4.28.2008

Manuela Ferreira Leite Jamé


A obssessão dos dirigentes do PSD actual pelo abismo é algo que ultrapassa qualquer tipo de lógica ou racionalidade.
No momento em que fazer oposição (a este governo) deveria ser uma brincadeira de crianças, eis que o Partido faz jus ao seu nome e continua partido em 10 ou 12 cacos.
Reunidos alguns deles, com grande custo, mesmo assim não se consegue ter menos do que 3 frentes.
Indo, ou não, estas 3 tendências a sufrágio, fácil é para todos perceber que um partido assim não vai lá. Porque, no dia seguinte às eleições, os que perderem iniciarão o minar do terreno àquele que ganhar.

Não vejo qualquer futuro para o PSD de hoje.
Ou a coisa se galvaniza em torno de um único nome ou, com facções fratricidas em catadupa, não se vai lá.
Até porque, do outro lado, temos surpreendentemente um homenzinho do mais mediano e banal que há mas que conseguiu unir o seu partido em torno de si.

Uns por medo e outros por medo, a verdade é que Sócrates tem o PS na mão sem vozes discordantes.
Um unanimismo do mais doentio que imaginar se pode, porque falso como Judas, mas a verdade é que ninguém ousa abrir a boca com receio das "irreversíveis" consequências políticas que tal veleidade traria para todo o sempre à sua futura carreira (partidária, política, profissional, etc).

Sabemos que a alta-finança estará sempre com quem for poder em cada momento e que a comunicação social também (este é que é um dado e um pântano absolutamente novo...).
Mas isso não deveria impedir que outros pensadores livres, para além de Manuel Alegre, pudessem ter a coragem de dar o corpo às balas e viessem, publicamente, desmascarar este fraco rei que sempre esteve nú.
Mas a verdade é que impede.

Assim, continuamos a assistir ao silêncio dos opositores internos a Sócrates e à fanfarra do circo público dos opositores declarados a todos quantos pretendam levantar cabeça no PSD.

Asim não vamos lá.
E com Manuela Ferreira Leite, que só vê números à sua frente, também não.

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