquem-me, que eu não percebo! Claro que eu sei que há coisas que estão mal no ensino por culpa nossa. Sou capaz de enumerar algumas. Infelizmente, nenhuma delas será resolvida com este processo que nos querem impor... À ministra não interessa promover a excelência, porque esta é sempre perigosa para o poder. Porque pensa, porque não obedece cegamente, porque questiona, porque não se dobra e porque, quando é chegada a hora, sabe sempre dizer que "não" e de forma digna.À ministra interessa que nos rendamos à cultura "de não criar ondas", à "cultura do medo", "à cultura da tabelazinha", à "cultura das aparências", no fundo, à "cultura do Bom"! Não contem comigo para isso! Se tenho medo? Claro que sim, só um louco não teria...Também me preocupa o futuro, as contas por pagar e a minha carreira...Mas interessa-me mais o futuro dos meus alunos, a minha dignidade como profissional e ser humano e a minha consciência. Não peço que pensem como eu e que me sigam pelas minhas ideias. Sigam a vossa consciência, que eu sigo a minha... Mas se, tal como eu, sentirem que existe um limite para o tamanho dos "sapos" que conseguem engolir, juntem-se a este protesto pacífico na defesa do ensino público português.
Porque "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não".
Obrigado.
--
Pedro Nuno Teixeira Santos, orgulhosamente professor
Uma clara maioria de professores do Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues, Silves, decidiu em planério geral de professores, realizado no passado dia 28 de Outubro, solicitar a suspensão do actual processo avaliativo.
Desta decisão, resultou a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho Pedagógico onde, com 13 votos a favor (duas abstenções e um voto contra), se decidiu pela não avaliação dos docentes do Agrupamento até ao início do 2º Período, altura em que será reavaliada a situação.
Os nossos motivos seguem na moção (em anexo), mas gostaríamos de reafirmar 3 pontos muito claros:
1º) Somos frontalmente a favor de uma avaliação que premeie a "excelência" da classe e que, por outro lado, identifique claramente os pontos a melhorar no desempenho da nossa profissão e que aponte soluções para corrigir essas situações.Dito por outras palavras, não queremos preencher papéis inúteis, queremos saber como podemos ser melhores professores!
2º) Somos contra esta avaliação que, entre muitos outros pontos aberrantes, considera a questão do "abandono escolar" na avaliação docente, a qual se fica a dever, na esmagadora maioria dos casos, a condicionantes sociais que escapam ao controlo da escola;
3º) Não aceitamos uma avaliação hipócrita do "faz de conta", do género "vamos lá preencher a tabelinha para termos todos Bom", inútil na melhoria do ensino público português e que apenas serve para passar a imagem para a opinião pública de que, ao avaliar deste forma os professores, o Ministério estará a contribuir para a melhoria da qualidade do ensino em Portugal.
Leiam o texto desabafo que se segue e utilizem a nossa moção da melhor forma que entenderem. Esta luta é pela nossa dignidade e pelos nossos alunos!
Façam da nossa força a vossa força!
