9.21.2012

Não há um especialista que concorde com os patós que o povo mais inacreditável da europa elegeu


Portugal passou, “em duas curtas semanas”, de “aluno modelo” a “exemplo dos perigos que enfrentam os governos que levam a austeridade além” do que os eleitores conseguem tolerar, escreveu hoje a revista britânica The Economist.
Num artigo intitulado “O ponto de viragem: Quanta austeridade é demasiada austeridade?”, a revista afirma que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “parece ter levado as reformas além do limite do que é considerado aceitável por larga parte do eleitorado”.

“Nos 15 minutos que Passos Coelho demorou para anunciar o seu esquema na televisão, no início do mês, conseguiu a notável proeza de unir não só os partidos da oposição contra o seu plano ‘intolerável’, mas também os sindicatos, os patrões e os economistas”, escreve a publicação na edição que será disponibilizada hoje nas bancas portuguesas.

O executivo anunciou que vai reduzir a TSU em 5,75 pontos percentuais para as empresas, financiando a medida com um aumento de sete pontos na contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social.

De acordo com a revista, “as políticas de Passos Coelho podem ter sido bem-sucedidas em enfatizar as diferenças entre Portugal e a Grécia”.

No entanto, o primeiro-ministro “também está a descobrir que a austeridade não pode ser levada além do limite determinado pelos eleitores, quer estejam em motins violentos em Atenas ou em marchas pacíficas em Lisboa”.

Face às reacções da oposição, dos sindicatos, dos patrões e da população, que encheram as ruas de várias cidades do país no sábado, a revista acredita que é “muito provável” que Passos Coelho altere seu plano, “se não recuar completamente”.

Referindo que o maior partido da oposição, o PS, ameaçou apresentar uma moção de censura ao Governo, a The Economist entende que a crise no seio da coligação governamental é “potencialmente mais perigosa” para o primeiro-ministro.

“O plano também abriu uma brecha potencialmente irreparável entre os dois partidos na coligação governamental”, o PSD e o CDS, lê-se no artigo. 

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