Aarons de Carvalho, Jorge Coelho, e Marques Mendes – eis os três gigantes Homens Políticos que, paulatina e orgulhosamente, conseguiram reduzir a RTP, e tudo onde tocaram, à sua expressão mais simples.
O primeiro, em pânico, desmarca-se agora acusando o seu chefe e tutor (António Guterres) de nada ter ligado à Televisão.
Os segundos e terceiros, calados como ratos, esperam que a crise passe.
O povo discute, entretido e entretanto, o Conselho de Opinião e a lesão do Figo.
Deve ter poderes? – o primeiro
Vai estar a 100%? – o segundo
Ora está tão claro como a água do Trancão que:
O Conselho de Opinião (porque, pelos vistos também há conselhos que nunca emitem opinião nenhuma) deve ter os mesmos poderes dos Conselhos de Opinião da TAP e da CP falidas.
Ou seja: zero.
Por seu turno, o Governo que dirige o destino da Nação (porque também houve governos que nunca o dirigiram) deve ter as mesmas responsabilidades de todos os anteriores, pela delapidação do património da RTP, e pela nomeação das Administrações que a destruiram ao longo de 12 longos anos.
Ou seja, zero.
Os trabalhadores e os contribuintes (porque a maior parte também foge ao fisco o quanto pode) devem continuar a pagar os milhões todos que forem necessários para que os governantes e os conselheiros possam continuar a transferi-los para as empresas dos amigos.
Ou seja, como sempre.
Marques Mendes deve continuar a rir-se porque conseguiu, sozinho, provocar um prejuízo de 63 milhões de contos à RTP ao oferecer os emissores ao amigo Murteira Nabo que os alugou, à mesma RTP, anualmente, ao preço da compra - por especial favor - altruismo ímpar que todos os portugueses deveriam, se fossem reconhecidos, agradecer.
Jorge Coelho, o grande impulsionador da sócia-lista e o equivalente beirão do padrinho D. Corleone, deve continuar em impávido low-profile. Dá ideia que não é nada com ele, que nunca tutelou a RTP nem nomeou nenhum conselho de administração que contratasse nenhum Rangel, e, no fundo, até temos que lhe dar razão.
Pois se nada lhe aconteceu na sequência da catástrofe de Entre-os-Rios, porque é que iria acontecer agora?
O Ministério Público, por sua vez, deve continuar a fazer jus à justiça que temos, continuando a não processar ninguém e os Juízes a não mandarem prender preventivamente estes grandes vultos da nossa política que, firmes e hirtos à espera que a crise passe, confiam, como sempre, na memória, digo, na "vaga ideia" nacional.
Figo deve continuar a filmar os anúncios para todas as marcas que existem e, nas horas vagas, a jogar futebol.
Em Seia, Serra da estrela, deve continuar a ser proibido adoecer ao domingo.
É o dia de folga do laboratório do Hospital e por isso, de cada vez que for necessária uma mera análise à urina, que demora 15 segundos, lá vai mais uma ambulância e dois bombeiros para Coimbra, passar o dia.
Pagam os mesmos.
Os portugueses devem continuar a compreender as prioridades dos governantes e governantas, e hão-de reconhecer que depois de tanta centena de milhões de contos dos seus impostos investida na TAP, RTP, CP e agora nos novos estádios e suas acessibilidades, é evidente que não pode haver nem mais uma migalha esbanjada na Saúde, Educação e Segurança Social. É que ele, efectivamente, não estica…
Em suma: Para que se continue a cumprir Portugal Loro Sae é fundamental que o povo, na sua infinita sabedoria, continue a preferir o futebol à saúde, e Fátima à escola.
20/05/2002
João Tilly
- Alterações Climáticas. A maior mentira do sec 21
- O negócio multimilionário das vacinas obrigatórias
- O despovoamento galopante do interior: restam-nos 3 décadas
- Os mitos sobre a neve especial na Serra da Estrela...
- AS 9 VERDADES SOBRE AS BARRAGENS E O SEU VENENO MORTAL: O METANO
- O QUE ACONTECEU A SEIA NOS ÚLTIMOS 30 ANOS... e o que vai acontecer nos próximos 4
- As 5 leis fundamentais da estupidez humana.
- 1º Dezembro de 1640
- A Troca do Rei
5.20.2002
5.13.2002
É mantê-los todos lá dentro.
Também não se há-de acabar com tudo, e atirar com aqueles grandes profissionais para as ruas da amargura, não é?
Nós, os portugueses, sempre fizemos jus à tradição de saber agradecer a quem durante muito tempo nos aliviou as consciências prestando-nos um público serviço quer na RTP, quer noutro qualquer organismo público.
