6.04.2013

26 linhas de força da entrevista de Nuno Crato

1 - Não estamos a pensar mudar as datas dos exames.
2 - O concelho arbitral reunirá para decidir se há serviços mínimos. Há jurisprudência sobre o assunto. TAF e TC. Vai haver exames dia 17.
3 - Apela aos profs para que reconsiderem. O ME está a estudar a aplicação das medidas da restruturação da FP aos professores.
4 - A requisição Civil está a ser ponderada.
5 - As noticias catastrofistas provam-se falsas. Exemplifica o que se passou com as provas do 4º ano de escolaridade. O alarmismo surge sobre uma série de assuntos e depois não se verifica. A máquina funcionou toda magnificamente graças aos directores e aos professores.
6 - Mobilidade especial: as coisas mudaram depois do acórdão do TC sobre as normas do OE 2013. A FP tem que ser repensada. A subida do horario de trabalho e a requalificação da FP são obrigatórios.
7 - O ME está a trabalhar para que não haja um único prof do quadro em mobilização.
8 - Dos dezenas de milhares de horários zero que se anunciaram acabaram por se verificar apenas 600.
9 - Com o alargamento das QZP, se um prof está sem trabalho numa escola, ele pode ir para outra terra trabalhar.
10 - Para se evitarem ao máximo os horários-zero, passaram a ser consideradas actividades lectivas: a coadjuvação / o apoio ao estudo.
11 - Existe a possibilidade de transferência de profs para outros ministérios. E podem leccionar no IEFP.
12 - O número de aposentações este ano será de 6 mil.
13 - O ME está disposto a negociar.
14 - As 40 horas: são horas lectivas e não lectivas. "Aumentamos o horário de trabalho e não mexemos nas horas lectivas. Continuarão a ser 22 horas lectivas para o 2º e 3º ciclos e 25 horas para o 1º ciclo. 
15 - Os profs na realidade já trabalham 40 horas por semana. O acréscimo é apenas um reconhecimento. Não vai ter incidência nas horas lectivas.
16 - Nós estamos a discutir todos os assuntos com os sindicatos.
17 - O encerramentos de escolas é benéfico. Pedagógicamente
18 - A carreira docente está congelada há 6 anos ou 7. É verdade, mas não são só os profs. É toda a FP. São momentos complicados.
19 - A reforma da educação não toca nos professores. Não há professores do quadro a mais.
20 - Eu vejo os profs empenhados na educação dos seus alunos.
21 - A parque escolar foi um esbanjamento de dinheiro.
22 - Faz algum sentido turmas de 14 adultos?
23 - Actividades extra-curriculares ficarão com o mesmo numero de horas e sem contribuição dos pais. Apenas mais responsabilização das escolas.
24 - Temos o maior abandono escolar de toda a Europa: 27%. 1,5 milhões jovens entre os 25 e os 44 anos sem terem concluído o ensino secundário e 3,5 milhões sem qq diploma e sem ter concluido o ensino básico.
25 - A média de alunos / turma é 21. Estudos internacionais comparativos indicam não haver qualquer correlação entre o nr de alunos / turma e resultados.
26 - Os nossos profs estão bem preparados.

O que vai acontecer nas greves dos professores

A peça de teatro, entre os sindicatos e o governo, está montada em 3 actos:

1 - Os sindicatos anunciam que não chegam a acordo com o ME. Portanto vamos para a greve. Entretanto já está negociado que o fim do art 79 - horas de reduções aos profs com mais de 50 anos - não acontecerá. Vai ser apresentado mais à frente como uma vitória.

2 - As greves às avaliações acontecerão em regime de rotatividade entre os professores. Anunciada como sem fim à vista, a verdade é que ela terminará a 14 ou 15 de Junho, na véspera da greve aos exames que será desconvocada por esses dias. Durante essas greves os professores pensam que estão a lutar pelo fim da mobilidade especial. O governo virá, lá para o dia 15 dizer que a mobilidade especial só se realizará em último caso. Os professores, por volta do dia 14, 15 estão já fartos de se deslocarem à escola. Uns vivem a dezenas e outros a centenas de kms das escolas. Como basta que falte um prof para que a reunião de avaliação não se realize, os profs terão que ir 3 vezes por semana e por cada reunião à escola, em vão. Entre 40 a 50 viagens. Ninguém vai aguentar. Naturalmente os profs desistirão da greve e as notas sairão.
Entretanto o governo anunciará o "recuo" do fim do artigo 79 e a promessa que o horário de trabalho não será alterado no próximo ano.

3 - Em consequência dessas "vitórias sindicais", os profs acabam a greve às avaliações e os exames continuarão marcados e realizar-se-ão a partir de 17.
O governo não cede em absolutamente nada e os sindicatos virão dizer que foi uma vitória retumbante.

E os profs distraídos respiram de alívio.

Marcha Nova 2007


Marcha Nova 2007 por JoaoTillyAudioVisuais