10.07.2012

E se a barragem da lagoa Comprida colapsasse? PARTE I


Quando era miúdo ouvi algumas vezes o meu Pai falar sobre essa hipóteses... o que aconteceria se a barragem da Lagoa Comprida colapsasse por algum motivo.

Para tal bastaria um teramoto (causas naturais) ou meros 2 kgs de TNT (terrorismo).

Inicio hoje aqui um estudo mais empírico do que outra coisa, baseado embora, tanto quanto possível, na ciência disponível.

O ponto de partida é este:


Barragem da Lagoa Comprida 
Situação:
Implantada no concelho de Seia, mais concretamente, na ribeira da Lagoa, junto à E.N. 339 e a uma altitude de 1 600 metros, faz parte integrante do Sistema Produtor do Maciço da Serra da Estrela. Iniciou-se a sua construção no verão de 1912 sofrendo, ao longo dos anos, alteamentos sucessivos.
Em 1960 entendeu-se que se justificava, economicamente, a realização de mais um reforço e alteamento (3 metros), passando o nível de retenção para a actual cota de 1 600 metros realizando-se, esta última obra, nas estiagens de 1964, 1965 e 1966, possibilitando armazenar cerca de 14 milhões de m3  de água.
Assim, as afluências provenientes das bacias vertentes do Covão do Meio e dos Conchos, cujas obras haviam sido ultimadas em 1955, passaram a ter local de armazenamento, já que, com muita frequência, durante o Inverno, transbordavam superficialmente.
Trata-se de uma das principais albufeiras regularizadoras de um conjunto de várias, todas ligadas por um sistema de derivações em canal e em túnel, localizadas nas vertentes de montante de bacia do rio Alva.
Concessão:
Em 13 de Janeiro de 1908 requereu a “ Empresa Hydro – Eléctrica da Serra da Estrella, Lda.” , através de um dos seus sócios fundadores, António Rodrigues Nogueira, que lhe fosse concedido utilizar durante 99 anos a energia motriz das águas represadas na Lagoa Comprida na Serra da Estrela.
Os interessados apresentaram, em 15 de Abril de 1910, o projecto das obras.
Ouvido o Conselho Superior de Obras Públicas e Minas, este foi de parecer (em 12 de Maio de 1911), que o projecto “… está tecnicamente bem elaborado em todas as partes e pode servir de base à concessão pedida, cujas condições serão indicadas depois do resultado do respectivo inquérito, mandado abrir superiormente”.
O decreto do Diário do Governo nº 98, de 20 de Abril de 1912, define, assim, a autorização de construir um dique de alvenaria nos termos do que consta no seu projecto de 14 de Abril de 1910, com o respectivo descarregador de superfície, a central eléctrica nº 1 e a canalização metálica.
O concessionário deveria principiar os trabalhos, no prazo de 6 meses a contar da data deste decreto, e conclui-los, passados 3 anos sobre a data do início das obras, de modo a que pudesse laborar a central nº 1.
Características Principais
A barragem da Lagoa Comprida (barragem Marques da Silva) é do tipo gravidade, em enxilharia de granito, três arcos, e um desenvolvimento total de cerca de 1 200 metros.
Na albufeira desaguam dois túneis – Covão do Meio com 2 354 metros e Covão dos Conchos com 1 519 metros.

Curso de água
Ribeira da Lagoa
Tipo
Gravidade
Cota do NPA (m)
1 600, 00
Altura (m)
28, 24
Coroamento (m)
1 200
Volume (m3)
100 000
Cap. máx. de descarga (m3/s)
92
Cap. Útil da albufeira (hm3)
13, 88



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