«Primeiro, eles vieram buscar os comunistas.Não disse nada, pois não era comunista;Depois, vieram buscar os judeus.Nada disse, pois não era judeu;Em seguida, foi a vez dos operários.Continuei em silêncio, pois não era sindicalizado;Mais tarde, levaram os católicos.Nem uma palavra pronunciei, pois não sou católico.Agora, eles vieram-me buscar a mim,e quando isso aconteceu, não havia mais ninguém para protestar». Bertold Brecht Colegas e amigos, Há momentos na história de um país em que é criminoso ficar calado. Em relação ao futuro da educação pública em Portugal, vivemos um desses raros momentos que a história nos concede... Comecei a dar aulas há 10 anos. Ao longo destes 10 anos, senti sempre saudades da escola durante o mês de Agosto. Este ano, pela primeira vez, não! De há 10 anos a esta parte, que assisto à degradação do ensino, à institucionalização da mediocridade! Para tudo, a resposta é só uma, ano após ano: mais e mais papel! Mais do que a degradação da nossa profissão, assusta-me assistir impávido e sereno a como nos conformamos, ano após ano, em baixar os níveis de exigência a um mínimo indecente. . E, para tudo isto, a solução é sempre mais uma "tabela", uma "grelha", uma "planificação", uma "justificação"...Não interessa se a planificação é para cumprir ou se é útil, interessa que fique arquivada. Não interessa se a "justificação" é útil e necessária, o que importa é que ela exista para nos "protegermos"...Dos pais e dos inspectores, esse papões! Não concordamos, mas preenchemos na mesma! Não concordamos, mas há muito que interiorizámos a cultura do medo e de não questionar...Aumenta a indisciplina? Não faz mal, faz-se mais um papel; Os alunos não aprendem? Não faz mal, faz-se mais um papel; É necessário avaliar os senhores professores? Não faz mal, faz-se mais um papel! Basta de "cultura do medo" (dos pais, dos recursos, da inspecção,...)! É necessário uma cultura de amor próprio, de amor pela profissão e pelo simples acto de ensinar. Claro que algum tipo de avaliação dos professores é necessário e urgente! Sobretudo se tiver como objectivo melhorar a qualidade do ensino...Não estamos todos cansados de quem, entre nós, é indigno de ostentar o nome de "professor"? E será que esta avaliação vai permitir corrigir essas situações, os erros individuais de cada um de nós ou até algum "defeito corporativo" da classe? Será que esta avaliação contribuirá para melhorar aquilo que os nossos alunos efectivamente aprendem? Ela não se destina a ajudar os professores a melhorar as suas prestações e auxiliar, desse modo, os nosso alunos. Não se destina a "punir" os medíocres ou a premiar a "excelência"...O que o ministério pretende é que entremos na perigosa jogada da hipocrisia...Para eles apenas interessa passar a mensagem ao país: "Estamos a avaliar os professores, estamos a aumentar o grau de exigência e de rigor do ensino!" E nós, que sabemos ser falso, pactuamos! Vamos a manifestações ao Sábado gritar "palavras de ordem" e na Segunda preenchemos as grelhas inúteis que nos impingem?! Ou seja, no fundo não concordamos com esta avaliação para professores. No entanto, parecemos estar dispostos a pactuar com ela quando nos deixamos arrastar para uma lógica, do tipo: "Eu não concordo com esta avaliação, nem lhe vejo qualquer capacidade de melhorar o actual estado das coisas, mas vamos pactuar com ela na esperança que não dê em nada...Vamos levar isto sem ser muito a sério, fazemos todos os objectivos mínimos de modo a termos todos "bom" e, pronto, está o assunto arrumado!" E quando quisermos ensinar aos nosso filhos e alunos a importância de nunca sermos hipócritas, o que faremos?! Olhamos para o chão e coramos de vergonha! Das duas uma: Ou temos a coragem de assumir que não concordamos com esta avaliação e recusamo-nos a cumpri-la; ou temos a coragem de assumir que concordamos com ela e cumprimos tudo a 100%, com todas as implicações deste acto.Não me obriguem é a aceitar situações intermédias, por medo ou cobardia. Com coragem a favor ou com coragem contra! Exliquem-me: em que é que esta avaliação vai contribuir para premiar a excelência dos professores? Em nada! Em que é que esta avaliação vai contribuir para melhorar a qualidade do ensino? Em nada! E então,vamos pactuar hipocritamente com algo em que não acreditamos?! E porquê? Por medo?! Eu também tenho medo...Sobretudo de um dia olhar para o espelho e perceber que traí os ideais a que me comprometi defender quando abracei esta profissão! Poderei eu exigir aos meus alunos que sejam honestos e rigorosos e, ao mesmo tempo, pactuar com uma avaliação que acho nefasta para a minha profissão? Expliquem-me, que eu não percebo! Claro que eu sei que há coisas que estão mal no ensino por culpa nossa. Sou capaz de enumerar algumas. Infelizmente, nenhuma delas será resolvida com este processo que nos querem impor... À ministra não interessa promover a excelência, porque esta é sempre perigosa para o poder. Porque pensa, porque não obedece cegamente, porque questiona, porque não se dobra e porque, quando é chegada a hora, sabe sempre dizer que "não" e de forma digna.À ministra interessa que nos rendamos à cultura "de não criar ondas", à "cultura do medo", "à cultura da tabelazinha", à "cultura das aparências", no fundo, à "cultura do Bom"! Não contem comigo para isso! Se tenho medo? Claro que sim, só um louco não teria...Também me preocupa o futuro, as contas por pagar e a minha carreira...Mas interessa-me mais o futuro dos meus alunos, a minha dignidade como profissional e ser humano e a minha consciência. Não peço que pensem como eu e que me sigam pelas minhas ideias. Sigam a vossa consciência, que eu sigo a minha... Mas se, tal como eu, sentirem que existe um limite para o tamanho dos "sapos" que conseguem engolir, juntem-se a este protesto pacífico na defesa do ensino público português.