E ainda não estamos no comunismo.
Assim:
A Sra D. Júlia Pinheiro ganha só 7100 contitos e a berrar justifica-os bem.
Evita à RTP e ao Sr Nabo a despesa dos transmissores de áudio naqueles dois lindos programas de serviço público deles.
Sobretudo no Gregos e Troianos, onde ela consegue distorcer mais os altifalantes da televisão sózinha, do que todos os outros inteligentíssimos convidados juntos.
Aquilo sim, é categoria!
A senhora faz-nos explodir com tão alto volume de cultura!
Bem hajam sra D. Júlia e sr. Rangel, pelo muito que haveis contribuído para o desenvolvimento intelectual das famílias portuguesas, e continuai...
...continuai a arrecadar elogios na vossa altruísta missão, prosseguindo sem pestanejar o caminho para o V. banco de dados onde depositais todos os meses aqueles imensos balúrdios de informação, frutos do carinho e atenção que tendes pela V. séria e pública profissão.
Os portugueses continuarão a empenhar-se de corpo e alma no sentido de vos proporcionar o melhor nível possível de audiências, para que possais continuar a investir nesse vosso bonito Serviço.
Cumprimentamos também os dois super-jornalistas pivots que, desinteressadamente e com grande prejuízo das suas vidas pessoais, nos concedem a ventura de, por apenas 3100 contitos por mês, cada um, nos transmitirem personalizadamente aquelas magníficas notícias, tão criativamente trabalhadas, durante 3 telejornais inteiros por semana!
E não poderíamos esquecer o mentor de toda esta genialidade, o paladino dos fracos e oprimidos, que pelo público a tantos deu, embora ao sr Rangedor não precisasse de dar muito, porque este grande anti-materialista sempre foi um homem simples e comedido. Por apenas 8700 continhos por mês, um mísero cartão ilimitado e apenas 2 (pasme-se!) apenas dois, sublinho, singelos telemóveis sem plafond, este grande vulto muitas tem feito e a todos tem servido.
Agradecemos de todo o coração, dizia, como é nosso dever, ao mentor, ao estratega, ao genial conceptualista deste lindo serviço público que temos: o sr. eng. Dr. arq. ímpar gestor Aarons de Carvalho.
Era da mais elementar justiça que este monstro sagrado da comunicação televisiva tivesse já perpetuado, pelo que fez por nós, o seu lugar lá dentro, bem dentro daquelas 4 paredes da Av. 5 de Outubro.
Somos bem venturosos, os portugueses.
Por isso agradecemos à Virgem, neste dia apropriado, rogando à sua Divina Autoridade que, por tudo o que têm feito à RTP, se digne mantê-los e conservá-los a todos eles lá dentro, por séculum seculórum.
Era Digno e Justo.
João Tilly, 13 de Maio de 2002
Nós, os portugueses, sempre fizemos jus à tradição de saber agradecer a quem durante muito tempo nos aliviou as consciências prestando-nos um público serviço quer na RTP, quer noutro qualquer organismo público.
E ainda não estamos no comunismo.
Assim:
A Sra D. Júlia Pinheiro ganha só 7100 contitos e a berrar justifica-os bem.
Evita à RTP e ao Sr Nabo a despesa dos transmissores de áudio naqueles dois lindos programas de serviço público deles.
Sobretudo no Gregos e Troianos, onde ela consegue distorcer mais os altifalantes da televisão sózinha, do que todos os outros inteligentíssimos convidados juntos.
Aquilo sim, é categoria!
A senhora faz-nos explodir com tão alto volume de cultura!
Bem hajam sra D. Júlia e sr. Rangel, pelo muito que haveis contribuído para o desenvolvimento intelectual das famílias portuguesas, e continuai...
...continuai a arrecadar elogios na vossa altruísta missão, prosseguindo sem pestanejar o caminho para o V. banco de dados onde depositais todos os meses aqueles imensos balúrdios de informação, frutos do carinho e atenção que tendes pela V. séria e pública profissão.
Os portugueses continuarão a empenhar-se de corpo e alma no sentido de vos proporcionar o melhor nível possível de audiências, para que possais continuar a investir nesse vosso bonito Serviço.
Cumprimentamos também os dois super-jornalistas pivots que, desinteressadamente e com grande prejuízo das suas vidas pessoais, nos concedem a ventura de, por apenas 3100 contitos por mês, cada um, nos transmitirem personalizadamente aquelas magníficas notícias, tão criativamente trabalhadas, durante 3 telejornais inteiros por semana!
