O caso de Pinhel é paradigmático e deve ser um case-study do despovoamento.
O seu decaimento é notável e matemático.
Pinhel tem perdido sempre cerca de 1500 habitantes por década há 3 décadas seguidas. Desde 1980.
Como é isto possível? E quando parará esta recta regressiva para a morte?
A equação da recta da morte de Pinhel é da forma: y = -157x + 14328 se considerarmos o eixo das ordenadas (y) no ano 1981.
O seu declive (m) é negativo e obtido pelo coeficiente entre o nr de cidadãos que se perdem por década (1567) e o nr de anos da década (10).
Resolvendo esta equação simples, fazendo y = 0 (zero pessoas) vem-nos para a abcissa x o valor de 9,1. Conclusão: não haveria ninguém em Pinhel 91 anos após 1981.
Quereria isto dizer que se nada se fizer e tudo continuar assim, Pinhel teria zero pessoas no ano 2072, daqui a 59 anos.
Quereria isto dizer que se nada se fizer e tudo continuar assim, Pinhel teria zero pessoas no ano 2072, daqui a 59 anos.
Se este cenário não é realista, por longínquo, mais próximo de nós é a conclusão intermédia: que daqui a 30 anos Pinhel terá metade da população de hoje (4800 pessoas, quando em 1960 tinha 20 mil!) e portanto já não tem vida.
A lei da extinção das cidades obedece sempre aos mesmos parâmetros sequenciais: perda de gente por falta de emprego implica a perda de emprego por falta de gente.
A oferta de produtos (comércio e serviços) diminui por falta de gente - a que se segue mais desemprego e despovoamento.
Quando é que esta "espiral" recessiva se estanca?
Quando se conseguir o equilíbrio entre o nr de empregos e o nr de pessoas. Como acontece em Manteigas. Por volta das 2 a 3 mil pessoas.
Nessa altura tudo se ajusta. A pouca oferta e a pouca procura.
Se descer abaixo dos 3 mil de Manteigas estaremos em presença de um cancro demográfico e a Vila ou Cidade correrá o risco de ficar MESMO sem pessoas. Vilas e cidades serão transformadas em quintas praticamente abandonadas, como acontece hoje em muitas cidades chinesas dado o êxodo das populações para os centros industriais.
Os números demográficos indicam-nos que estamos perigosamente desse limite em muitas cidades e vilas do interior.
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