10.11.2005

Manipulação ou fraude eleitoral?

Tenho sido contactado por todas as listas em todas as freguesias onde concorremos, com histórias mirabolantes de casos que configuram generalizadamente manipulação eleitoral nas últimas eleições.
Desde casos em que se foram buscar pessoas a Lisboa, à Guarda, ao Porto da Carne, a casos em que se pagaram viagens desde Lisboa, para que as pessoas viessem votar às freguesias onde estão recenseadas.
Isto não configura fraude. Quando muito manipulação.
Mas pior manipulação é aquela que se incutiu aos velhinhos em que se garantia que «os gajos querem-vos ficar com as reformas».
É evidente que esta, sim, é manipulação.
E da manipulação à fraude vai o passo de um anão, porque ninguém sabe qual será, por exemplo, a orientação de voto daquele idoso de 94 anos que foi votar pela primeira vez na sua vida, numa cadeira de rodas, sendo que alguém teve que ir votar por ele, pois não chegou a saber onde se encontrava nem o que estava ali a fazer.


Não digo que se não fossem os milhares de velhinhos que acorreram em massa às eleições, este ano, a vitória pendesse para o lado do PSD. Não.
A dimensão da derrota não se compadece com essa tese.
Mas o que garanto é que o resultado eleitoral seria obviamente muito diverso do que se verificou.
Muitas freguesias ter-se-iam ganho.
E também muitos deputados para a Assembleia Municipal e pelo menos mais um vereador teria sido ganho se não tivesse existido esta onda manipulatória generalizada.
Nessa medida podemos dizer que a gigantesca manipulação que se verificou ao nível da votação da 3ª idade, nestas eleições, alterou substancialmente o panorama e a verdade eleitoral.
Se é fraude ou não, os técnicos dessas coisas que o digam.

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