Porque "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não".
Obrigado.
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Pedro Nuno Teixeira Santos, orgulhosamente professor
luttes au portugal- a luta dos professores vista de França
luttes au portugal- a luta dos professores vista de França Publicado em França, o texto que reproduzimos abaixo, traça o retrato das lutas dos professores em Portugal analisando detalhadamente o ataque que tem vindo a ser conduzido contra a escola pública pelo governo Sócrates e a sua sinistra ministra Maria de Lurdes Rodrigues.
Desde o fecho de escolas às falhas no transporte escolar, do desemprego docente até às reformas do ensino especial que deixam sem apoio muitos milhares de alunos com necessidades educativas especiais, o texto faz um retrato negro da educação em Portugal.
Foi publicado no «Classes en Lutte», jornal dos trabalhadores da educação da Confédération Nationale du Travail (CNT-F)http://www.cnt-f.org/fte/article.php3?id_article=2289
LUTTES AU PORTUGAL
Au Portugal, ces trois dernières années, le gouvernement Sócrates (PS), et la ministre de l'éducation, Maria de Lurdes Rodrigues, ont lancé plusieurs offensives contre l'école publique.
Les réformes ont provoqué une dégradation sans précédent de l'enseignement, et créé un profond mal-être chez les professeurs . Le 8 mars 2008, 100 000 enseignants (un sur trois) vêtus de noir en signe de deuil ont défilé dans les rues de Lisbonne. Ce fut le plus grand mouvement de protestation des enseignants qui ait jamais eu lieu au Portugal.
Cette manifestation a été le point culminant de semaines de lutte et de contestation nées au sein même des écoles contre les nouvelles modalités d'évaluation des enseignants, unanimement rejetées à cause de leur contenu irrationel et de leurs objectifs purement économiques. Ces modalités d'évaluation découlent du Statut de Carrière des enseignants, que le gouvernement a imposé contre la volonté des professeurs et qui a donné lieu a une énorme contestation.
Les centaines de rassemblements, manifestations, et "vigílias" qui ont précédé la mega-manifestation furent très souvent conduites par des groupes de professeurs qui s'étaient organisés à l'intérieur des établissements. Beaucoup de rendez-vous ont circulé anonymement par sms ou par internet. Ces mouvements de contestation de la base, nés en dehors des structures syndicales enseignantes, ont mis la pression sur les syndicats de professeurs.
Ce mécontentement est la réponse naturelle à des années de réformes économiques qui ont gravement mis en cause la qualité du travail enseignant, et qui ont contribué à la dégradation de l'école publique au Portugal. Ces réformes ont mené à la fermeture de nombreuses écoles , ont modifié la nature des programmes et ont réduit la participation des enseignants aux instances dirigeantes des établissements. L'enseignement spécialisé et l'enseignement artistique ont également subi de graves attaques, qui ont sérieusement mis à mal les principes de l'école pour tous ("inclusive"). Le plan qui est en marche vise au désengagement progressif de l'État du secteur éducatif pour le transférer aux municipalités et ouvrir ainsi la porte à une future privatisation de l'enseignement. Ce plan, qui a débuté par la remise aux collectivités locales de la gestion du parc scolaire, pour ensuite être éventuellement confiée a l'Eglise, menace maintenant d'être étendu aux travailleurs non-enseignants ainsi qu'aux professeurs eux- mêmes qui courent le risque de changer de ministère de tutelle et de perdre leurs droits . Un récent projet de loi ouvre la porte au passage des professeurs sous la dépendance des municipalités. (1)
Au Portugal le réseau public d'enseignement aurait perdu entre 16 et 23 000 enseignants ces trois dernières années.(2) Ces réductions ne sont pas causées par la diminution du nombre d'élèves, comme le gouvernement a voulu le faire croire, mais plutôt à la fermeture d'écoles et à l'augmentation des horaires de travail.
