6.11.2013

Triálogo entre o Professor, o Pê Coelho e o Zé Povo

o Aviso: a parte do Zé Povo pode ferir as susceptibilidades mais sensíveis



Quando Coelho pensava

ir de férias para os Açores

Aparece esta maçada

da greve dos professores.

 

(P Coelho)

- Uma greve? De repente?

Mas esta gente pirou?

Desde o antigamente

Que a carreira congelou...

 

Aceitaram o estatuto

e o vínculo foi p'ó galheiro.

E agora, de modo abrupto,

é que há todo este berreiro?


(Professor)

- É verdade, P Coelho.

Os professores estão na rua.

O seu saque já é velho

mas é nova a falcatrua.

 

Para alguns milhões poupares

Queres despedir 30 mil.

Mas mantens os militares

Pra que não haja outro Abril


(P Coelho)

- Mas tu não vês, professor

Que não há "guita" nenhuma?

Quanto mais roubo, pior:

ele faz-se todo em espuma....


(Professor)

- Se não há "cacau", então

pede a quem se abotoou.

Onde está tanto milhão

Que a esta Terra aportou?


(P Coelho)

- Foi o Sócras, o vilão

quem derreteu o que havia.

Se o não deitassem ao chão

Inda mais derreteria!...


(Professor)

- E o Cavaco, teu mentor?

Pagou prá não-produção!

Foi o exterminador

Do futuro da Nação.


o(Zé Povo)

A lavoura e a pesca

acabaram, são espanholas.

E os dentes da anibal besta

Batem como castanholas

 

oEle anda preocupado?

Foi ele quem destruiu

todo o sector primário.

Vá p'rá p... que o pariu!

 

Não venha agora fingir

Que não teve nada a ver

Com as frotas a fugir

E os matos a crescer

 

Pagou-se para arrancar

e pra plantar outra vez.

E para desmantelar

muito barco português!

 

Agora fazem-nos falta...

Compramos tudo lá fora.

Por culpa só desta malta

Que nunca mais vai embora!


No discurso 10 de Junho

E à noite, no debate,

Foi espectáculo ver o grunho

Fazer contas ao tomate!


E voltando aos professores:

até lutam de mansinho.

Não queiras saber as dores

De um tomate no focinho!

 

JT 11/6/2013

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