1 - Se temos que ajustar o que "gastamos" ao que produzimos - e isto é do senso comum - das duas, uma: ou temos que aumentar a riqueza que produzimos ou temos que reduzir o que "gastamos".
Se a nossa dívida chegará aos 125% do pib, daqui a poucos meses, das duas, uma: ou aumentamos 25% a nossa produção ou reduzimos 20% o nosso consumo.
Aumentar a produção em 25% é impossível nos próximos 20 anos. Nem a banca financia as empresas nem estas têm quem compre os seus produtos em período de recessão generalizada.
Reduzir o nosso consumo em 20% pode ser conseguido por duas vias: Ou 2 milhões de portugueses emigram ou morrem. Ambas as soluções estão em marcha acelerada.
Com a emigração descontrolada e com a morte acelerada de velhinhos pobres naquilo que eu chamo o genocídio português, em menos de 2 anos nós teremos 2 milhões a menos a "consumir" e a "gastar" e o equilíbrio das contas atingir-se-á, mas apenas por estas 2 vias: emigração e morte.
2 - O BCE e o FMI não vendem salsichas nem molas para a roupa. Vendem dinheiro. Se os países reequilibrarem as suas finanças, por absurdo, nenhuma das 2 organizações supra mencionadas sobreviveria, por falta de clientes.
O objectivo de uma empresa é fidelizar os seus clientes. Aquela que o não fizer - a par de arranjar outros novos - em pouco tempo fechará as portas. O BCE e o FMI não pretendem fechar portas. O seu negócio terá que ser desenvolvido de tal forma que consiga manter os seus clientes a par de ganhar outros, como aconteceu com o Chipre, ontem.
3 - Os países necessitam de financiamento mensal embora essa não seja a sua actividade principal. Mas é a da banca e a da alta finança.
Os países precisam de financiamento como de indústria, agricultura, pescas, exportações, turismo, serviços e estado social. A alta finança (os mercados) só necessitam de clientes a quem possam vender o seu produto: dinheiro.
A resposta à crise resulta, em minha opinião, do equilíbrio dos 3 pontos acima: nem Portugal pode, de imediato, deixar de recorrer aos "mercados" (os 160 homens + ricos da Forbes, alguns deles com mais capital disponível que o Pib português, ganho, sem dúvida, com o suor do seu rosto) nem os mercados podem sobreviver sem clientes.
Portanto estes mercados não podem matar a galinha dos ovos de ouro: os países permanentemente em crise e a viver no fio da navalha. Nós - Portugal - enquanto pagarmos, valemos ouro para estes mercados. Somos um cliente vip para eles.
Porém, com o despovoamento e o genocídio galopantes deste povo sob o olhar gélido de Gaspar, da tera-ignorância de Coelho e da alucinação demente de Relvas, dentro de 2 anos "naturalmente" não precisaremos deles. Nem de uns nem de outros. Nem da imbecilidade dos políticos jota carreiristas nem da avidez judaica dos mercados. O que gerarmos dentro de portas conjugado com o que gastarmos, daqui a 2 anos, será suficiente para nos mantermos e irmos pagando a dívida antiga. E sem este nível de pânico semanal.
E já passada a vaga dos múltiplos funerais diários que se está a verificar neste momento em aldeias onde não morria ninguém há anos. Estamos, entretanto, a criar uma nova indústria que começa a movimentar milhões: a funerária. Que concerteza investirá dentro de portas e fará circular o dinheiro que, para sua própria surpresa, está e vai continuar a gerar durante mais 2 ou 3 anos.
É por isso que esta crise terminará em 2015. Por estabilização natural. Um país que terá apenas 8 milhões de pessoas cuja média de idades baixará drasticamente, por desaparecimento dos mais velhos, e que poupará 50% em Saúde e em prestações sociais e 25% em educação é um país que ganhará condições de sustentabilidade.
Portugal arrisca-se, por este andar, a ser o primeiro estado auto-suficiente da europa actual, como já o foi no tempo de Salazar.
E quando os mercados perceberem a velocidade do extermínio e da emigração portuguesa actual, meteoricamente reequilibradora da nossa economia, dentro de poucos meses estarão a oferecer-nos toneladas de dinheiro a preços baixos naquilo que será considerado uma grande vitória deste povo.
A vitória da debandada e da aquiescência em se deixar, pacificamente, morrer.
É só esperar. Para quem o conseguir.
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