Não se sabe onde nasceu nem quando nasceu. Tal como acontece com Vasco da Gama. Aceita-se que s sua data provável de nascimento rondará os anos de 1467 ou 1468, mas não há nenhuma razão para dizer isto. Sabemos é que em 1500 foi nomeado Comandante-Mor da Armada que partiu para a India. A segunda.
Mas a grande Armada. Que teve uma história triste e que - como sempre - não é contada aos portugueses nos manuais escolares. mais uma vez, para se saber ao certo o que aconteceu é preciso consultar as obras volumosas - e caríssimas - dos historiadores e dos especialistas. Aqui estou mais umam vez a levar a verdade do que aconteceu aos meus leitores. E vão compilando porque as tretas que nos contaram na Escola são mais qie muitas e raras vezes a ideia com que ficamos é sequer aproximada da realidade.
Documentada e verificada e publicada. mas lá está: não divulgada. o que se divulga são lendas e tretas. O que sabe o leitor sobre a expedição de Pedo Álvares Cabral? Faça uma PAUSA de 1 minuto AQUI e tente recordar-se. Tente puxar pela sua cultura geral.
Documentada e verificada e publicada. mas lá está: não divulgada. o que se divulga são lendas e tretas. O que sabe o leitor sobre a expedição de Pedo Álvares Cabral? Faça uma PAUSA de 1 minuto AQUI e tente recordar-se. Tente puxar pela sua cultura geral.
O leitor provavelmente sabe de duas, uma:
1 - Que PAC ia para a Índia e enganou-se, como aconteceu com Colombo.
2 - Que PAC ia para o Brasil (porque já se sabia que o Brasil existia) por causa da astúcia de D. João II no Tratado de Tordesilhas.
Pois então continue agora a leitura e perceba o que se SABE que aconteceu.
PAC era um homem enorme. Abriram-lhe a sepultura em Santarém e percebeu-se que era um gigante.
Era também um fidalgo. Já o pai dele tinha sido um grande fidalgo. O seu pai era o Alcaide-Mor do Castelo de Belmonte. E era também o Senhor de todas essas Terras. O pai era um homem rico. Diz-se que o Pedro também era rico. Mas isso não é verdade. Ele tinha 10 irmãos e nem sequer era o mais velho.
E como nesse tempo os Bens iam todos para o primogénito, PAC não era rico. Era pobre. Era um fidalgo sem fortuna. Antes da data de partida da frota, em 1500, tudo o que sabe sobre PAC é o seguinte: ele prestou serviços ao Rei D. João II, que morreu em 1495. Mas não sabemos de que serviços se tratou.
Ele prestou serviços e o seu irmão também. Portanto, os dois prestaram serviços ao Rei. E o Rei, talvez em 1494, deu aos 2 irmãos um pagamento por isso.
Estabeleceu-lhes um tença de 26 mil reais, por ano, para os dois. Isto era, na época, uma tença pequena. Serviços no valor de 26 mil reais apenas, a dividir por dois, não se deve ter tratado de grande coisa. Ou de algo de grande responsabilidade, como os serviços de que imcumbiu Estêvão da Gama, o pai de Vasco da Gama. Que, como já vimos, eram serviços de espionagem em África.
Sabemos que D. João II se servia muito dos seus homens para pequenos serviços, às vezes de espionagem, portanto. Mas neste caso nada sabemos e uma hipótese provável é que ele tenha sido um dos homens de confiança que acompanhavam o D. João II no “Esquadrão dos Ginetes” - Um grupo de Cavalaria composto por homens fidalgos e comandado por um fidalgo importante: Fernão Martins de Mascarenhas. Os seus guarda costas, por assim dizer.
Tudo o que conhecemos sobre os ginetes é que eram cavaleiros de grande estatura, guerreiros fortes e audazes, e que tinham por missão proteger o corpo do Rei. Porque D. João II andava sempre com medo que alguém o atacasse.
Outro dos ginetes do Príncipe Perfeito (cognome de D. João II) foi Afonso de Albuquerque, futuro vice Rei das Indias. E ambos - PAC e Afonso de Albuquerque - passaram a ser homens de confiança do Rei seguinte. O cunhado e primo de D. João II - D. Manuel.
