O presidente da Câmara de Seia, Eduardo Brito, não poupa críticas ao comando da GNR por não estabelecer um comando em Seia - a cidade onde a criminalidade* (de soprar no balão) mais cresce de ano para ano, conseguindo apesar disso atingir cotas cada vez mais altas. Este ano «subimos» 150% relativamente ao ano passado, altura em que já eramos «líderes do mercado do balão» no centro do País.
Eduardo Brito recusa-se a aceitar - tal como todos os demais senenses - que sejamos apelidados de «os mais criminosos», muito menos «os mais bebedolas» por tal não corresponder minimamente à realidade.
- «Isto não é o Texas» e «somos uma terra segura», são afirmações que lançam por terra toda a actuação do comando da GNR que, diariamente, faz os seus homens actuarem a coberto da noite e escondidos atrás de obstáculos - muitas vezes em terrenos particulares - e amiúde os fazem saltar à estrada, como se de vilões se tratasse, muitas vezes de forma tão desajeitada e sonolenta que poderiam acabar literalmente debaixo do automóvel a fiscalizar, se o condutor estivesse mesmo sob o efeito do álcool.
O que a GNR vem montando na calada da noite na nossa cidade é uma desonra a todo o senense que ama e preza a sua terra.
«Eles estão cá um ano e vão-se embora. Passam aqui milhares de multas e o problema deles são batatas», ouve-se dizer em cada esquina.
Cada senense tem dezenas de histórias para contar sobre o excesso de zelo de que se reveste a actuação da GNR/BT nos últimos anos nesta cidade. De tal forma que eu próprio me surpreendo a pedir, quando almoço com conterrâneos, que mudem de assunto e que parem lá de contar histórias porque senão não se fala em mais nada, de tão inesgotável é o desgraçado tema.
Há estudantes e professores senenses que trabalham em Lisboa, Porto, Aveiro, e Coimbra e vêm apenas alguns fins de semana a Seia, que já sopraram no balão 11 vezes só em 2004. Em Seia, claro! Em mais lado nenhum são convidados a soprar.
Isto mostra a desproporção do excesso de zelo de que somos vítimas na nossa Terra.
São milhares de histórias. De esperas à entrada das casas, de perseguições selectivas - uma delas teve como resultado a destruição de 1 carro da GNR - até de mandarem soprar peões, cuidando que eram condutores.
É aquilo a que se chama: o fim do mundo!
O excesso de zelo com que a GNR e BT atacam Seia, de há 3 anos a esta parte, está a dar os seus frutos, mas nem os cidadãos aceitam tal epíteto nem (agora, e finalmente!) o Presidente.
Há relatos que nos chegam - e que estamos a confirmar - que só nesta última segunda feira terão sido 17 os condutores que foram levados a tribunal, vindos das festas de Meruge - que nem sequer fica no concelho de Seia, mas no de Oliveira do Hospital.
Eduardo Brito, finalmente, viu-se na obrigação de reagir.
Já não estarei sozinho nesta guerra surda contra o comando da corporação.
Não contra a Corporação, contra a qual nada me move e temos todos a consciência que apenas faz aquilo que os comandos lhe mandam fazer.
Mas contra a filosofia cega dos comandos, que apenas se interessam por números e estatísticas, vá-se lá saber porquê.
Tudo quanto Eduardo Brito diz nesta edição do Porta da Estrela, ando eu a gritar ao vento há 3 anos.
Já se sabia que tal excesso de zelo teria que apresentar os seus frutos. E eles aí estão.
Mas são frutos falsos. Injustos. Que envergonham a cidade e os cidadãos.
Dada a desproporção e o erro crasso de que vêm inquinados.
Quem fiscaliza 100 vezes uma terra e 1 vez outra, terá que encontrar 100 vezes mais prevaricadores na primeira do que na segunda. E em Seia - cidade permanentemente martirizada com o cerco do balão há 3 anos a esta parte - mesmo assim pouco mais álcool é encontrado do que em cidades que ficam 3 e 4 meses sem fiscalização!
É porque bebemos muito pouco!
- «O que precisamos não é de carros a passear na rua, é de militares a patrulhar as mesmas à noite - afirma Eduardo Brito».
Está bem, abelha! - digo eu.
E isso tráz números? Coimas? Estatísticas? Louvores?
Enquanto este comando estiver em funções teremos exactamente o contrário: Repressão sem prevenção que dá muito dinheiro em multas aos cofres do estado e rápida progressão na carreira de quem apresenta serviço!
- «A criminalidade «combate-se com a presença dos militares da GNR com mais efectivos e mais meios e não se pode resumir apenas a controlar a alcoolemia no centro da cidade, em pontos estratégicos» - Afirma Eduardo Brito, sem medo.
- «Quem comanda as forças de segurança de Seia reside em Pinhel porque nem sequer comando de destacamento existe agora em Gouveia, de onde depende Seia», observou o Presidente.
Mais: «Esta ausência de comando tem que ser resolvida com a criação de um destacamento em Seia, para que se resolvam problemas como a ausência de coordenação e comando na Serra da Estrela, que vai dar a vergonha e o caos que deu em anos anteriores».Considera ser «uma vergonha» o facto de «primeiro dependermos de Gouveia e da Guarda e agora de Pinhel..
E eu não posso estar mais de acordo.
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Seia não é cidade de criminosos nem de bêbedos. Nunca o foi!
Vende-se aqui menos álcool do que em Gouveia ou em Oliveira do Hospital.
Muito menos. E há muito mais habitantes.
Há que pôr cobro a este cerco indigno de que Seia é vítima há 3 anos e há que mandar a GNR fazer nas outras cidades o que tem feito nesta.Depois veremos se eu tenho, ou não, razão.
Felizmente já não estou sózinho nesta luta contra a indignidade do rótulo que a GNR-BT vem colocando a todos os senenses.
Já somos dois.
Bem vindo, sr Presidente da Câmara!
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