Seia está a tornar-se definitivamente terra de guitarristas.
Depois de um período de 30 anos em que praticamente nada aconteceu no
panorama pop / rock, Seia vê surgir um grupo de jovens que podem ser
considerados guitarristas em qualquer parte do mundo.
A 1ª MMMS veio confirmar o que já se tinha verificado na 1ª Gala de Talentos inserida na BTS 2012.
Está a afirmar-se um grupo de músicos, especialmente guitarristas, alguns deles surpreendentemente muito jovens mas que podem já fazer parte de praticamente qualquer banda de média ou grande dimensão no país.
E surpreendentemente, porque desde os anos 80 não se viam guitarristas - ou outros músicos - acima da média, por aqui. O último grande guitarrista que pisou estas paragens terá sido o moçambicano Mário (Melgas) trágica e precocemente desaparecido em finais da década.
Durante todo este tempo em Seia não houve praticamente nada excepto uma tentativa pop - os Longa Metragem - que não vingou. Recordo por exemplo o "barco de papel" que poderia ter ido longe com um bom produtor. O meu irmão produziu em 2002 essa canção (porque é duma canção que se trata) e que de imediato ganhou uma outra dimensão. Tenho-a em meu poder mas não estou autorizado a publicá-la.
Curi não desistiu e viria a constituir os Curimakers, um grupo funk que faz o seu percurso dentro dessa área que, em Portugal, não tem investidores. Sobre esse assunto ele já lá tem a minha opinião e as razões pelas quais eu não acredito que o projecto - tal como se tem apresentado - vingue. Mas esse é outro assunto. O assunto da filosofia do produto e do caminho que se segue.
E também do público e dos média e das play-lists e das políticas editoriais e da "indústria" da música que em Portugal não há.
Mas voltemos à história: nos inicios dos anos 80, a anterior geração de músicos jovens tinha-se retirado de cena. O super baterista Gilinho; o talentoso e poli valente Zé Augusto; eu próprio que, com o meu irmão e o João Nogueira gravámos um LP na Metro-som - e até hoje o único financiado por uma editora - que não teve prensagem nem divulgação capaz. Cada um de nós foi à sua vida embora alguns se tivessem mantido na àrea da música profissionalmente.
E de repente, quando já ninguém o esperava, começam a aparecer grupos, em 2009 e 2010. Jovens que se reuniam nas caves e nas casas de alguns deles. Para insipientemente começarem a tentar tocar coisas pesadas. Deep Purple, Guns&Roses, Led Zeppelin. E assim se terá iniciado este novo movimento de grupos e, acima de tudo, de guitarristas.
Caso Raro |
Sara Gouveia e João B. Ferreira |
Eclipss |
Acoustic Mith |
Antes, tínhamos ouvido um tema ao piano de Tó Zé Novais - "Passeio". Um tema de forte componente jazzística, começando por lembrar Brubek mas evoluindo depois para uma atmosfera Pat Metheniana, mais evoluída, ao seu estilo, com uma qualidade bastante boa.
E um dueto constituído por João Bernardes Ferreira - guitarra e piano (este em play-back) e Sara Gouveia - voz - num tema experimentalista e algo "duro" para ser ouvido apenas uma vez. Não tenho fotos porque estava cá atrás na zona do controle de som.
Os jovens (14 - 16 anos) entrosaram-se perfeitamente. Sara é possuidora de uma voz cheia de smooth em registos intimistas mas a que não falta corpo e potência quando é preciso. João é um guitarrista em iniciação com forte influência clean - jazzistica, bem longe do satrianismo dos demais guitarristas, como veremos.
Os Eclipss carregam para o palco duas peças de artilharia pesada: o baterista Danny Dias e o guitarrista Rui Miguel Silva. Simplesmente não há nada comparável em bandas amadoras em toda a região. Se estes 2 músicos não saltarem rapidamente para bandas de "peso" será porque não querem.
Estes 2 músicos não têm nada a ver com a gama normal dos músicos amadores da região. Com enfoque no guitarrista Rui Miguel ao qual reconheci uma evolução notável relativamente à sua performance de há um ano. Os restantes elementos cumprem bem mas estes 2 jogam evidentemente noutro campeonato. Falta-lhes apenas a "mercadoria" que é o mais difícil: produto que entre no ouvido... mas esse é o maior problema da Indústria. A última - "Rei por um dia" - constituiria já uma base de trabalho para um produtor que se interessasse pela banda.
David Fidalgo trouxe-nos um projecto - Acoustic Mith - constituído por 3 guitarristas um baixista e um baterista ausente. Guitarras electro-acústicas. Não se percebeu porquê já que o tipo de intervenção e de registo foram tipicamente heavy.
David e Cláudio Varão (vencedor da gala de talentos 2012) são mais 2 super-guitarristas embora neste trecho não o tenham mostrado. Não seria essa a intenção.
David Fidalgo |
E um dueto constituído por João Bernardes Ferreira - guitarra e piano (este em play-back) e Sara Gouveia - voz - num tema experimentalista e algo "duro" para ser ouvido apenas uma vez. Não tenho fotos porque estava cá atrás na zona do controle de som.
Os jovens (14 - 16 anos) entrosaram-se perfeitamente. Sara é possuidora de uma voz cheia de smooth em registos intimistas mas a que não falta corpo e potência quando é preciso. João é um guitarrista em iniciação com forte influência clean - jazzistica, bem longe do satrianismo dos demais guitarristas, como veremos.
Os Eclipss carregam para o palco duas peças de artilharia pesada: o baterista Danny Dias e o guitarrista Rui Miguel Silva. Simplesmente não há nada comparável em bandas amadoras em toda a região. Se estes 2 músicos não saltarem rapidamente para bandas de "peso" será porque não querem.
Estes 2 músicos não têm nada a ver com a gama normal dos músicos amadores da região. Com enfoque no guitarrista Rui Miguel ao qual reconheci uma evolução notável relativamente à sua performance de há um ano. Os restantes elementos cumprem bem mas estes 2 jogam evidentemente noutro campeonato. Falta-lhes apenas a "mercadoria" que é o mais difícil: produto que entre no ouvido... mas esse é o maior problema da Indústria. A última - "Rei por um dia" - constituiria já uma base de trabalho para um produtor que se interessasse pela banda.
David Fidalgo trouxe-nos um projecto - Acoustic Mith - constituído por 3 guitarristas um baixista e um baterista ausente. Guitarras electro-acústicas. Não se percebeu porquê já que o tipo de intervenção e de registo foram tipicamente heavy.
David e Cláudio Varão (vencedor da gala de talentos 2012) são mais 2 super-guitarristas embora neste trecho não o tenham mostrado. Não seria essa a intenção.
Todos os participantes |
Sobre este momento apenas 3 palavras: David Satriani Fidalgo.
A bem dizer, tanto os guitarristas David Fidalgo, Cláudio Varão e Rui Miguel - como ontem também o jovem Tiago Oliveira - se movem bem neste Satrianismo guitarrístico.
Quanto a David, eu sei que tem também outras praias; falta saber como se comportam os heavy metalists guitarristas de Seia (e VN Tazem) noutras áreas das 6 cordas que estão já a ser exploradas por João Bernardo Ferreira.
Para já o caminho está a ser percorrido e estão todos de parabéns.