Le Plan de fermetures d'écoles mis en place dès l'entrée en fonctions du gouvernement Sócrates prévoyait de fermer environ 4000 écoles primaires jusqu'au terme de la législature en 2009 (3). Rien qu'au début de l'année scolaire 2006/2007, 1500 écoles ont été fermées, la fermeture de 900 écoles supplémentaires étant prévue pour l'année suivante. Ces fermetures touchent surtout les zones de l'intérieur nord et du centre du Portugal, déjà largement désertifiées et elles vont naturellement accentuer cette tendance. Les élèves des écoles primaires fermées sont aujourd'hui obligés de rester la journée entière loin de leur domicile et perdent de longues heures dans les transports. Le réseau de transports scolaires, dépendant des municipalités, fonctionne avec de graves déficiences. Des enfants très jeunes sont ainsi obligés d'utiliser les transports publics sans que la surveillance adéquate ne soit garantie, ce qui a déjà provoqué des morts.(4)
L'enseignement spécialisé (pour handicapés) est un autre secteur qui a subi des assauts qui ont mis en danger les principes de l'école « inclusive ». La disparition des Équipes de l'Éducation Spécialisée et de leurs coordinations régionales a laissé les enseignants du secteur isolés dans les écoles. Le gouvernement a imposé un plan de restructuration qui prévoit uniquement un soutien aux handicapés (déficients), laissant de côté des milliers d'élèves dyslexiques, hyperactifs et ayant des problèmes de comportement et d'apprentissage. Ceux-ci courent le risque de se perdre et d'être envoyés dans les "circuits alternatifs" perdant ainsi toute possibilité de progresser a l'intérieur du système éducatif.(5)(6)
L'enseignement artistique, qui était déjà le parent pauvre, n'a pas non plus été épargné par les réformes. À l'école primaire, il a même été retiré du programme obligatoire tout comme l'éducation physique. Ces activités sont maintenant inclues dans les "prolongement d'horaires" et laissées à des moniteurs sans qualification apropriée , engagés sous contract précaire et mal payés par les municipalités(7).
Le système éducatif Portugais se trouve donc dans une situation réellement préoccupante. Le profond mal-être causé par les réformes du gouvernement actuel et menées à bien par la ministre Maria de Lurdes Rodrigues lui font pleinement mériter son surnom de " Sinistre Ministre".
José António Antunes.
Desde o fecho de escolas às falhas no transporte escolar, do desemprego docente até às reformas do ensino especial que deixam sem apoio muitos milhares de alunos com necessidades educativas especiais, o texto faz um retrato negro da educação em Portugal.
Foi publicado no «Classes en Lutte», jornal dos trabalhadores da educação da Confédération Nationale du Travail (CNT-F)http://www.cnt-f.org/fte/article.php3?id_article=2289
LUTTES AU PORTUGAL
Au Portugal, ces trois dernières années, le gouvernement Sócrates (PS), et la ministre de l'éducation, Maria de Lurdes Rodrigues, ont lancé plusieurs offensives contre l'école publique.
Les réformes ont provoqué une dégradation sans précédent de l'enseignement, et créé un profond mal-être chez les professeurs . Le 8 mars 2008, 100 000 enseignants (un sur trois) vêtus de noir en signe de deuil ont défilé dans les rues de Lisbonne. Ce fut le plus grand mouvement de protestation des enseignants qui ait jamais eu lieu au Portugal.
Cette manifestation a été le point culminant de semaines de lutte et de contestation nées au sein même des écoles contre les nouvelles modalités d'évaluation des enseignants, unanimement rejetées à cause de leur contenu irrationel et de leurs objectifs purement économiques. Ces modalités d'évaluation découlent du Statut de Carrière des enseignants, que le gouvernement a imposé contre la volonté des professeurs et qui a donné lieu a une énorme contestation.
