12.01.2004

Estudo sobre a fiscalização da alcoolemia por parte da BT dá resultados surpreendentes!

Compilei os dados disponíveis no site da GNR sobre a fiscalização que a BT tem feito desde o princípio do mês de Novembro à alcoolemia nos condutores e apresento aqui os resultados que actualizarei à medida que mais dados forem disponibilizados.
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Deles se retiram as seguintes curiosas conclusões:
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1 - A GNR/BT vai para a estrada com armas e bagagens aos fins-de-semana.
De facto, dos 14094 condutores fiscalizados desde o dia 1/11, tantos como 7758 - o que corresponde a 55% - foram-no aos sábados e domingos apenas.
Portanto, enquanto a BT fiscaliza, de segunda a sexta, 487 condutores em média por dia, ao fim de semana esse número sobe para 1108 - mais do dobro.
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2 - O número de contra-ordenações é directamente proporcional ao nr de fiscalizações.
Outra coisa não seria de esperar, senão a estatística seria uma batata. Mas os números aí estão a comprová-lo:
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Dos condutores fiscalizados, 8,47% apresentam um grau de alcoolemia acima dos 0.5gr/ltr enquanto que 2,76% apresentam um grau superior a 1,2gr/ltr, o que constitui crime. Portanto, grosso modo, em cada 100 condutores mandados parar, entre 8 e 9 têm mais de que 0,5gr/ltr e de 2 a 3 apresentam mais de 1,2 gr/ltr..
Deste total de contra-ordenações, 19% são detectados durante a semana e o restante nos dias de sexta, sábado e domingo.
Por dias de semana:
Num dia normal - de Segunda a Quinta, a percentagem de condutores "apanhados" com um grão na asa, relativamente ao total de condutores fiscalizados, ronda os 1.74%. Em cada Sexta feira a percentagem de condutores com excesso sobe para 2.88%, em cada Sábado é de 5.56% e em cada Domingo, de 15.72%. Aos domingos a percentagem sobe mais de 9 vezes, relativamente a um dia de semana. Relativamente ao crime - mais de 1,2gr/ltr de sangue, temos:
De segunda a quinta: 1.8% do fiscalizado. Em cada sexta: 3.17% do total. Sábado com 4.71%, e Domingo com 10.97%.
Os bebedolas fortes aumentam a probabilidade de sem apanhados 6 vezes ao domingo.
Há que não beber, portanto, ao fim de semana.
Especialmente ao domingo.
Agora coloquemo-nos na pele da Brigada. Sabendo que ao Sábado e ao Domingo, por via das festas, dos futebóis, das lancharadas, em resumo, da confraternização social, o povo bebe mais um copito, e por conseguinte a hipóteses que temos de apanhar um prevaricador é de quase 15%, em que dias nos poríamos à caça?
É a tal pescadinha de rabo na boca de que Seia é vítima há 3 anos.
Primeiro cercaram-nos totalmente para atingimento de objectivos. E quando falo em cerco não exagero. Dias e dias sem se poder entrar e sair de Seia sem se ser fiscalizado merece bem o epíteto.
Depois controlam-nos todos os dias e especialmente à saída das festas das vilas, aldeias e até das festas académicas. É claro que um cerco permanente destes dá obrigatóriamente os seus frutos. Aqui ou na China.
E depois, porque deu frutos, duplica-se e triplica-se a fiscalização.
Neste momento já somos fiscalizados permanentemente devido ao resultado do cerco de 3 anos.
Mas agora que o sr Capitão já atingiu plenamente os seus objectivos pessoais à custa do inacreditável serviço apresentado ao longo deste cerco, até já podia ir cercar outra cidade e deixar Seia definitivamente em paz, não?

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