TC distingue entre pensões e salários.
Quem recebe as primeiras pode manter nelas a sua confiança inabalável. Já quem recebe os segundos deve neles perdê-la por completo e passar a aceitar aquilo que lhe quiserem dar ao fim do mês. Que pode mudar todos os meses.
Isso é o chamado roubo, perdão: flexibilidade com cobertura Constitucional.
Este inverno ficámos a saber que cortar pensões a quem as recebe VIOLA o Princípio da Confiança, mas cortar salários a quem os recebe já não. Já não VIOLA esse Princípio.
Só num país com consolidado e maduro espírito crítico, uma situação com este nível estonteante de lógica e inteligência poderia ser levada por diante.
E não se vê nenhum comentador televisivo elogiar este desanrincanço do TC. Provavelmente porque o espírito crítico destes comentadores já se reformou e já está no Lar da Misericórdia.
Mas melhor: o corte de salários é aplicado APENAS AOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS que, uma vez mais, estão a pagar alegremente as loucuras, devaneios e saques - perdão: isto hoje não está a correr bem. Queria dizer: os investimentos de Interesse Nacional patrioticamente levados a efeito pela já tão sacrificada classe política Nacional.
Em nenhum país desenvolvido - nem na maior parte dos subdesenvolvidos - uma tal maravilha constitucional seria possível.
Mas aqui é.
E sabem porquê? Porque os 3 grandes estão empatados pela primeira vez há não sei quantos anos. Quer dizer: eu não sei, mas a maior parte dos portugueses sabe. Isso sabe.
É por isso que as pensões são intocáveis e os salários não.
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