1.01.2014

A ESTRANHA JUSTIÇA INGLESA



Em 2003, o deputado inglês Chris Huhne foi apanhado num radar a alta velocidade. Na época, a então mulher dele, Vicky Price, assumiu a culpa.

O tempo passou e aquele deputado passou a Ministro da Energia, só que o seu casamento acabou. Vicky Price decide vingar-se e conta a história à imprensa.

Como é na Inglaterra, Chris Huhne, Ministro, demite-se. Primeiro do ministério e depois do Parlamento.

ACABOU A HISTORIA?
Qual quê! Estamos em Inglaterra...

... E em Inglaterra é crime MENTIR à Justiça. Assim, essa mesma Justiça sentenciou o casal envolvido na fraude do radar em 8 meses de cadeia para cada um e uma multa de 120 mil libras.

Segredo de Justiça? Nem pensar, julgamento aberto ao público e à imprensa.
Segurança nacional? Nem pensar, infractor é infractor.
Privilégio porque é político? Nada!

E o que disse o Primeiro Ministro David Cameron quando soube da condenação do seu ex-ministro?

"É uma conspiração dos media para denegrir a imagem do meu governo?" ou "É um atentado contra o meu bom nome e dos meus Ministros"?

Errado. Nada disso.
O que o Primeiro Ministro David Cameron disse foi: 'É bom que todos saibam que ninguém, por mais alto e poderoso que seja, está fora do braço da Lei.'

Estes ingleses monárquicos são mesmo um bando de atrasados, não são?

Por cá, o ministro da defesa José Pedro Aguiar-Branco estaciona o seu Alfa-Romeo no passeio em frente ao seu escritório particular de advogados no Porto. Nunca recebeu nenhuma multa e quem ousou tirar a fotografia para 'provar' que aquilo era real foi detido pela PSP local. 
É a diferença entre um Estado de Direito e uma república das bananas fascizóide como a nossa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu Caro, Concordando inteiramente com o conteúdo do texto - mencionas uma "marca", um "modus operandi" do espaço político nacional e que sempre existiu agarrado,tipo código genético,ao servidor público em portugal - são homens sem profissão ou trabalho "civil" de monta que ascendem à nobre tarefa de governar os outros, homens sem história ou fortuna que, após breve contacto com o poder, rapidamente se transformam em milionários, a promiscuidade entre público e privado (sempre com benefício deste e nunca libertando o primeiro...)e, questão central na nossa democracia, a constatação de que existe uma justiça especial para estes,na abordagem, aplicação e acesso, bem distinta da usada para com o comum dos mortais.E isto envergonha-nos há muito como povo e como tudo isto nos distingue, bem para pior,de um exemplo como o que citaste.Apenas um reparo ao exemplo que deste. Não que o mesmo seja errado, ele aconteceu mesmo e o homem anda por aí de cabeça levantada, e como tal merece ser mencionado...mas ao pé dos que vamos conhecendo, e dos mais recentes,esse até pode ser apresentado como "penauts"...
Abr,PB