8.24.2012

António Ferro foi durante muitos anos o braço direito de Salazar.
O Inventor do folclore e da portugalidade morreu a trabalhar.
Mas a verdade é que nunca se descobriu que nenhum ministro no tempo do "fascismo" se tivesse enchido enquanto ex ercia funções, nem depois disso, à custa do cargo público exercido. José Hermano Saraiva e Veiga Simão são exemplos disso.
E agora, na "democracia" não há, praticamente, uma única excepção a esta regra.
Apetece perguntar: o país ganhou alguma coisa com a democracia?
Eu penso que economicamente e em termos de desenvolvimento, não.
O desenvolvimento chegaria na mesma e não haveria um décimo dos roubos de lesa-pátria que se verificaram e continuam a verificar com as PPP e a protecção à Banca.
Claro que o marcelismo era insustentável mas se tivesse continuado hoje talvez tivessemos menos auto-estradas mas teríamos um nivel de vida muito superior ao presente.
As únicas coisas que o povo ganhou foram a Liberdade (ou quase) de voto e de expressão e o fim da guerra colonial. Mas como este povo continua meio analfabeto, não usa a democracia em seu proveito mas apenas em proveito de quem se candidata.
A corrupção é, hoje, generalizada e encarada como "normal". No tempo de Salazar os corruptos eram presos. Hoje alguns chegam a Procuradores da República.
A Nação está moralmente podre.
Não há esperança para um país que tenha um povo analfabeto e resignado como este.
Com um povo assim a elite faz o que quer.

Aqui abaixo, nos comentários, textos e desenvolvimentos a este tema tirados do meu mural no facebook. www.facebook.com/joaotilly

4 comentários:

João Tilly disse...

João Tilly: Vamos a ver. Aqui ninguem defende a política obscurantista do Estado Novo.
1 - Salazar queria que os portugueses tirassem a 4ª classe - e não mais - para não adquirirem ferramentas intelectuais que lhes permitissem questionar fosse o que fosse.
2 - A Guerra colonial foi começada por escaramuças locais. Roubos, vandalismo e assassínio de famílias portuguesas e estrangeiras por parte de bandos armados e, ao princípio, nada tinha a ver com a independência territorial. Salazar reforçou Angola com o exercito para manter a ordem pública. E foi isso que instigou os movimentos rebeldes. Mas isso é história que qualquer um pode ler.
3 - De facto, com a preocupação em manter as contas em ordem Salazar não investia em redes viárias nem em infraestruturas de modernização. Aa empresas não podiam desenvolver-se como as congéneres estrangeiras. A indústria na provincia nunca singrou por causa (também) disso. Mas a verdade é que os emigrantes também não foram para a provinci francesa trabalhar. Foram para os arredores das cidades para as usinas. Temos que ter alguma distanciação e enquadramento idiosincrático para percebermos os fenómenos ocorridos.
4 - Salazar aproximou bastante o Portugal rural de 1930, que herdou, de uma europa "actual". Simplesmente a revolução electrónica chegou à europa nos anos 60 quando aqui ainda trabalhávamos com as máquinas da revolução industrial. A Europa deu um salto muito significativo na década de 60 e precisava de mão de obra. Que cá havia de sobra.
5 - Nós cá saltámos essa etapa. Passámos das máquinas a vapor para as máquinas electrónicas em 2ª mão - aquelas que os alemães e franceses nos venderam para substituir o seu parque industrial. Essa dècalage foi absolutamente dramática para Portugal. Espanha nos anos 60 (uma sociedade rural muito parecida com a nossa) ainda a tentou acompanhar mas Espanha virou-se para a Agricultura.
6 - Portugal, nos anos 70 virou-se para a democracia e para os subsidios. Depois para os compadrios e 40 anos depois estamos tão longe da europa como em 68 quando Salazar caiu da cadeira no Forte de Sto António no Estoril, fez justamente no passado dia 3, 40 anos.
há 21 horas · Editado · Gosto

João Tilly disse...