Portanto, PAC terá sido guarda-costas do Rei. O certo é que em 1500 o Rei o nomeia comandante de uma grande Armada que vai partir para a India. Tinha chegado há pouco tempo o que restava da frota do Vasco da Gama, que tinha partido com 3 navios e voltou ao Tejo apenas com um; e de cerca de 300 homens que tinha levado consigo, regressaram poucas dezenas. Morreram quase todos. Mas tinha regressado com esta notícia gloriosa: Portugal já conhece o caminho marítimo para a India!
Esse facto ultrapassou os revezes da viagem. E também já se sabia que aquilo lá na India não era fácil. Vasco da Gama tinha voltado com as mãos a abanar e sem conseguir fazer qualquer negócio com o Samorim, por causa do poder que os muçulmanos tinham sobre o comércio das especiarias e a rota da seda. Eram os pilotos muçulmanos quem, a partir do Mediterrâneo e do Mar Vermelho, transportavam as especiaria até às grandes cidades Italianas. Génova, Pádua, Veneza, Florença.
E depois caravanas faziam o transporte por terra até à Europa. E eles tinham o mau feitio de não gostar de concorrência. Pois agora, D. Manuel resolvia enviar uma grande Armada. Com Vasco da Gama, para a descoberta, foram apenas 3 navios.
Mas agora, para esta viagem de negócios e demonstração de força - para intimidação dos muçulmanos - o Rei envia 13 naus. As 13 naus de Pedro Álvares Cabral As 13 naus estão bem representadas nos livros do tempo. Não se sabe ao certo quantas pessoas iam nos 13 navios mas os números oscilam entre 1200 e 1500 homens. E diz o cronista que era tudo gente escolhida, gente com muito bom aspecto, gente muito bem vestida, porque o Rei sabia que se iriam encontrar com Reis orientais de grande luxo. E por isso escolheu o melhor que tinha para enviar à India.
A Armada reúne-se em Belém a um domingo. Corria o dia 8 de maio de 1500. Diz o João de Barros que "o mar nem parecia mar. Parecia um campo em flor com a flor daquela juventude". Iam todos vestidos de forma festiva. Iam todos partir para aquela grande aventura, para a India. E a moldura era um mar de multidão.
Todos aqueles campos à volta do Restelo estavam apinhados de gente. O rei D. Manuel estava presente. Foi uma festa grandiosa, a daquele domingo, em que PAC parte para a India, à frente daquela brilhantíssima Armada. Nunca o Tejo tinha visto partir uma Armada tão bonita e engalanada!
A bela armada Sai do Tejo, navegam durante 13 dias sempre com ventos favoráveis, e aportam em CaboVerde. Mas nessa altura dá-se a primeiro revés. Durante a noite - nunca ninguém soube como - um dos 13 navios desapareceu. Tinham-no visto à noite, mas de manhã já lá não estava. Nunca mais se soube dele. Não se sabe se foi uma “ponta” de vento que o levou para longe, mas parece pouco provável.
A verdade é que o navio e os cento e tal homens que lá iam dentro nunca mais apareceram. Foi a primeira grande perda. mas haveria mais. Continuaram a navegação e, na semana da Páscoa, em 22 de Abril, vêem ao longe Terra. Era um monte "muito alto e redondo". E como estavam na semana da Páscoa, chamaram-lhe Monte Pascoal.
Passaram aí uma semana e meia. Havia um escrivão de bordo chamado Pêro Vaz de Caminha que, durante esses dias em que esteve descansado, escreveu uma carta minuciosa ao Rei D. Manuel. PAC escreveu outra, cada um dos capitães de navio escreveu outra, o médico que ia a bordo - Mestre João - escreveu outra... Portanto vêm muitas cartas para Lisboa... mas perdeu-se quase tudo.
Conhece-se a carta de Mestre João e de Pêro Vaz de Caminha de que adiante vos falarei. A rota de Pedro Álvares Cabral Ali dessa costa, que era o Brasil, eles continuam a viagem para a India.
Atravessam o Atlântico e, quando se aproximam da Costa de África, ao largo de Moçambique, cai sobre eles uma tempestade inacreditável! O céu fez-se negro, as ondas eram imensas e durante 20 dias eles não sabiam se eram mortos ou vivos. "Os navios eram atirados às alturas parecendo que chegavam ao céu, de repente vagas imensas parece que se afundavam". E, durante 20 dias seguidos, eles apenas rezavam e entregavam as almas ao Criador. Todos acreditaram as suas vidas tinham chegado ao fim... mas então a tempestade passou.