E não poderíamos esquecer o mentor de toda esta genialidade, o paladino dos fracos e oprimidos, que pelo público a tantos deu, embora ao sr Rangedor não precisasse de dar muito, porque este grande anti-materialista sempre foi um homem simples e comedido. Por apenas 8700 continhos por mês, um mísero cartão ilimitado e apenas 2 (pasme-se!) apenas dois, sublinho, singelos telemóveis sem plafond, este grande vulto muitas tem feito e a todos tem servido.
Agradecemos de todo o coração, dizia, como é nosso dever, ao mentor, ao estratega, ao genial conceptualista deste lindo serviço público que temos: o sr. eng. Dr. arq. ímpar gestor Aarons de Carvalho.
Era da mais elementar justiça que este monstro sagrado da comunicação televisiva tivesse já perpetuado, pelo que fez por nós, o seu lugar lá dentro, bem dentro daquelas 4 paredes da Av. 5 de Outubro.
Somos bem venturosos, os portugueses.
Por isso agradecemos à Virgem, neste dia apropriado, rogando à sua Divina Autoridade que, por tudo o que têm feito à RTP, se digne mantê-los e conservá-los a todos eles lá dentro, por séculum seculórum.
Era Digno e Justo.
João Tilly, 13 de Maio de 2002
É mantê-los todos lá dentro.
Também não se há-de acabar com tudo, e atirar com aqueles grandes profissionais para as ruas da amargura, não é?
Nós, os portugueses, sempre fizemos jus à tradição de saber agradecer a quem durante muito tempo nos aliviou as consciências prestando-nos um público serviço quer na RTP, quer noutro qualquer organismo público.
E ainda não estamos no comunismo.
Assim:
A Sra D. Chúlia ganha só 7100 contitos e a berrar justifica-os bem.
Evita à RTP e ao Sr Nabo a despesa dos transmissores de áudio naqueles dois lindos programas de serviço público deles.
Sobretudo no Broncos e Manganos, onde ela consegue distorcer mais os altifalantes da televisão sózinha, do que todos os outros inteligentíssimos convidados juntos.
Aquilo sim, é categoria!
A senhora faz-nos explodir com tão alto volume de cultura!
Bem hajam sra D.Chúlia e sr. Rangedor, pelo muito que haveis contribuído para o desenvolvimento intelectual das famílias portuguesas, e continuai...
...continuai a arrecadar elogios na vossa altruísta missão, prosseguindo sem pestanejar o caminho para o V. banco de dados onde depositais todos os meses aqueles imensos balúrdios de informação, frutos do carinho e atenção que tendes pela V. séria e pública profissão.
Os portugueses continuarão a empenhar-se de corpo e alma no sentido de vos proporcionar o melhor nível possível de audiências, para que possais continuar a investir nesse vosso bonito Serviço.
Cumprimentamos também os dois super-jornalistas pivots que, desinteressadamente e com grande prejuízo das suas vidas pessoais, nos concedem a ventura de, por apenas 3100 contitos por mês, cada um, nos transmitirem personalizadamente aquelas magníficas notícias, tão criativamente trabalhadas, durante 3 telejornais inteiros por semana!
E não poderíamos esquecer o mentor de toda esta genialidade, o paladino dos fracos e oprimidos, que pelo público a tantos deu, embora ao sr Rangedor não precisasse de dar muito, porque este grande anti-materialista sempre foi um homem simples e comedido. Por apenas 8700 continhos por mês, um mísero cartão ilimitado e apenas 2 (pasme-se!) apenas dois, sublinho, singelos telemóveis sem plafond, este grande vulto muitas tem feito e a todos tem servido.
Agradecemos de todo o coração, dizia, como é nosso dever, ao mentor, ao estratega, ao genial conceptualista deste lindo serviço público que temos: o sr. eng. Dr. arq. ímpar gestor Aarons de Catano.
Era da mais elementar justiça que este monstro sagrado da comunicação televisiva tivesse já perpetuado, pelo que fez por nós, o seu lugar lá dentro, bem dentro daquelas 4 paredes da Av. 5 de Outubro.
Somos bem venturosos, os portugueses.
Por isso agradecemos à Virgem, neste dia apropriado, rogando à sua Divina Autoridade que, por tudo o que têm feito à RTP, se digne mantê-los e conservá-los a todos eles lá dentro, por séculum seculórum.
Era Digno e Justo.
João Tilly, 13 de Maio de 2002
Também não se há-de acabar com tudo, e atirar com aqueles grandes profissionais para as ruas da amargura, não é?
Nós, os portugueses, sempre fizemos jus à tradição de saber agradecer a quem durante muito tempo nos aliviou as consciências prestando-nos um público serviço quer na RTP, quer noutro qualquer organismo público.
