7.06.2012

3 SOLUÇÕES PARA QUE SE CONSIGA RESPONSABILIZAR A CLASSE POLÍTICA PORTUGUESA

Podem dar as voltas que quiserem que a verdade é só uma e está mais do que provada: a esmagadora maioria do povo português não tem consciência política. Não sabe do que se trata quando vota e por isso não deveria ter o direito de voto.
Como é política e socialmente impossível retirar esse direito no contexto europeu sem assumirmos internacionalmente que somos, de facto, muito atrasados relativamente à média europeia, este problema não tem solução.
O povo continuará a nada exigir em termos de competência e honestidade à classe política e por isso a seguir a um Sócrates Licenciado Freeport Magalhães temos um Relvas Licenciado Espionagem Negociatas e a seguir virá um Seguro Licenciado Profissão Zero, se Deus não nos acudir.

A evolução - porque o povo não tem capacidade para escrutinar a acção política no dia a dia e limita-se a votar num partido como se de um clube de futebol se tratasse - é sempre para igual ou pior. Se não erradicamos este cancro - que é a incultura e iliteracia popular - esse cancro maior da nossa Pátria rapidamente erradicará o país. Que já hoje não tem credibilidade em nenhum âmbito na esfera internacional.

Uma substancial franja dos nossos jovens tira doutoramentos atrás de doutoramentos e nem as universidades nacionais os querem, enquanto a esmagadora maioria - absolutamente analfabeta funcional - grita pelo Ronaldo a plenos pulmões nas ruas. Uns e outros estão desempregados. A Inteligência e a estupidez têm uma coisa em comum neste país: só arranjam emprego se for em tacharia política.

O que noto é que alguns ingénuos - e outros bem intencionados - ficam muito chocados quando eu aponto as soluções seguintes - porque nem eu nem ninguém consegue ver outras, a curto prazo. A esses eu devo informar que NEM TODOS os problemas têm solução.
Mas mais: a maioria dos problemas - até alguns muito simples - não têm MESMO solução nenhuma. Como a morte: pode atrasar-se mas não evitar-se. Não é um drama. É a vida. Mas a falta de Conhecimento e de Cultura do povo português é tal que nem isto compreende.

Por exemplo: "Eu tenho 50 anos e o meu filho tem mais 15 anos do que eu. Quantos anos tem o meu filho?"
A matemática dirá que são 65 anos mas isso é impossível.

"Eu peso 50 kgs e tu pesas menos 60 kgs do que eu". A matemática dirá que tu pesas -10kgs (negativos) o que é outra aberração.

"Por cada litro de leite recebe um desconto de 1% sobre o total das compras". A partir do 100º litro não só não pagaria nada como teria que receber dinheiro.

A esmagadora maioria dos problemas que se nos colocam não têm de facto solução. Por isso é que a Ciência continua o seu trabalho, cada vez mais misterioso e afastado das populações.

Há 2 dias descobriu-se a partícula de Deus. As tvs mais afoitas disseram que era um bosão. Ninguém tentou explicar sequer de que é que se estava a falar. "Bosão de Deus" (ou de Higgs) é soundbyte suficiente para ser imediatamente consumido pelo povo na certeza absoluta de que ninguém quererá saber mais do que isso.

Portanto, voltando ao assunto, a minha solução é, das três, uma:

1 - Obriga-se quem quer votar a fazer um teste político básico umas semanas antes das eleições e só vota quem nele passar e souber MINIMAMENTE o que está a fazer, ou seja: quem conhecer as funções e atribuições do órgão PARA O QUAL está a votar, ou pura e simplesmente não vota nessas eleições. Vá APRENDER os rudimentos da organização política e territorial da Nação para depois poder dar o seu contributo CONSCIENTE a Portugal. Trata-se de uma operação que custa 2 ou 3 milhões mas retiraria do sistema os votos pantanosos que têm contaminado e inutilizado todas as eleições desde o 25/4. Um voto de um cidadão consciente é imediatamente anulado pelo voto de um mentecapto que nem sequer sabe para que órgão está a votar.

2 - Ou, na sequência desse teste e de acordo com a sua classificação atribuem-se números de votos, como nos clubes. Quem acertar nas 10 questões tem direito a 10 votos e quem só acertar uma questão tem direito a 1. Traria muito mais justiça aos resultados.

3 - Ou, - muito mais injusto mas mesmo assim mais justo do que a inutilidade que se verifica hoje - coloca-se a fasquia nas habilitações literárias obrigatórias que já hoje são o 12º ano. Quem o tiver (o 12º ano) tem a obrigação de saber como funciona um parlamento e um tribunal constitucional porque estuda isso na Escola e tem que passar à disciplina. Quem o não tiver pode sempre propor-se fazer o teste e, se obtiver aprovação, pode votar.

É a minha opinião e aguardo - há 30 anos - que alguém me proponha uma solução melhor que esta. Uma coisa é certa: se nada se fizer no que concerne à Lei eleitoral - permitindo simultaneamente que grupos de cidadãos concorram ao Parlamento, como já hoje acontece relativamente às câmaras municipais (mas ninguém se organiza nesse sentido porque nem sabem disso) - num país em que a esmagadora maioria não conhece as atribuições do órgão para o qual está a votar, a estupidez, o obscurantismo e a consequente inutilidade de cada eleição perpetuar-se-á.

E precisaremos mais 30 ou 60 anos para que se filtre esta componente envenenadora da democracia.