1.19.2013

Vamos lá a lançar o debate: Pensar Seia!


DIAGNÓSTICO SUMÁRIO:

1 - Seia despovoa aceleradamente - e mais do que Oliveira do Hospital que neste momento já tem mais gente que nós - porque não tem indústria. Foi a indústria EHESE e FISEL, FERCOL, VODRATEX e depois muitas outras menores e satélites que trouxeram o "boom" populacional dos anos 60/70.

2 - A Indústria traz gente para nela trabalhar. E o comércio aproveita para vender. Se a Indústria desaparece e não é substituída por outra, as pessoas partem e o comércio morre.

3 - A indústria dos lanificios acabou, a EHESE foi absorvida e morreu, apenas a ARA e mais 2 ou 3 unidades de lanificios menores subsistem, mas sem impacto no número do emprego. Hoje o principal empregador é provavelmente a CMS seguida das IPSS e de algumas empresas com expressão muito inferior ao Contact Center. Uma migalha que a EDP nos deu por nos ter retirado o Centro de Distribuição de Seia. E mesmo assim tivemos que meter muita cunha...

Ou seja: o emprego que há por aqui é praticamente todo não reprodutivo. Não há criação de riqueza.
Com este cenário macroeconómico dir-se-ia que Seia estaria condenada a curto prazo, como muitas outras cidades do interior.

4 - No entanto, Seia possui, afortunadamente, um filão de ouro eternamente por explorar: o turismo na Serra da Estrela. Que me lembre, desde os meus 30 anos de idade que escrevo e leio sobre isso. O turismo e as oportunidades perdidas para Seia e para o Concelho.
Desafortunadamente, nenhum dos executivos municipais depois do 25 de Abril valorizaram minimamente esse filão.

5 - Seia tem vindo a resistir, para surpresa minha, sem ajudas nem estratégia de qualquer espécie ao inevitável despovoamento. Mas chegou a um ponto em que as poucas empresas e pessoas que ainda resistem perdem as forças para lutar contra tal conjuntura esmagadora da classe média e, uma por uma, baixam os braços e desistem.


PROPOSTA:
A nossa única saída é o Turismo. A única Indústria em que são os clientes que se deslocam para consumir os seus produtos.

Se tivéssemos outra saída, em 30 anos ela já teria aparecido. Nenhuma indústria se deslocalizará para aqui nem as de cariz tecnológico como se pensava há 1 década. Isso é tudo ilusão tal como o foi a doidice das zonas industriais desertas.
Temos que lutar pela nossa sobrevivência e bem estar e não esperar eternamente que outros nos venham salvar.

O estancamento do despovoamento implica a substituição dos postos de trabalho existentes em 2010 (já não falo nos anos dourados de 60 e 70) por outros na área do turismo. Só assim abrandaremos o despovoamento galopante e diário a que assistimos hoje.

1 - Visibilidade nacional: estou cansado de afirmar que temos que dar visibilidade ao nosso lado da Serra: a encosta Nordeste. Como sabemos, só a Covilhã tem notoriedade e visibilidade. Qualquer reportagem na Serra é feita exclusivamente no outro lado. Temos que atrair para aqui as TVs que "estacionaram" na Covilhã. A operacionalização está estudada mas é evidente que não vou oferecê-la de borla aqui.

2 - Visibilidade em clusters de mercado e estratificação: A CMS tem lá um projecto meu desde 2008 para captar a atenção e atrair turistas de gama média alta e conferir visibilidade de Seia a 2 MILHÕES DE TURISTAS PORTUGUESES / ano.
Nada de net, nada de tretas.
Tudo REAL e PALPÁVEL. Custava menos do que abastecer a frota de veículos da CMS uma só vez.
Se apenas 1% dos turistas-alvo fosse captado por este método (estimo que no primeiro ano não fosse muito mais do que isso dado o apagamento turístico da nossa região) estaríamos a falar de 20 mil pessoas / ano, só por via desse projecto. 2% daria 40 mil. 3% daria 60 mil.
60 mil pessoas deixariam em Seia 3 MILHÕES de EUROS que por certo a hotelaria não recusaria.

Resposta ao fim de 4 anos de espera e 250 mil potenciais turistas perdidos:
- "Para já não estamos interessados."

Quando me falam em estratégia estão, realmente, a falar de quê?

1 comentário:

Anónimo disse...

Hoje, mais do que nunca com a introdução das portagens nas ex-SCUTS, temos uma oportunidade de ouro para que Seia entre no mapa turistico da serra da estrela.

Basta pensar que turistas vindos de Leiria, coimbra, aveiro, Porto,Braga, etc, se torna muitissimo mais barato entrar por Seia do que pela Covilhã...

Graças a Deus as auto estradas de borla não chegaram aqui...basta pensar que nos ultimos meses o trafego de camiões aumentou, e isso fez com que restaurante fechados voltassem a reabrir ( Catraia de S Romao e KM 88)