Era também um fidalgo. Já o pai dele tinha sido um grande fidalgo. O seu pai era o Alcaide-Mor do Castelo de Belmonte. E era também o Senhor de todas essas Terras. O pai era um homem rico. Diz-se que o Pedro também era rico. Mas isso não é verdade. Ele tinha 10 irmãos e nem sequer era o mais velho.
E como nesse tempo os Bens iam todos para o primogénito, PAC não era rico. Era pobre. Era um fidalgo sem fortuna. Antes da data de partida da frota, em 1500, tudo o que sabe sobre PAC é o seguinte: ele prestou serviços ao Rei D. João II, que morreu em 1495. Mas não sabemos de que serviços se tratou.
Ele prestou serviços e o seu irmão também. Portanto, os dois prestaram serviços ao Rei. E o Rei, talvez em 1494, deu aos 2 irmãos um pagamento por isso.
Estabeleceu-lhes um tença de 26 mil reais, por ano, para os dois. Isto era, na época, uma tença pequena. Serviços no valor de 26 mil reais apenas, a dividir por dois, não se deve ter tratado de grande coisa. Ou de algo de grande responsabilidade, como os serviços de que imcumbiu Estêvão da Gama, o pai de Vasco da Gama. Que, como já vimos, eram serviços de espionagem em África.
Sabemos que D. João II se servia muito dos seus homens para pequenos serviços, às vezes de espionagem, portanto. Mas neste caso nada sabemos e uma hipótese provável é que ele tenha sido um dos homens de confiança que acompanhavam o D. João II no “Esquadrão dos Ginetes” - Um grupo de Cavalaria composto por homens fidalgos e comandado por um fidalgo importante: Fernão Martins de Mascarenhas. Os seus guarda costas, por assim dizer.
Tudo o que conhecemos sobre os ginetes é que eram cavaleiros de grande estatura, guerreiros fortes e audazes, e que tinham por missão proteger o corpo do Rei. Porque D. João II andava sempre com medo que alguém o atacasse.
Outro dos ginetes do Príncipe Perfeito (cognome de D. João II) foi Afonso de Albuquerque, futuro vice Rei das Indias. E ambos - PAC e Afonso de Albuquerque - passaram a ser homens de confiança do Rei seguinte. O cunhado e primo de D. João II - D. Manuel.
Portanto, PAC terá sido guarda-costas do Rei. O certo é que em 1500 o Rei o nomeia comandante de uma grande Armada que vai partir para a India. Tinha chegado há pouco tempo o que restava da frota do Vasco da Gama, que tinha partido com 3 navios e voltou ao Tejo apenas com um; e de cerca de 300 homens que tinha levado consigo, regressaram poucas dezenas. Morreram quase todos. Mas tinha regressado com esta notícia gloriosa: Portugal já conhece o caminho marítimo para a India!
Esse facto ultrapassou os revezes da viagem. E também já se sabia que aquilo lá na India não era fácil. Vasco da Gama tinha voltado com as mãos a abanar e sem conseguir fazer qualquer negócio com o Samorim, por causa do poder que os muçulmanos tinham sobre o comércio das especiarias e a rota da seda. Eram os pilotos muçulmanos quem, a partir do Mediterrâneo e do Mar Vermelho, transportavam as especiaria até às grandes cidades Italianas. Génova, Pádua, Veneza, Florença.
E depois caravanas faziam o transporte por terra até à Europa. E eles tinham o mau feitio de não gostar de concorrência. Pois agora, D. Manuel resolvia enviar uma grande Armada. Com Vasco da Gama, para a descoberta, foram apenas 3 navios.
Mas agora, para esta viagem de negócios e demonstração de força - para intimidação dos muçulmanos - o Rei envia 13 naus. As 13 naus de Pedro Álvares Cabral As 13 naus estão bem representadas nos livros do tempo. Não se sabe ao certo quantas pessoas iam nos 13 navios mas os números oscilam entre 1200 e 1500 homens. E diz o cronista que era tudo gente escolhida, gente com muito bom aspecto, gente muito bem vestida, porque o Rei sabia que se iriam encontrar com Reis orientais de grande luxo. E por isso escolheu o melhor que tinha para enviar à India.
