5.20.2006

O Cavaleiro do apocalipse


Sentei-me aqui para acabar o post sobre Fátima e Afonso Costa, mas mudei de ideias porque só tenho 15 minutos e escrever sobre Afonso Costa leva algumas horas, por baixo...
Vou então relacionar três tristes coincidências que me têm vindo a atormentar e para as quais não encontro explicação.

Trata-se dos 3 políticos mais célebres de Seia.
Que ganharam a maior parte da vida (excepto Afonso Costa) com a política.
E do que dela lhes adveio.
Acontece que nenhum deles deixou marca que se veja em Seia.
Pina Moura é o único dos três que ainda está activo, mas não se lhe vislumbra qualquer resquício de vontade de contribuir para o progresso da Terra que o viu nascer.
De facto, nem um mísero fontanário, uma pequena biblioteca, uma simples Fundação dessas que há para aí aos milhões... rigorosamente nada aqui deixaram, nem sequer como símbolo de agradecimento para com a Terra onde aprenderam as primeiras letras, ou de cumplicidade para com as gerações conterrâneas que se lhe seguiram.

É, provavelmente, um caso único na nossa História!
Os políticos senenses ignoram a sua Terra enquanto os demais se preocupam em deixar o seu cunho em todas elas.
Os senenses aqui nasceram, é certo, mas daqui fugiram a sete pés mal apareceu a primeira oportunidade para não mais voltarem.
A não ser Pina Moura, de passagem para a Guarda, muito de vez em quando...

O nosso vizinho Guterres, por exemplo, fez com que o Fundão - uma obscura vilazinha sem importância de maior nos anos 80 - se transformasse naquilo que hoje é.
Algumas 4 vezes maior que Seia.
Gugu e Sócras estancaram a "queda" e a desertificação sistemática da Covilhã nos anos 90, por via das falências das indústrias de Lanifícios (e das demais) e, com o advento da Universidade e da Faculdade de Medicina "roubada" a Viseu, muito contribuiram para que a Covilhã ultrapassasse claramente a vizinha Guarda que sempre lhe foi muito superior em extensão, comércio, Serviços e níveis de desenvolvimento.
Hoje, a Guarda dos retrógrados Almeida Santos e Pina Moura é uma sombra da Covilhã de Guterres e Sócras.
Tal como Seia é uma sombra do Fundão.


O maravilhoso de tudo isto é que, apesar do que ó número 1 das Nações Unidas para os refugiados fez pela sua Terra, o Fundão tem uma câmara municipal PSD.
E, não satisfeito o povão mal agradecido, até Donas - a aldeia de Guterres - tem uma Junta de Freguesia social - democrata.

É caso para dizer (como se diz na Covilhã):
Ala, que é cardume!

E agora venham cá os grunhos caciqueiros defender a «inteligência do povo» mais analfa da Europa e a sua maravilhosa «sabedoria» popular...

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