O resultado do referendo na Escócia trouxe à evidência o que há muito se sabia: que o equilíbrio aparente que se vive na Europa é tudo menos estável.
Os países do Sul estão ligados à máquina. Portugal, Espanha, Grécia e Itália já mostraram que não são capazes de se equilibrar financeiramente. Mas destes, 2 são gigantes e não querem saber disso para nada. A Grécia é protegida e a ela se permite tudo inclusive o não pagamento da dívida. E do último - nós - ninguém quer saber a não ser dos juros e do dinheiro que foi emprestado a preços draconianos.
Dentro do gigante espanhol, a Catalunha está farta de contribuir para o resto do território e nada ganhar com isso. Será a convulsão que se segue.
Sulista, obscurantista e, neste aspecto, quase português, o governo espanhol não admite o referendo.
É pior.
Os espanhóis não são medrosos como nós e virão para as ruas fazer estragos. E o referendo será realizado na mesma.
Mas não vale, diz o governo.
E depois?
Em Espanha o que vale é o que o povo ordena. Não é como aqui.
Não lhes reconhecem o referendo, preparem-se para chatices. 2 milhões delas.
Valia mais reconhecerem-no. Porque, na hora da verdade, a substancial parte medrosa do povo vem ao de cima. E vota contra o que não conhece.
Mesmo nos países mais instáveis da Europa o povo acaba por recusar o salto para o desconhecido.