1.05.2013

Até que enfim que alguém diz publicamente o que todos sabemos...

Marinho Pinto garantiu hoje que as violações do segredo de justiça são feitas “em 99% dos casos pelos magistrados e pelos polícias”.
O bastonário da Ordem dos Advogados reagia assim à ordem da procuradora-geral da República que ordenou a realização, com carácter urgente, de uma auditoria aos inquéritos-crime que nos últimos dois anos foram alvo de violação do segredo de justiça.
Marinho Pinto disse ainda que a divulgação de informação que se encontra sob segredo de justiça “visa favorecer o Ministério Público e as teses acusatórias em processos-crime”.
Sobre a mais recente polémica de violação de segredo de justiça, que envolveu Medina Carreira no âmbito do processo Monte Branco, Marinho Pinto é peremptório: “Isto só pode ser uma de três pessoas: ou o juiz que autorizou a diligência, ou o Ministério Público que a promoveu ou o funcionário que secretariou essas decisões. Mais ninguém tem acesso ao processo na fase de inquérito”.
Na sexta-feira, o gabinete da Procuradoria-Geral da República emitiu uma nota onde anunciava a realização de uma auditoria, com “natureza urgente”, que visa apurar em que “momentos, fases ou locais tais violações tiveram lugar e avaliar os procedimentos e percursos processuais habitualmente adoptados pelo Ministério Público”.
“Importa fazer um levantamento rigoroso e pormenorizado das violações do segredo de justiça nos inquéritos-crime, por forma a apurar a respectiva autoria, ou, pelo menos, em que momentos processuais, por que forma e em que circunstâncias tiveram lugar”, pode ler-se no documento.


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