Les centaines de rassemblements, manifestations, et "vigílias" qui ont précédé la mega-manifestation furent très souvent conduites par des groupes de professeurs qui s'étaient organisés à l'intérieur des établissements. Beaucoup de rendez-vous ont circulé anonymement par sms ou par internet. Ces mouvements de contestation de la base, nés en dehors des structures syndicales enseignantes, ont mis la pression sur les syndicats de professeurs.
Ce mécontentement est la réponse naturelle à des années de réformes économiques qui ont gravement mis en cause la qualité du travail enseignant, et qui ont contribué à la dégradation de l'école publique au Portugal. Ces réformes ont mené à la fermeture de nombreuses écoles , ont modifié la nature des programmes et ont réduit la participation des enseignants aux instances dirigeantes des établissements. L'enseignement spécialisé et l'enseignement artistique ont également subi de graves attaques, qui ont sérieusement mis à mal les principes de l'école pour tous ("inclusive"). Le plan qui est en marche vise au désengagement progressif de l'État du secteur éducatif pour le transférer aux municipalités et ouvrir ainsi la porte à une future privatisation de l'enseignement. Ce plan, qui a débuté par la remise aux collectivités locales de la gestion du parc scolaire, pour ensuite être éventuellement confiée a l'Eglise, menace maintenant d'être étendu aux travailleurs non-enseignants ainsi qu'aux professeurs eux- mêmes qui courent le risque de changer de ministère de tutelle et de perdre leurs droits . Un récent projet de loi ouvre la porte au passage des professeurs sous la dépendance des municipalités. (1)
Au Portugal le réseau public d'enseignement aurait perdu entre 16 et 23 000 enseignants ces trois dernières années.(2) Ces réductions ne sont pas causées par la diminution du nombre d'élèves, comme le gouvernement a voulu le faire croire, mais plutôt à la fermeture d'écoles et à l'augmentation des horaires de travail.
Le Plan de fermetures d'écoles mis en place dès l'entrée en fonctions du gouvernement Sócrates prévoyait de fermer environ 4000 écoles primaires jusqu'au terme de la législature en 2009 (3). Rien qu'au début de l'année scolaire 2006/2007, 1500 écoles ont été fermées, la fermeture de 900 écoles supplémentaires étant prévue pour l'année suivante. Ces fermetures touchent surtout les zones de l'intérieur nord et du centre du Portugal, déjà largement désertifiées et elles vont naturellement accentuer cette tendance. Les élèves des écoles primaires fermées sont aujourd'hui obligés de rester la journée entière loin de leur domicile et perdent de longues heures dans les transports. Le réseau de transports scolaires, dépendant des municipalités, fonctionne avec de graves déficiences. Des enfants très jeunes sont ainsi obligés d'utiliser les transports publics sans que la surveillance adéquate ne soit garantie, ce qui a déjà provoqué des morts.(4)
L'enseignement spécialisé (pour handicapés) est un autre secteur qui a subi des assauts qui ont mis en danger les principes de l'école « inclusive ». La disparition des Équipes de l'Éducation Spécialisée et de leurs coordinations régionales a laissé les enseignants du secteur isolés dans les écoles. Le gouvernement a imposé un plan de restructuration qui prévoit uniquement un soutien aux handicapés (déficients), laissant de côté des milliers d'élèves dyslexiques, hyperactifs et ayant des problèmes de comportement et d'apprentissage. Ceux-ci courent le risque de se perdre et d'être envoyés dans les "circuits alternatifs" perdant ainsi toute possibilité de progresser a l'intérieur du système éducatif.(5)(6)
L'enseignement artistique, qui était déjà le parent pauvre, n'a pas non plus été épargné par les réformes. À l'école primaire, il a même été retiré du programme obligatoire tout comme l'éducation physique. Ces activités sont maintenant inclues dans les "prolongement d'horaires" et laissées à des moniteurs sans qualification apropriée , engagés sous contract précaire et mal payés par les municipalités(7).
Le système éducatif Portugais se trouve donc dans une situation réellement préoccupante. Le profond mal-être causé par les réformes du gouvernement actuel et menées à bien par la ministre Maria de Lurdes Rodrigues lui font pleinement mériter son surnom de " Sinistre Ministre".
José António Antunes.
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