1.29.2007

Mais depressa se apanha um (Sócras) mentiroso que um (Teixeira) coxo

Mal se deu conta que as declarações de IRS deste ano não continham o campo necessário à declaração de fortuna pessoal - casas, carros de luxo, barcos e até motos - o governo apressou-se a enviar para as televisões as "razões" dessa falta.
Mandou dizer, o governo, às televisões, ontem de manhã, que já não é preciso declarar aquilo que o fisco já sabe que se tem.(!)
Muito desconfiado fiquei, porque bem conheço o tão apregoado cruzamento de dados informáticos entre a segurança social, finanças e tribunais. É aquilo a que se pode chamar de um Zero absoluto.
Mas calei-me.
« - Que raio - pensei eu - depois de tanto milhão gasto em redes informáticas, alguma coisa haveria de começar a funcionar algum dia...»
Puro engano.
Ontem à noite já se percebeu que se tratou mesmo de um mero lapso na feitura da declaração.
Porque a declaração continua a ser obrigatória por lei. Só que, simplesmente, não há onde colocar os dados neste novo documento disponibilizado pelas finanças.
Esqueceram-se mesmo de inserir o campo!
Um lapso que, em si, não é tão grave como a tentativa desajeitada que se lhe seguiu, na esperança de conseguir ludibriar, uma vez mais, o povo.
Uma patranha contada para que o governo pudesse sair airosamente de uma flagrante prova de incompetência a nível nacional.
A ideia foi, então, a de darem a volta ao texto para transformar um monumental lapso numa opção bem pensada - uma coisa bem à Sócras - para se desculpabilizarem aos olhos dos tugas.
Durou pouco, a patranha.
Mas regista-se, uma vez mais, a grande incompetência deste governo e, pior que isso, os inacreditáveis artifícios a que rapidamente lançam mão para enganarem o povo.
Estes tipos têm mesmo gabinetes de «criativos», pagos a peso de ouro para enganar os portugueses.
Pergunto:
Quanto mais tempo conseguirão enganá-los?

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