E ainda não estamos no comunismo.
Assim:
A Sra D. Chúlia ganha só 7100 contitos e a berrar justifica-os bem.
Evita à RTP e ao Sr Nabo a despesa dos transmissores de áudio naqueles dois lindos programas de serviço público deles.
Sobretudo no Broncos e Manganos, onde ela consegue distorcer mais os altifalantes da televisão sózinha, do que todos os outros inteligentíssimos convidados juntos.
Aquilo sim, é categoria!
A senhora faz-nos explodir com tão alto volume de cultura!
Bem hajam sra D.Chúlia e sr. Rangedor, pelo muito que haveis contribuído para o desenvolvimento intelectual das famílias portuguesas, e continuai...
...continuai a arrecadar elogios na vossa altruísta missão, prosseguindo sem pestanejar o caminho para o V. banco de dados onde depositais todos os meses aqueles imensos balúrdios de informação, frutos do carinho e atenção que tendes pela V. séria e pública profissão.
Os portugueses continuarão a empenhar-se de corpo e alma no sentido de vos proporcionar o melhor nível possível de audiências, para que possais continuar a investir nesse vosso bonito Serviço.
Cumprimentamos também os dois super-jornalistas pivots que, desinteressadamente e com grande prejuízo das suas vidas pessoais, nos concedem a ventura de, por apenas 3100 contitos por mês, cada um, nos transmitirem personalizadamente aquelas magníficas notícias, tão criativamente trabalhadas, durante 3 telejornais inteiros por semana!
E não poderíamos esquecer o mentor de toda esta genialidade, o paladino dos fracos e oprimidos, que pelo público a tantos deu, embora ao sr Rangedor não precisasse de dar muito, porque este grande anti-materialista sempre foi um homem simples e comedido. Por apenas 8700 continhos por mês, um mísero cartão ilimitado e apenas 2 (pasme-se!) apenas dois, sublinho, singelos telemóveis sem plafond, este grande vulto muitas tem feito e a todos tem servido.
Agradecemos de todo o coração, dizia, como é nosso dever, ao mentor, ao estratega, ao genial conceptualista deste lindo serviço público que temos: o sr. eng. Dr. arq. ímpar gestor Aarons de Catano.
Era da mais elementar justiça que este monstro sagrado da comunicação televisiva tivesse já perpetuado, pelo que fez por nós, o seu lugar lá dentro, bem dentro daquelas 4 paredes da Av. 5 de Outubro.
Somos bem venturosos, os portugueses.
Por isso agradecemos à Virgem, neste dia apropriado, rogando à sua Divina Autoridade que, por tudo o que têm feito à RTP, se digne mantê-los e conservá-los a todos eles lá dentro, por séculum seculórum.
Era Digno e Justo.
João Tilly, 13 de Maio de 2002
5.10.2002
Sobre a extinção da RTP e o tão propalado Serviço Público de Televisão... O serviço público que o público não quer
Continuo a achar um piadão a todos os pensadores que, acabadinhos de acordar de um sono profundo de década e meia, aparecem agora aos saltos defendendo acérrimamente a urgência da instituição de um SPT - serviço público de televisão, e a consequente liquidação da RTP1 enquanto canal generalista, porque totalmente esvaziado de conteúdos e apenas competidor, em baixa, com as bambochatas da SIC e TVI.
Informo gratuitamente estas dezenas de Karl Poppers de bolso que o povo, na sua imensa e esmagadora maioria, e por todas as razões ideossincráticas e mais algumas, nunca perderá tempo a ver coisa que se revista de um mínimo de qualidade ou solicite a mais básica das ponderações.
Pelo menos nos próximos 100 anos, com tendência a piorar.
Mais informo que os programas que apelavam antigamente para o raciocínio ou interiorização de conceitos não-básicos foram sendo progressivamente banidos do mainstream, por se provar a sua continuada impenetração na audiência.
Mais: cedo se percebeu que uma programação que não roçasse o mais baixo que o ser humano é capaz se mostrava ruinosa para a sobrevivência das estações que ingénuamente tentaram promovê-la, na medida em que um programa não-estúpidificante provoca de imediato centenas de milhares e mesmo milhões de espectadores em desabrida para as concorrências que, súbita e desmesuradamente, se vêem engordar, independentemente das suas próprias programações do momento (desde que igualmente imbecis, é claro).
Este efeito de zap pernicioso atirou dezenas de pequenas estações regionais nos EUA para a mais negra falência e obrigou muitas outras grandes estações a "corrigirem-se" editorialmente a fim de, simplesmente, conseguirem sobreviver.
