Assina-se hoje - finalmente - e depois de inúmeras peripécias e demissões e puxões internos de orelhas - o acordo entre o Estado e o MIT.
Para meia dúzia de universidades, apenas.
Trará, daqui a 5 anos, frutos à investigação científica deste país?
Decerto que muito poucos, para não dizer nenhuns.
Porque 99% dos investigadores portugueses, no estrangeiro, já desenvolvem as suas investigação a expensas do governo português e depois, se têm o azar de voltar para cá, ficam obrigatoriamente no desemprego.
A não ser que sejam filhos de algum ministro, ex-ministro ou de um amigo dos anteriores.
A investigação está a ser custeada pelo Estado, há décadas, nas melhores universidades do mundo para a nata da nossa investigação.
Principalmente nos EUA, mas não só.
O problema é a inconsequência de todo esse esforço: um gigantesco zero absoluto em benefícios para Portugal, que não possui nenhuma estrutura - nem ninguém nunca se preocupou em criá-la - para acolher o trabalho importantíssimo (e digo mesmo crucial) para o nosso futuro colectivo, desses investigadores topo-de-gama.
O que vai acontecer é, naturalmente, mais do mesmo: o Estado continuará a custear centenas de bolsas aos estudantes portugueses que investigam no estrangeiro para... continuarem, depois, a trabalhar no estrangeiro.
Entretanto, Mariano Gago fica bem visto e nós gastamos mais uns 60 milhões de euros. Dá para aí uma média de 100 mil euros por investigador, por ano, que depois ficará necessariamente a trabalhar nos EUA. Que agradecem, penhoradamente, ao Estado Português esta gentileza.
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10.11.2006
MIT: Transportes, energia e produção industrial...
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