João Tilly: Não há cá saudosismo nenhum. O meu pai andou com Humberto Delgado às costas, em Castro Daire e, por causa disso, a fugir à PIDE anos seguidos. E eu, com 13 anos, vi-o chorar pela primeira vez no dia 25 de Abril de 74.
O regime ditatorial - que nunca fascista - estava gasto e podre. Tal como este agora. A diferença é que Portugal perdeu a sua soberania. Outros decidem o nosso destino. Por muito menos do que isto Alfredo Keil escreveu "a Portugueza" onde se reza: "Nação valente e imortal" e mais à frente: "às armas! Contra os bretões, marchar, marchar!"
O que aconteceu? Nada. Nem um português pegou em armas.
Perdemos toda a África entre Angola e Moçambique sem os bretões dispararem um tiro.
Hoje canta-se o Hino antes dos jogos da selecção de futebol.
É para isso que serve.
Mas de acordo. A entrega dos territórios deveria ter sido feita mais cedo. Acautelando os interesses dos 800 mil portugueses que lá tinham a sua "vida" toda. E que a "perderam".
há 20 horas · Editado · Gosto


João Tilly disse...

João Tilly: é isso aí, como diria a Simone. É isso tudo e muito mais... Se falássemos da classe política estávamos aqui 3 dias.
Do ensino, 4. Da Saúde, 5. Da justiça, 30.
E do povo???? Isso era fácil: 1 minuto,apenas.
O povo tem o que merece. Porque não se justifica que os pais dos meus alunos - que são todos mais novos do que eu - tenham a 4ª classe ou o 6º ano. Um por outro lá aparece um 9º ano. A esmagadora maioria é 4º ano e 6º ano!!!
Em 2012 d.C.??? Está tudo explicado, meus Amigos. Não é necessário dizer mais nada.
"Quando a estupidez é explicação suficiente é desnecessário procurar uma outra". Ulman
É exactamente o que se passa em Portugal.
A estupidez é explicação suficiente para o estado a que isto chegou.
há 19 horas · Editado · Gosto

João Tilly disse...

João Tilly: Vamos ver: era imperioso o golpe de estado. Portugal não podia continuar a deixar morrer jovens em África e sem liberdade de expressão. Esse foi o ganho. E houve algum desenvolvimento ingénuo nos primeiros anos. Não esquecer que o PCP tentou tomar o país e de isso foi impedido por Eanes. A história do marocas e da Fonte luminosa é mais uma treta. Como se 10 mil pessoas aos gritos impedissem alguma coisa...
Na altura poderia acontecer-nos algo pior que o regime ditatorial de Marcelo: seria um regime ditatorial de um lacaio qualquer da URSS.
Tudo isso foi ultrapassado, felizmente. Estivemos a horas de uma guerra civil. Em minha casa tínhamos sempre uma alcofa preparada com víveres para o caso de a guerra civil estalar e o meu pai, depois de perseguido pela PIDE, voltar a se perseguido pela extrema direita que já mostrava as garras. Explodiram umas bombas, mas felizmente não houve senão meia dúzia de vítimas a lamentar, entre elas o padre Max, de quem já ninguém se lembra.

Mas passado o PREC e o revanchismo de direita que se lhe seguiu a coisa estabilizou. E aí os caciques perceberam que, com um povo iletrado, para não dizer analfabeto, era fácil controlar-se este rectângulo.
E foi o que fizeram. Os primeiros que chegaram ao poder por lá ficaram salvo raras e honrosas excepções das quais já nomeei a principal: Ramalho Eanes. 99% da classe política que nos governou desde o 25/4 foi esterco. Podemos dizê-lo agora com toda a certeza, volvidos que foram quase 40 anos do golpe de estado dos capitães.
E a própria História está a começar a dizê-lo cada vez mais claramente.

Por isso, caros politicuzitos da treta, deputedos playboys e maralha pre-corrupta das Jotas: o melhor é passardes o mais despercebido possível pela História, porque dentro de 40 anos os v. netos estudarão nas ESCOLAS que vocês foram os medíocres, os ladrões e os bandidos que afundaram Portugal na década de 10.

Perceberam o recado, ladroagem?