Mas também era só ler.
Está tudo estudado, publicado, defendido em milhares de teses por esse mundo fora. Não se inventa a pólvora aqui.
As outras televisões generalistas por todo o mundo desenvolvido são iguais ou piores que as nossas.
Em Portugal - o país em que se instituíu que a popularidade deve substituir a competência - devíamos continuar a ser criativos.
O que é recomendável e popular aqui é precisamente o inverso do defendido para a RTP: mais canais a darem o mesmo, para que o povo possa ter acesso a novelas e futebol ininterruptamente, enquanto o futebol e as novelas dos canais concorrentes estiverem em pausa para o publicitário intervalo.
"Os portugueses" (como lhes chama a TVI) aderem em massa a este formato, legitimando aquele que parece ser o verdadeiro serviço público reservado à televisão em Portugal: A transmissão de "reality shows" em sessões contínuas.
Mais generalismo implica, por outro lado, descida dos preços na publicidade aos pensos higiénicos e aos detergentes para a louça.
Todos ganhamos com isso.
Ficaremos a conhecer muitas mais marcas que lavam 1 milhão de caçarolas com meia gota, pensos que deixam respirar e fazer o pino, e iogurtes que possibilitam a levitação de todas as senhoras obesas que os carregarem, às caixas, nos hipermercados.
A guerra Quixotesca a favor da cultura do povo está perdida por definição, porque o povo simplesmente não quer ser chateado com cultura de nenhuma espécie.
Quer é circo. E isso tem. Portanto é feliz.
A Manuela Ferreira Leite pode continuar descansada.
9/5/2002
Informo gratuitamente estas dezenas de Karl Poppers de bolso que o povo, na sua imensa e esmagadora maioria, e por todas as razões ideossincráticas e mais algumas, nunca perderá tempo a ver coisa que se revista de um mínimo de qualidade ou solicite a mais básica das ponderações.
Pelo menos nos próximos 100 anos, com tendência a piorar.
Mais informo que os programas que apelavam antigamente para o raciocínio ou interiorização de conceitos não-básicos foram sendo progressivamente banidos do mainstream, por se provar a sua continuada impenetração na audiência.
Mais: cedo se percebeu que uma programação que não roçasse o mais baixo que o ser humano é capaz se mostrava ruinosa para a sobrevivência das estações que ingénuamente tentaram promovê-la, na medida em que um programa não-estúpidificante provoca de imediato centenas de milhares e mesmo milhões de espectadores em desabrida para as concorrências que, súbita e desmesuradamente, se vêem engordar, independentemente das suas próprias programações do momento (desde que igualmente imbecis, é claro).
Este efeito de zap pernicioso atirou dezenas de pequenas estações regionais nos EUA para a mais negra falência e obrigou muitas outras grandes estações a "corrigirem-se" editorialmente a fim de, simplesmente, conseguirem sobreviver.
Mas também era só ler.
Está tudo estudado, publicado, defendido em milhares de teses por esse mundo fora. Não se inventa a pólvora aqui.
As outras televisões generalistas por todo o mundo desenvolvido são iguais ou piores que as nossas.
Em Portugal - o país em que se instituíu que a popularidade deve substituir a competência - devíamos continuar a ser criativos.
O que é recomendável e popular aqui é precisamente o inverso do defendido para a RTP: mais canais a darem o mesmo, para que o povo possa ter acesso a novelas e futebol ininterruptamente, enquanto o futebol e as novelas dos canais concorrentes estiverem em pausa para o publicitário intervalo.
"Os portugueses" (como lhes chama a TVI) aderem em massa a este formato, legitimando aquele que parece ser o verdadeiro serviço público reservado à televisão em Portugal: A transmissão de "reality shows" em sessões contínuas.
Mais generalismo implica, por outro lado, descida dos preços na publicidade aos pensos higiénicos e aos detergentes para a louça.
Todos ganhamos com isso.
Ficaremos a conhecer muitas mais marcas que lavam 1 milhão de caçarolas com meia gota, pensos que deixam respirar e fazer o pino, e iogurtes que possibilitam a levitação de todas as senhoras obesas que os carregarem, às caixas, nos hipermercados.
A guerra Quixotesca a favor da cultura do povo está perdida por definição, porque o povo simplesmente não quer ser chateado com cultura de nenhuma espécie.
Quer é circo. E isso tem. Portanto é feliz.
A Manuela Ferreira Leite pode continuar descansada.
9/5/2002
5.06.2002
O braço do 5º Poder
No limiar do 21º século, é notório que quase ninguém sabe quem manda em quê, neste país à beira-mar despreocupado.