A Armada reúne-se em Belém a um domingo. Corria o dia 8 de maio de 1500. Diz o João de Barros que "o mar nem parecia mar. Parecia um campo em flor com a flor daquela juventude". Iam todos vestidos de forma festiva. Iam todos partir para aquela grande aventura, para a India. E a moldura era um mar de multidão.
Todos aqueles campos à volta do Restelo estavam apinhados de gente. O rei D. Manuel estava presente. Foi uma festa grandiosa, a daquele domingo, em que PAC parte para a India, à frente daquela brilhantíssima Armada. Nunca o Tejo tinha visto partir uma Armada tão bonita e engalanada!
A bela armada Sai do Tejo, navegam durante 13 dias sempre com ventos favoráveis, e aportam em CaboVerde. Mas nessa altura dá-se a primeiro revés. Durante a noite - nunca ninguém soube como - um dos 13 navios desapareceu. Tinham-no visto à noite, mas de manhã já lá não estava. Nunca mais se soube dele. Não se sabe se foi uma “ponta” de vento que o levou para longe, mas parece pouco provável.
A verdade é que o navio e os cento e tal homens que lá iam dentro nunca mais apareceram. Foi a primeira grande perda. mas haveria mais. Continuaram a navegação e, na semana da Páscoa, em 22 de Abril, vêem ao longe Terra. Era um monte "muito alto e redondo". E como estavam na semana da Páscoa, chamaram-lhe Monte Pascoal.
Chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil
Passado pouco tempo estavam ancorados à vista de uma terra que eles julgavam que seria uma ilha, porque ninguém sabia que ali havia um Continente. Para eles era uma ilha. Chamaram-lhe uma Ilha.Passaram aí uma semana e meia. Havia um escrivão de bordo chamado Pêro Vaz de Caminha que, durante esses dias em que esteve descansado, escreveu uma carta minuciosa ao Rei D. Manuel. PAC escreveu outra, cada um dos capitães de navio escreveu outra, o médico que ia a bordo - Mestre João - escreveu outra... Portanto vêm muitas cartas para Lisboa... mas perdeu-se quase tudo.
Conhece-se a carta de Mestre João e de Pêro Vaz de Caminha de que adiante vos falarei. A rota de Pedro Álvares Cabral Ali dessa costa, que era o Brasil, eles continuam a viagem para a India.
Atravessam o Atlântico e, quando se aproximam da Costa de África, ao largo de Moçambique, cai sobre eles uma tempestade inacreditável! O céu fez-se negro, as ondas eram imensas e durante 20 dias eles não sabiam se eram mortos ou vivos. "Os navios eram atirados às alturas parecendo que chegavam ao céu, de repente vagas imensas parece que se afundavam". E, durante 20 dias seguidos, eles apenas rezavam e entregavam as almas ao Criador. Todos acreditaram as suas vidas tinham chegado ao fim... mas então a tempestade passou.
Mas da brilhante esquadra de 13 garbosas naus que tinha saído do Tejo já só havia 6 navios. Os outros tinham ido todos ao fundo com mais de 700 portugueses de quem nada mais se soube. Incluindo a nau de Bartolomeu Dias, um dos capitães que tinha sido o primeiro a dobrar o cabo da Boa Esperança.
Imagine-se a tragédia. Como se tal desventura não fosse suficiente, os 6 navios que escaparam tinham os mastros partidos, as madeiras estaladas, as velas completamente rotas e em frangalhos. E é com estes 6 navios desmantelados que PAC consegue chegar a Sofala, depois a Melinde, e finalmente no dia 13 de Setembro a Calecute. Que era a cidade em que tinha estado Vasco da Gama e em que PAC esperava carregar os seus navios com a preciosa carga das especiarias.
Mas também aqui em Calecute as coisas correram muito mal. PAC manda fundar uma Feitoria - entreposto comercial - para vender os produtos portugueses e comprar especiarias. Mas fez aquilo muito mal. Em vez de construir uma fortaleza, PAC decide ocupar uma casa sem protecção que existia na praia. O que lhe seria fatal. Depois deixou-se enganar por várias vezes e por várias vezes tomou decisões erradas, para não dizer catastróficas.
