3.16.2013

A catástrofe que se aproxima


Na minha opinião devemos tomar consciência que algo de catastrófico vai acontecer a este país.

 Não falo em revoluções, que este povo nunca se revoltou contra nada nem contra ninguém. Aguentou Salazar e aguentou Marcelo e a PIDE e a guerra colonial e os presos políticos e ainda aguentava mais. Ulrich sabe bem do que fala. 

Humberto Delgado propôs-se combater Salazar e perdeu. Nem foi preciso falsificar os resultados, ao que se sabe. 

1640 fez-se com 40 conjurados que na prática eram só 12. É certo que aproveitaram inteligentemente a Guerra na Catalunha, mas conseguiram-no. O Miguel Relvas da altura foi atirado pela janela. Hoje nem conseguimos a demissão do seu congénere. DOZE homens restituiram-nos a soberania perdida no dia mais importante da nossa História, um dia que deixou de ser feriado enquanto o 15 de Agosto ainda o é. Alguém se revoltou? Acho que não. 

Em 1910 eram 300 praças e o Almirante Reis suicidou-se julgando que o golpe de estado tinha falhado. Mas não tinha. Ninguém contou com o povo nem ninguém lhe perguntou se queria uma República. 

Em 1974 foram 40 capitães e alferes a comandar mais um golpe de estado. Alguém contou com o povo para alguma coisa ou lhe perguntou fosse o que fosse? Nada. 
Ninguém pode contar com este povo para nada a não ser para votar. As grandes mudanças na História deste país fizeram-se sempre ignorando o povo e não lhe passando cartão nenhum. Facto. 

Chegámos pela terceira vez à bancarrota e torna-se por isso claro que este país ainda não está preparado para uma democracia. 90% das pessoas ou não sabe ler ou não percebe o que lê e assim sendo torna-se difícil afastar o obscurantismo e combater o caciquismo que nos caracteriza. Facto. 

E como não se pode defender uma ditadura - embora Portugal só tenha singrado em tempos ditatoriais e se tenha afundado em épocas de democracia (1ª república e esta democracia que já tem tanto tempo como o salazarismo teve: 36 anos) - temos que defender o seu contrário: a democracia directa e participativa mas na esperança que os cidadãos comecem a perceber que os grandes partidos trabalham para resolver os seus próprios problemas e os das suas clientelas, mas não os do povo.

 Então a que catástrofe me refiro? 
À que resulta da fome que se está a instalar no interior e nas cidades. Os assaltos são já diários. As pessoas têm que comer. Os mais desesperados e intelectualmente mais débeis suicidam-se com os filhos mas isso não vai durar para sempre. 
As pessoas famintas não se revoltam contra quem as colocou nesta situação. Nem sequer percebem quem as colocou nesta situação. De modo que os assaltos serão o dia a dia e, como as forças da ordem, pelo menos no interior, só tratam de mandar soprar os condutores e esconder os radares atrás de muros e carrinhas descaracterizadas, e não estão minimamente vocacionadas para combater nenhum tipo de criminalidade para além da taxa de alcoolemia, prevejo que dentro de meia dúzia de meses a criminalidade que já hoje é visível dispare. 
Teremos também que passar por essa dificuldade para que o povo perceba que não são os grandes partidos a solução para o problema que eles próprios criaram com a sua avidez e corrupção incomensuráveis.

1 comentário:

Unknown disse...

Viva.
E continua o povo a ser governado por um pequeno grupo que controla tudo, mas tudo... Empresas...Militares...Policias...
Secretas(20 entidades)...etc.
São todos dominados,de forma que isto só muda,se deixarem. O povo não tem quem o defenda! -Somos como uma manada assustada! -Que fugimos na direçção,(que nos indicarem). E aínda assim por alguém que finge pertencer "ao rebanho"(povo), mas longe disso...
É claro que as Policias,(Professores,Médicos,etc).Não servem o povo, nem isso é a primeira opçcão, mas sim fomentar o pânico,o descrédito de todas as Instituições,para que o "povo" esteja só... Não tendo a quem se socorrer...(Enquanto,acusamos apenas peões,que não sabem distinguir qual a sua mão esquerda ou direita...-Sejamos valentes, tenhamos corajem de Andar,falar e agir. Mesmo que a multidão não se reveja,na atitude. Ás vezes basta (um) para mudar tudo...