A realidade é que uma classe mandante e profissionalmente discreta labora incessantemente por detráz dos seus homens-de-mão, cuidadosamente escolhidos e estratégicamente colocados nos cargos públicos para "darem a cara" (enquanto a elite se entretem nos seus sumptuosos hotéis a dar outra coisa), qual Truman Show sinistramente real.
E a prova disto é que o próprio Primeiro Ministro não faz o que quer. Este, fartou-se de prometer um "choque fiscal" e ele de facto aí está… mas de sinal contrário.
*Quem controla o Governo?*
O Primeiro-Ministro não é, está visto.
Justificando-se ora com a conjuntura interna ora com a externa (com aquilo que lhe der mais jeito), os PMs sempre deram os golpes-de-rins necessários, na estrita obediência a quem de facto escolhe as políticas a implementar – a Alta-Finança nacional. Em Portugal, esta é liderada, mas não monopolizada, pelo grupo BCP de Jardim Gonçalves (JG).
Chamemos-lhe hierarquicamente o 1º poder.
É claro que esta "modesta" Alta-Finança nacional (comparticipada ainda assim por grandes grupos financeiros Espanhóis, Franceses Belgas e Suiços) se alicerça nos grandes negócios internacionais e "descansa" em todos os off-shores, imensos paraísos fiscais em que os triliões rodam permanentemente à ganância, sem que os Estados que os vêem passar à frente do nariz recebam mais que uma mera migalha do que deveriam cobrar por idêntico volume de transacções e lucros reais.
Um dia, Carlos Carvalhas e seus camaradas(?) perceberão, esperemos que ainda durante este século, que isto sempre assim funcionou. Não é de agora.
A este 1º poder, contudo, também não lhe será permitido evoluir desmesuradamente, porque o verdadeiro Grande Poder nunca deixará. Se JG continuar a crescer permanentemente fora de portas para além de um limite tácitamente aceite pelos seus pares, algum Gigante Financeiro o absorverá, de imediato.
JG ficará comodamente sentado na presidência de um Grupo Ibérico e receberá as suas directrizes dos Estados Unidos, naturalmente.
(aparte: Nessa altura já Paulo Portas pertencerá aos quadros do BCP, tal como Murteira Nabo, os filhos do Belmiro e António Guterres, entretanto despedido do privatizado IPE).
E porquê dos Estados Unidos, perguntará um despreocupado (português) leitor?
Porque é ali que se produz a Informação a difundir.
Daí provêm as directivas estratégico-financeiras; é ali que se elabora a planificação global do planeta.
Nos EUA se decide quais os países a apoiar, quais as populações a abandonar, quais as armas a vender, os conflitos a fomentar, e quais os terroristas a arcar com as culpas.
Tudo com o sublime propósito da "safeguard of Freedom and Human Rights", o que significa, em português: perpetuar o domínio do Tio Sam sobre a Terra.
Só não se decidiu nos EUA (e mesmo assim, não sei…) foi o 11 de Setembro.
*O 4º Poder*
Olhemos para o Fluxograma e para Portugal, hoje:
A Alta-Finança controla os Governos e a Justiça. Os governos tentam influenciar, por seu turno, a mesma Justiça.
Esta, não influencia absolutamente nada. Nem sequer os comportamentos sociais da população anónima.
(A Justiça portuguesa, pela sua inacção e somatório histórico de erros crassos, está absolutamente esvaziada de credibilidade e ética, neste momento. É vista pela generalidade da população como um mero jogo de azar em que ganhar ou perder, ser-se sentenciado como criminoso ou herói é perfeitamente aleatório).
Bruxelas dirige os Governos. Traça as directivas comunitárias a que todos os Estados membros se obrigam, no desafinado Concerto das Nações.
O Governo controla, pelo menos aparentemente, o Aparelho de Estado civil e militar.
A Mega-Finança Americana domina todos os anteriores à distancia, não se fazendo rogada em influenciar, pontualmente, os governos, os destinos dos povos e seus territórios, de acordo com os seus "legítimos" interesses estratégicos, no momento.
E temos convivido com um 4º poder – o dos média – que até aqui tem contribuído para "equilibrar o barco", fazendo grande contenção a muitos dos exageros dos governos e seus patrões.
Apenas o risco da exposição pública da corrupção generalizada a tem obrigado a obedecer a alguma discrição e a efectuar a maior parte dos recuos. A desaparecer este risco, o país transformar-se-ia numa selva de predadores em plena acção à luz do dia, num cenário dantesco de consequências inimagináveis.
Sabemos que os Governos, as Câmaras e as Polícias SÓ acorrem prontamente a resolver os assuntos mediatizados nos noticiários das TVs e nas parangonas das primeira páginas.