O caso foi o seguinte: passavam-se semanas e PAC não conseguia comprar nada, ninguém lhe vendia nada. Claro, pois se os muçulmanos tinham o mercado na mão, eles trabalhavam para que ninguém nos vendesse nada.
E neste impasse passaram-se 3 meses. PAC estava desesperado.
A certa altura disseram-lhe que estavam a chegar uns navios carregados de elefantes e que o Samorim iria adorar receber um elefante de presente. PAC pensou que com esse gesto conseguiria abrir as portas do comércio das especiarias e manda atacar o navio alegadamente carregado de elefantes.
Os soldados bombardeiam o navio e mataram apenas um elefante. O único que lá vinha.
Os nossos mareantes puderam comer bifes de elefante mas nada mais se ganhou com o ataque. O navio também não trazia especiarias. E não era à procura de elefantes que nós lá estávamos.
Mais tarde recebeu nova informação de que estavam a chegar outros navios carregados de especiarias. E Cabral, sem ter quem lhas vendesse, optou por roubá-las.
PAC manda atacar esses navios. Mas acontece que eles não traziam especiarias nenhumas.
Eles traziam apenas mantimentos para a cidade de Calecute. Foi um erro tremendo.
Porque esse assalto disparatado fez levantar toda aquela gente em armas contra nós. E centenas assaltam a feitoria, onde estavam apenas 60 portugueses sem defesa. Os homens do Samorim caíram sobre eles e mataram-nos quase todos. Poucos escaparam.
Cabral, completamente desorientado, não sabe o que fazer. No dia seguinte, resolve bombardear a cidade desde o mar, como represália. Mas é claro que deixou de ter condições para continuar em Calecute.
O que resta da nossa Armada empreende, pois, a viagem de regresso. Na viagem, ainda consegue completar o carregamento de especiarias noutras duas cidades, mas tudo aquilo tinha corrido pessimamente e a verdade é que quando ele regressa a Lisboa traz menos de metade dos navios, da carga e dos homens.
A maioria tinha morrido naquela desgraçada aventura.
O Rei D. Manuel nunca mais entregou nenhuma missão a Cabral, que acabou por terminar a sua vida praticamente esquecido em Santarém.
Ali está o túmulo, que faz mais o elogio da esposa do que o dele.
Diz que a esposa, que era D. Isabel de Castro, proveniente da mais alta nobreza, foi Camareira-Mor da Infanta D. Maria depois da morte do marido. E nada mais.
PAC tinha sido um homem célebre mas foi propositadamente apagado da História.
Talvez por isso, enquanto, por exemplo, sabemos todo o percurso de vida de Vasco da Gama (que voltou a ser chamado para corrigir as asneiras de PAC, no ano seguinte e, mais tarde, para colocar ordem na bandalheira e corrupção em que se tinha tornado o comércio das especiarias e que acabou por morrer na Índia), de PAC acabamos por não saber praticamente mais nada.
Foi votado ao ostracismo e apagado da História.
É certo que lhe cabe a Glória enorme de ter descoberto uma das grandes Nações do tempo contemporâneo: O Brasil. E quem a descobriu foi - por acidente ou não (e pessoalmente penso que sim) - Pedro Álvares Cabral.
Ultimamente há uma corrente - e nomeadamente no aniversário dos 500 anos da Descoberta, em 2000, isso ficou bastante patente - que defende que o Brasil não foi descoberto mas sim "Achado".
Um dos Grandes Feitos de que os portugueses se podem orgulhar é o de terem trazido o Brasil das profundezas de uma civilização primitiva em que estava mergulhado (uma das tribos que existia era inclusivamente canibal) à luz brilhante da civilização europeia.
Curiosidade: a obra do Dr. Jaime Cortezão - A expedição de Cabral em 1500 - é um livro muito bem redigido. E ilustra PAC na sua capa. Mas esse retrato é falso. Não há qualquer retrato de PAC em parte nenhuma - nem sequer o que se lhe atribui nos Jerónimos - porque D. Manuel decidiu esquecê-lo e varrê-lo da História.
O que, apesar de tudo, não conseguiu.
Porque realmente foi PAC quem, na Páscoa de 1500, pela primeira vez aportou às praias da Vera Cruz no sítio de Porto Seguro.
E isso nunca pôde ser apagado.
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