O resto, o que é menos visto… não é lembrado, e assim fica, ao Deus-dará.
Por isso, as populações em aflição já não recorrem aos órgãos de poder convencionais.
Recorrem à exposição e à visibilidade dos média, para resolverem rápidamente os problemas que, pelas vias burocráticas dos poderes normalmente instituídos, tarde ou nunca se resolveriam.
O 4º poder tem sido, em grande medida, o Robin dos Bosques dos pobres; o que mais tem valido aos fracos e oprimidos, neste país.
*E se um 5º poder "engolir" o 4º?*
Deparamos hoje, neste contexto, com um cenário bastante inquietante:
É que a alta Finança está a comprar os média por toda a parte, e mais rápidamente do que os espanhóis compram o Alentejo, ou que o Belmiro arrecada os milhões do Estado, o que me deixa muitas dúvidas sobre o seu verdadeiro propósito, ainda mais sabendo que este negócio – o da informação - não é da China, muito pelo contrário.
Na verdade, a maior parte dos jornais e estações de televisão convivem com passivos que não auguram grandes expectativas sobre a segurança e rentabilidade do investimento. Das 3 Estações de TV portuguesas, por exemplo, nenhuma apresentou lucros no exercício de 2000, sendo que 2 delas acumularam prejuízos na ordem dos vários milhões de contos.
Portanto, o negócio, quando falamos dos média, não é o lucro: É outra coisa.
No momento em que escrevo, a Impresa, o Grupo Lusomundo e o Grupo Media Capital controlam a quase totalidade dos média privados em Portugal: Televisões, Rádios e Jornais, dando emprego aos principais opinion-makers da Nação.
Significa que o braço do 5º Poder está já decididamente repousado sobre os ombros do 4º, e as consequências deste abraço constritor só podem revelar-se perniciosas para a livre informação, sendo que me parece esperável depreender que o Poder da informação não condicionada irá em breve começar a sofrer um processo gradual de esvaziamento ou diluíção, por forma a, pelo menos, não obstaculizar os interesses de quem realmente tudo sempre comandou.
Dá-me ideia que o valente Robin Hood está a aceitar, sem querer, um part-time nas cavalariças do Prince John.
João Tilly
1/5/2002
joao.tilly@netvisao.pt
A realidade é que uma classe mandante e profissionalmente discreta labora incessantemente por detráz dos seus homens-de-mão, cuidadosamente escolhidos e estratégicamente colocados nos cargos públicos para "darem a cara" (enquanto a elite se entretem nos seus sumptuosos hotéis a dar outra coisa), qual Truman Show sinistramente real.
E a prova disto é que o próprio Primeiro Ministro não faz o que quer. Este, fartou-se de prometer um "choque fiscal" e ele de facto aí está… mas de sinal contrário.
*Quem controla o Governo?*
O Primeiro-Ministro não é, está visto.
Justificando-se ora com a conjuntura interna ora com a externa (com aquilo que lhe der mais jeito), os PMs sempre deram os golpes-de-rins necessários, na estrita obediência a quem de facto escolhe as políticas a implementar – a Alta-Finança nacional. Em Portugal, esta é liderada, mas não monopolizada, pelo grupo BCP de Jardim Gonçalves (JG).
Chamemos-lhe hierarquicamente o 1º poder.
É claro que esta "modesta" Alta-Finança nacional (comparticipada ainda assim por grandes grupos financeiros Espanhóis, Franceses Belgas e Suiços) se alicerça nos grandes negócios internacionais e "descansa" em todos os off-shores, imensos paraísos fiscais em que os triliões rodam permanentemente à ganância, sem que os Estados que os vêem passar à frente do nariz recebam mais que uma mera migalha do que deveriam cobrar por idêntico volume de transacções e lucros reais.
Um dia, Carlos Carvalhas e seus camaradas(?) perceberão, esperemos que ainda durante este século, que isto sempre assim funcionou. Não é de agora.
A este 1º poder, contudo, também não lhe será permitido evoluir desmesuradamente, porque o verdadeiro Grande Poder nunca deixará. Se JG continuar a crescer permanentemente fora de portas para além de um limite tácitamente aceite pelos seus pares, algum Gigante Financeiro o absorverá, de imediato.
JG ficará comodamente sentado na presidência de um Grupo Ibérico e receberá as suas directrizes dos Estados Unidos, naturalmente.
(aparte: Nessa altura já Paulo Portas pertencerá aos quadros do BCP, tal como Murteira Nabo, os filhos do Belmiro e António Guterres, entretanto despedido do privatizado IPE).
E porquê dos Estados Unidos, perguntará um despreocupado (português) leitor?
Porque é ali que se produz a Informação a difundir.
Daí provêm as directivas estratégico-financeiras; é ali que se elabora a planificação global do planeta.
Nos EUA se decide quais os países a apoiar, quais as populações a abandonar, quais as armas a vender, os conflitos a fomentar, e quais os terroristas a arcar com as culpas.
Tudo com o sublime propósito da "safeguard of Freedom and Human Rights", o que significa, em português: perpetuar o domínio do Tio Sam sobre a Terra.
Só não se decidiu nos EUA (e mesmo assim, não sei…) foi o 11 de Setembro.
*O 4º Poder*
Olhemos para o Fluxograma e para Portugal, hoje:
A Alta-Finança controla os Governos e a Justiça. Os governos tentam influenciar, por seu turno, a mesma Justiça.
Esta, não influencia absolutamente nada. Nem sequer os comportamentos sociais da população anónima.
(A Justiça portuguesa, pela sua inacção e somatório histórico de erros crassos, está absolutamente esvaziada de credibilidade e ética, neste momento. É vista pela generalidade da população como um mero jogo de azar em que ganhar ou perder, ser-se sentenciado como criminoso ou herói é perfeitamente aleatório).
Bruxelas dirige os Governos. Traça as directivas comunitárias a que todos os Estados membros se obrigam, no desafinado Concerto das Nações.
O Governo controla, pelo menos aparentemente, o Aparelho de Estado civil e militar.
A Mega-Finança Americana domina todos os anteriores à distancia, não se fazendo rogada em influenciar, pontualmente, os governos, os destinos dos povos e seus territórios, de acordo com os seus "legítimos" interesses estratégicos, no momento.
E temos convivido com um 4º poder – o dos média – que até aqui tem contribuído para "equilibrar o barco", fazendo grande contenção a muitos dos exageros dos governos e seus patrões.
Apenas o risco da exposição pública da corrupção generalizada a tem obrigado a obedecer a alguma discrição e a efectuar a maior parte dos recuos. A desaparecer este risco, o país transformar-se-ia numa selva de predadores em plena acção à luz do dia, num cenário dantesco de consequências inimagináveis.
Sabemos que os Governos, as Câmaras e as Polícias SÓ acorrem prontamente a resolver os assuntos mediatizados nos noticiários das TVs e nas parangonas das primeira páginas.
O resto, o que é menos visto… não é lembrado, e assim fica, ao Deus-dará.
Por isso, as populações em aflição já não recorrem aos órgãos de poder convencionais.
Recorrem à exposição e à visibilidade dos média, para resolverem rápidamente os problemas que, pelas vias burocráticas dos poderes normalmente instituídos, tarde ou nunca se resolveriam.
O 4º poder tem sido, em grande medida, o Robin dos Bosques dos pobres; o que mais tem valido aos fracos e oprimidos, neste país.
*E se um 5º poder "engolir" o 4º?*
Deparamos hoje, neste contexto, com um cenário bastante inquietante:
É que a alta Finança está a comprar os média por toda a parte, e mais rápidamente do que os espanhóis compram o Alentejo, ou que o Belmiro arrecada os milhões do Estado, o que me deixa muitas dúvidas sobre o seu verdadeiro propósito, ainda mais sabendo que este negócio – o da informação - não é da China, muito pelo contrário.
Na verdade, a maior parte dos jornais e estações de televisão convivem com passivos que não auguram grandes expectativas sobre a segurança e rentabilidade do investimento. Das 3 Estações de TV portuguesas, por exemplo, nenhuma apresentou lucros no exercício de 2000, sendo que 2 delas acumularam prejuízos na ordem dos vários milhões de contos.
Portanto, o negócio, quando falamos dos média, não é o lucro: É outra coisa.
No momento em que escrevo, a Impresa, o Grupo Lusomundo e o Grupo Media Capital controlam a quase totalidade dos média privados em Portugal: Televisões, Rádios e Jornais, dando emprego aos principais opinion-makers da Nação.
Significa que o braço do 5º Poder está já decididamente repousado sobre os ombros do 4º, e as consequências deste abraço constritor só podem revelar-se perniciosas para a livre informação, sendo que me parece esperável depreender que o Poder da informação não condicionada irá em breve começar a sofrer um processo gradual de esvaziamento ou diluíção, por forma a, pelo menos, não obstaculizar os interesses de quem realmente tudo sempre comandou.
Dá-me ideia que o valente Robin Hood está a aceitar, sem querer, um part-time nas cavalariças do Prince John.
João Tilly
1/5/2002
joao.tilly@netvisao.pt
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